A Estrela do Norte 1864
A. ES'.ll'D.l.ELL._ D O NO;RTE. está dado o signal do começo do anno santo. Tornado bispo e cardeal, tinha Casti– glione sido promovido ao cargo de grão– penitencieiro da Igreja romana; e assim lhe cabia de direito a honra de apresen– tar o martello de prata do jubileu . En– tregando-lhe de novo o martello, Leão XII lhe disse a meia voz e com maligno sorriso: Senhor Cardeal, ha cincoenta annos, dia por dia, em igual circums– tancia, me o1I'erecieis de uma maneira um pouco menos graciosa outro instru– mento de prata. - Lembro-me, Santíssimo Padre, lhe respondeu o Cardeal um pouco enleado, e espero que V. Santidade me terá per– doado á muito. Quatro annos mais tarde, depois de um r einado por demais curto, morria Leão Xli e o Cardeal Castiglione lhe sue– cedia sob o nome de Pio VUI. Bem admirado teria ficado o publico testemunha da procissão e da batalha de i 77ti , se tivesse podido prever o fu– " turo ! Quem começa mal, pode acabar bem, e não devemos jamais desesperar de nada. ENCONTllO INESPERADO. Escrevem de Berlin á um Jornal de Fran– cfort o seguinte : « Por occasião da visita que os membros do congresso de estatística faziam por con– vite do Re1 ao castello de Posdam, um dos officiaes prussianos, quese achavam mis– turados entre os convidados do Rei, con– versava calor0samente com um inglez membro do congresso. « Aconversação era na lingua ingleza, e corria com tal facilidade, que o es tatís– tico britannico manifes1ou a sua admira– ção de ouvir fallar a um allcmão tão cor– r entemente o inglez. « O .i · ven official respondeu-lhe, que os seus laços matrimoniaes tinham nisto grande parte porque a sua sogra era in– glcza. O sabio da Gram-Brctanha pergun– tou aoofficial prussiano o nome daquclla . , senhora, e o official, que não era senão o Príncipe Real lhe respondeu : - Oh ! de cer to a haveis de conhecer, porque mi– nha sogra 6 a Rainha Victoria. ,, Staitat Matei.•, HYl\lNO. Estava a Mãe dolorosa Ao pé da cruz, lac:-imosa Olhando o Filho pendente. N'alma, que triste gemia De amargura e de agonia E~pada a fere pungen te. Oh ! quanto em extremo affiicta, Do unigenito a bemdita Santa Madre suspirava! Do inclyto !'ado ao penar, A tremer e a soluçar Profundos ais derramava. Quem ha que negasse pranto, Ao ver em suplicio tanto, A Mãe de Christo Senhor? Quem não se contristaria, Ao contemplar a Mãe pia Com 1 ellc immersa na dôr? Por seu -povo que ha peccado Viu Jesus atormentado, Sujeito á flagellação. O caro Filho morrendo, O espírito o viu rendendo, Mesto e sem consolação. Eia, Mãe, fonte de amor, Faze que sinta essa dôr, Que á t eus choros junte os meus. Faze em Christo que eu me inflamme.. Que mais o queira e mai e; ame ; Agrade minha alma á Deos. A' ti, Mãe, contricto brado, Chagas do Crucificado Venham dentro em mim arder; Divide os golpes comigo, Do Filho que atroz castigo Dígnou-se por mim soffrer. Em vida comLigo eu chore, Magoa in tensa me devore ror Deos no lenho cravado ~ Ante a cruz desej o estar, , Em lagrimas e pezar, A ti sem.12re associado. <e Virgem das virgens preclara,. Tu não me sejas amara, Une o pranto ao pranto meu. De Christo me lembre a sor te Lembre-me a paixão e morLo E as chagas do Filho teu. Fique cu dellas penetrado, Nessa cruz cmbriag:ado E em seu amor divmal,
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