A Estrela do Norte 1864
A ES'i'REJ_;L,& DO N~lR'.ll'E, grandes peccados lhe serão perdoados, porque tambem grande foi o seu amõr. » O que está Elle a dizer? resmungaram entre si os phariseus perturbados. Está blasphemando. Quem póde perdoar os peccados senãoDeos unicamente ? Jesus porém, sem se dignar dar at tcn– ção ás suas murmurações, olhou para Magdalena com uma bondade 'divina e disse-lhe : « Todos os teus peccados te são perdoados ; vai na paz do Senhor e não peques mais 1 » EMagdalena a peccadora escandalosa, a mulher mundana, frívola e dissoluta le– vantou-se corôada com a Graça de Deos achando·de novo na penitencia e no amôr de Jesus Christo um thesouro não menos precioso do que o de sua innocencia per– dida. Bemaventurados os pobres peccadores, que choram com confiança os seus pecca– dos aos pés do Senhor I Bemavenlurados os penitentes sinceros e humildes. que vão aj oelhar-se aos pés do Sacerdote que representa!Jesus, continuador do seu mi– nisterio pastoral, depositario do poder di– vino para perdoar os peccados ! Bema– venturada a alma, que escuta com atten– ção tambem a celeste palavra do perdão pronun ciada sobre a sua cabeça : - Eu te absolvo dos teus peccados eni nome do Padre, do Filho, ) do Espírito Santo. V aI•iedndes , UMA PEQUENA ADVERTENCIA. Ai ! que dissensões não vemos mu itas vezes entre marido e mulher ! Orespei– to mu tuo, a indulgencia reciproca, o commum accordo, a inapreciavel paz domes tica e tudo o que devêra ser o fru– cto desta santa união se muda em sus– peitas, perseguições, insultos, desor– dJns e per turbações. Porque isto? Não sao os mesmos esposos que tanto se ama– vam e estimavam á só um mez, um anno, poucos annos em fim? o esposo era um anj_o ,r a~esposa uma divindade ; elle era enta? todo belleza, ~Ha toda gra ças ; agora ell-os ambos tãU' feios? Como foi isto ? É possivel ? Ah ! meus caros leitores, muitas razões ha e mui graves para essas mudanças imprevistas, e os meioc; de prevenil-as numerosos ; mas como não se tracta de fazer um discurso ( á vós que já estaes casados ou para vos ·casar ), mas sómente de vos dar, com_o acima dissemos, uma pequen~ aclvert1m?u:i, que não deixa de ter sua 1mportanc1a, escutai_:l Quando ainda não estacs casa- dos abl'i bem os olhos e gxaminai séria– mente os defeitos da pessoa com a quàl ides vos obrigar a viver unidos duran te toda a vida, a fim de conhecerdes esses defeitos e recuar, se ainda é tempo. E quando estiverdes casados, oh ! então é outro caso ; é preciso fechat bem os dous olhos sobre os defeitos da pessoa com quem vos casastes. Mas, pelo con– trario, o que se faz muitas vezes ? Se se tracta de casamentoi casa-se com os olhos obstinadamente fechactos ; e depois vive-se no casamento com os ·olhos sempre abertos. D'ahi as decepções, d'ahi as consumições, d'ahi as disputas e a guerra. ·Estes principias e estas consequencias poderíamos explical-os pelo mcudo e longamente, mas não é mister; sómente pesai bem nossa advertencia; que ella encerra, nós vol-o asseveramos, um gran– de segredo de concordia matrimonial e de paz domestica. ( Pequenas leituras italianas. ) OS DOUS JUBILEUS. Na a:Qertura do jubileu do anuo 1775 na cidade de Osimo (perto de Loreto na Ita– lia ) tinha-se organisado uma magnifica procissão, a que assistiam todos os me– ninos dos collegios e seminarios. Os ricos castiçaes de prata que accampanha– vam a cruz eram levados por dous j o– vens acolytos do seminario, de idade de cerca de 15 annos, chamados um Della Q:enga, outro Castiglione, ambos de familias nobrese illustres. Eu não sei a que proposito os dous acolytos se travaram de razões, e leva– dos pelo ardor da colerapassaram, de um modo pouco edificante, das palavras ás pancadas diante de toda a assistencia. Em falta de armas, tinham os dous cam– peões os seus castiçaes, e apesar de serem promptamente separados, não deixou o pobre Della Genga de receber um golpe, que o poz fóra do con:bate. . . Cincoenta annos depois, no Jubileu de 1825, Della Genga, tornado Papa sob o nome para sempre celebre de Leão XII, descia do Vaticano, rodeado de toda a corte romana, para presidir á aber tura do jubileu com a antiga ceremonia da demolição da Porta-Santa . Chama-se assim uma das portas habitualmente tapada por uma parede na basilica de S. Pedro e que só se abre durante o anuo doju– bileu . -O Papa recebendo das mãos do cardeal grão-penitencieiro um martello deprata, bate o primeiro golpe no muro da porta, que se acaba assim de tirar e
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