A Estrela do Norte 1864
A ESTBELLA. DO NORTE. fU « Elles creem neste milagre com fé ro– busta. « Eu juraria, que seha nisto algum em– buste, não são elles os autores. Pediram– nôs que assignassemos um certificado cheio de assignaturas de 3 mil testemu– nhas, como tínhamos visto o milagre. O segundo tenente assignou, porém o te– nente e eu pedimos que nôs dispensassem. « Eis meu caro director tudo o que vôs posso dizer sobre este curioso assumpto. « Eu vôs repito, que não tenho nenhum livro que me ponha ao alcance das expli– cações naturaes e scientificas des ta sorte de aventuras, vejo-me obrigado a contal– as simplesmente. « Se me for facil estudar a fundo esta materia de milagres contemporaneos, eu darei a conhecer minhas locubrações aos nossos leitores do Temps. Demais alguem em Paris, me poderá talvez supprir nes– ta tarefa. - Legault. » O que responderáa este testemunho in– suspeito, o pseudo Catholico do Jornal do Commercio de 26 do passado ? (D Cruz.) des, conduziram segunda vez Maria l\Iag– dalena á fonte da vida. - As primeiras palavras de Christo tinham-na abalado e consolado ; as segundas venceram-na. Comtudo Magdalena não se attreveu ain– da a lançar-se-lhe aos pés ; mas quando voltou á casa, mandou sahir todos oc, ho– mens que a procuravam pegou no seu vaso de perfume mais precioso, e com o rosto banhado em lagrimas, insensível aos respeitos humanos, foi a toda a pressa a casa de um certo phariseu de Caphar– naum chamado Simão, que tinha convi– dado o Divino Mestre para uma ceia na sua rica habitação. Quando l\fagdaleua entrou na sala do banquete achou Jesus cercado de phari– seus que espreitavam t4ldas as suas acções e todas as suas palavras, procurando com perfidia um pretexto para o accusarem perante o grande conselho dos Judeus cm Jerusalém. Magdalena já superior a to– das as considerações humanas não deu attenção senão ao seu Salvador, lançando– se-lhe aos pés beijou-lh'os com amôr, re– gou-os com as suas lagrimas, e enxugou– os depois com os seus cabellos. Jesus es- tava silencioso e parecia não dar pelo que O arre11entluneut;o ele JY.lageln- Magdalena lhe estava fazendo . Simão e Ieí1n. seus amigos olllavam com espanto e cheios de ironia diziam uns para os ou- Maria, por sobre-nome Magdaiena, do tros : nome de uma das suas propriedades Lsi- « Se elle fosse o propheta (isto é o Chris– tuada na aldei:' de Magdala, sobre as mar- to) elle saberia o que é esta mulher! » gens do mar de Galiléa) era irmã mais EMagdalena pegando no seu vaso de ala– nova de Lazaro e de Martha, celebres pela bastro derramou todo o perfume, que elle terna amizade, que os unia á Nosso Se- continha sobre a cabeça do seu Salvador. nhor. Lazaro e Martha conservaram-se Jesus quebrou a final o silencio e vol– fieis a lei de Deo · a sua joven irmã sedu- tando-se para o hospedeiro disse com do– zida pelas vaidades do mundo deixára-se çura e gravidade: « Simão tenho algu– arrastar á uma vida mais do que dissi- ma cousa a dizer-te. - Senhor, replicou pada. · o phariseu, fallai. - "Um homem tinha Maria Magdalena no meio de suas devedores; um dclles devia quinhentos loucuras ouviu um dia fallar de Jesus, dinheiros o o outro cincoenta. o credor dos seus milagres, ele sua bondade, da perdoou-lhes a ambos a divida. Qual dos sua divina santidade, da sua misericordia dous julgas dever-lhe mais amôr ?-Cer– para com os pew1dor~s.. A pobre pecca- tan:ent~ ~quelle ~ quem foi perdoada a dora, levada pela cur10s1dade, e tambem ma10rd1v1da, replicou Simão."-7Dizesbem, por um vago sentimento de arrependi- accrcscentou oSalvador ; depois apontan– mento, foi ter com o Salvador, ouviu suas do para a pobre peccadora dis~e para Si– palavrasausteras e suaves, e recebeu deller mão : - Vês esta mulher?' Quando entrei a prime!ra benção, que preparou a sua em tua casil. tu não me deste o beijo ~e conversao. paz; ella desde que aqui está ainda nao Algum tempo depois chegou Nosso Se- deixou de me beijar os pés. Tu não me nho~ a CaJ>harnaum proximo de Magdala, destes agua para lavar os pés, (era u~ e ahi se demorou durante alguns dias, costumo de hospitalidade entre os Jude~ prégando ao povo as admiraveis e muito naquella época ) o ella banhou-m'os_ cote santas verdades resumidas no Evangelho as suas lagrimas. Tu não roe deitasm sob~ n_ome de Sermão da :Montanha. A sobre a minha cabeça nem balsamo ;1e a S~ntis_sima Virgem, Santa Martha e as ou- perfume, e ella dcrrarp.ou sobre a mmh tras piedosas mulheres, que acompanha- cabeça tudo o que trnha O s~u vaso de v.n.m Jesus, pi-ovcnclo as suas necessida- alabastro. Em ycrdade, ou t o declaro,
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