A Estrela do Norte 1864
A. ESTRELLJ\. DO NORTE. frescos abr igos. Produz tambem vegeta– ções tenazes, que parecem animar-se ao sol vertical. Quan to mais ardente é o ca– lor, tan to mais abunda sua seiva e cresce sua folhagem(*). o calorico é seu elemen– to propr io. Como pela excitação des ta atmosphe– ra, uma alimentação muito animalisada nôs seria um estimulante funesto, prin– cípios acidulosos, que resistindo as forças iligestivas, penetram o fluido sanguíneo e abrandam sua acrimonia, são introdu– zidos nas raizes, plantas agrestes e horta– l iças, de que a bondade Divina diversifi– cou com profu são as virtudes e sabor. A. mesma munificencia encheu de frescos li– cores, e sucos beneficos os fruc.tos llen– dentes das arvores, com o nome de socos, limons, bananas, sapa tilhas, papayas, la– ranjas, avocatos, romans, mangoes, li– chis, corosol, cidras, plantins, schadoks, tamaras, goyabas, cm quanto que, ao al– cance do velho e do menino, a abobora, os ananázes, melancia e o enorme belu– tschis parecem ccnvidar a colherem-se. (...) Se, renunciando aos climac; do sól, oho– mem afl'ronta os sombrios Céos do norte, cuja inclemencia impedeoscereaes, eape– nassofl're algi1marbusloenguiçado, nestas plagas inhospi tas, a Providencia fel-opre, ceder do lagopede, da betarda, do risonho ganso, do cisJ:le assobiador , do ganso, das neves, do visu , zibelina, a cabra lanzuda lince, o boi mosqueado, owapiti, caribú' a rapoza azul, udatra, Q urso ' artico, o pekan , original; porque, além dos mu, cilaginosos, os amilaceos não poderiam. ser vir-lhe as picantes frialdades do sep, terntrião. Seus o:rgãor, exigem uma nu, trição abundan te cm substancias febrino, sas, qu~ o escandesce, que o estimula actii.:a s1!a circulação, augmenta a sui resp1raçao, e, oxygenando-o, conserva ei calorico necessario á sua economia. De_sde que os vegetaes cessam de lh~ ser".ir, os mares glaciacs cobrem suas praias de bandos de amphibios. A terr<\ da-lhe regularmente messes de q11ad:ru, pedes ; -: os vc~tos arren~essam-lhes díl.~ nuvens .aves, vmdas de ~h tosos climas of, fereccr-lhe suas pennas e su~ carne. Al--– gumas sarças da bahia, babugem, e li-, chnes, de_spresa~51s do Esquimau , arroj am. a estas fnas reg10es esta multidão de v\a, (*) Tal é o II Brosinum alicastrum II que s1, multiplica sob os mais ardentes fogos I como nos, !m<.'~~~.ntas ao regador. Pussac, 1, flore des An, ap::ls O~h~il.o c!_eBclutscbistal'l é tão _grandfl q% e. 7. p, 145," 1 cm o pode crguer.Polunger-fl. 2, jantes. Assim, por toda parte, o Eterno nõs prepara sustento e auxilios. l\luito antes de haver nascido o proge– nitor dos arabes, ,i á, durante muitos se– culos, a. paciente familia dos dromedarios esperava no deserto oSenhor de quem de– via transportar a tenda. Evidentemente este quadrupede, pelo cumprimento das pernas, que, augmen– tando a esquadria de seus passos, lhes eco– nomisa o numero, por seus pés formados cm almofadinhas ; suas palpebras cheias de pellos, para. vêr apezar dos torbilhõcs de poeira ; pelas proporções de sua tes ta, a abertura de suas ventas, extensão de seu pescoço d0minando a ondulação das a.reias, pela contextura de sua boca (") e seu reservatorio interior, estava destina– do ás viagens na aridez das solidões. A massa do elefante encouraçado com umà pelle invulueraveÍ, convinha as hu– midas tl.õrestas, e a.os espinhosos barran– cos da Asia, onde seus passos espedaçam os arbustos, os abrolhos agudos, e apla– nam por seu peso os terrenos escorrega– dios,· os baixios lamacentos, em quanto . que sua tromba arranca as vegetações tortuosas, quebra os ramos encomodos, e franqueia caminhos faceis :í ncglicencia do índio. Pelo contrario, o ramo, à que seus largos pés teriam incommodado nas hervas do valle, e nas rochas da monta– nha, recebe precisa.mante deste augmen– to com que descobre na sua espessura o lichen nutritivo. É para seu beneficio pessoal que vive o dromedario ? Sua existencia será outra cousa que não uma utilidade ? Sua or– ganisação dispõe-no a supportar as fadi– gas, as cargas, a abstinencia, a sêde, em nma p:i.lavra, os accidentes, as tribulações das lrnravanas do deser to ; logo seu desti– no era a viagem. É para seu proveito que se consome nos caminhos ? Que tem adquirido comessas digressões sem fim? Será tambem, para seu proprio deleite que o elefante foi construido com uma massa, um vigor, uma destr_csa capa~es de supprir as forças das dehc1s povoaçoes do{ndostão? Não vêdes _que onde reside 0 mais fraco senhor, foi expressamente co.nocado o mais robusto servo? . Avida do renno, passada em contmuos tJ,,a.balhos, cm que lhe aproveita ? Não haveria sem elle nem ~roelandezes, nem samoyedas, nem La.pomos : clle llles ser– ve de creado de rebanho, de besta de car– ga e de trem'; for?~celbes_o leit~, _a car<ne, vcstuario, utens1hos, nao ex1gmdo om (•) Eleva.tions .i Dicu sur tons los mystt rcs de la rolig. Chrét,
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