A Estrela do Norte 1864
A. ESTBELLA. :D@ NOIH.'E, WW:iJ.i 1 M i ;;;p.1.-P ?& Mii3 1Sd 9 1 fé ; confessou-me que em um sentimen– t o pr ofundamente r eligioso, posto que vago ainda, é que encontrava algum al– livio a seus cruéis tormentos physicos, e aos intoleraveis desgostos do ·capti– v::!iro. Mas .ainda n ão tinha podido domar os resentimentos que borbulhavam no •fundo do seu coração. Um dia fomos ambos correr a ilha es-_ treita e escarpada, seguidos a alguma dis– tancia pelos guardas que a Europa tinha dado ao terrível prisioneiro. A vista des– ses carcereiros mercenarios trouxe a seu espirito idéas sombr ias e amargas e es– quecendo um momento o motivo de mi– nha santa e pacifica missão, toda a ener– gia dessa alma altiva dec;pcrtou e pro– r ompeu n 'cs tas palavras, como uma tor– r ente de lava intlammada. 618/tl c; ,, :Srtfi ifYSP &r!G ' •a i 59& 2 IS- ? 3+cJA!.!...Li2: confiado meus destinos ao santo ancião de Roma, que dá asylo a todos os gran– des infortunios, cercado de minha fa– milia e de alguns amigos fiéis, teria fruído tranquillos dias, e meu coração não teria sido entregue á esse abutre que de continuo o róe e o devora. Assim fallando tinha-sa tornado palli– do, os olhos lhe dardejavam fogo, seus la– bios se contrahiam e a mão procurou o punho da temível espada. Oh ! Senhor, exclamei, repelli esses ter– ríveis ressentimentos, deixai á Providen– cia e á posteridade o cuidado de castigar a cobardia e a crueldude de vossos inimi– gos. Para vós este mar tyrio é a prova da es: piação e da regenerução religiosa ; soffr~1 com paciencia estes ultrages e lembra1- vôs que o Rei do Céomais soffreu por vos– sa eterna salvação . . . . . Lembrai-vôs tambem quanto padeceu seu Vigario na terra . . ... esse, vós o sabeis, Se~h~r, soffreu o captiveiro, a oppressão, as lllJU– rias, a calumnia, a separação dos seus amigos ... . e vós tambem sabeis se el~e era innocente aos olhos de Deos, o paci– ente e corajoso velho! pois bem! elle tudo supportou, tudô soffreu , tudo perdoou •.• ·sereis vós capaz de ão imitar esse subli– me exemplo? ( Continúa. ) O Enilag••e tie Vicovaro 1trocla- 111nntlo 1ma• unia f olhR- ••aciooa– !is ta, Grande Deos l dizia elle, tudo poderia suppor tar , tudo soffrer, o captiveiro, a ingratidão, a separação de minha fami– lia, de meu filho, o aborrecimento do desterro ! porém n ão poder fazer um só movimento, n este espaço tão sordida– mente medido , onde o ar me falta, sem que meus olhos encontrem esses instru– mentos de uma política covarde e cruel, sem que elles me sigam com a vista, como os guardas de animaes ferozec; es– piam o leão que mesmo dentro da gaiola de ferro os assusta : oh ! é um suplicio atroz. ao qual não me posso resignar. Se soubesseis os projectos que imagino I in– sensatos são elles, eu o sei, porque sou prisioneiro e só contra a Europa, porém que prazer de fazer resoar por toda a Agazeta Le Temps publica uma corres– par te minha vingança ! Como me seria pondencia de Roma, em data de 29 d~ doce ver a meu s pés es te povo orgulhoso Agosto, sobre o milagre de Vicovaro. E de seu ouro e da sua industria, essa na- curioso vêr-se o que diz"deste milagr~ 0 ção de piratas e de ávidos commercian- correspondente de -qma gazeta racionalis– tcs, que fundam suas riqu ezas sobre as ta. Eis alguns extr'actos de sua carta: ruínas das outras nações, e ccue será eter- « Aqui só sefalla do milagredeVicovaro. namente a rival invejosa da França 1 « Acabo de chegar de Vicova.ro e desse Como me sentiria orgulhoso conduzindo milagre fui testemunha. Eu me ach'.1-~ª minhas valentes legiões á essa ilha, onde em companhia de dous francezes. Dll';– reina o máo genio do mundo ! Talvez gimo-nôs r ara Monte-Citorio, no coraç_ao então por seculos ficasse firmada a paz de Roma, pela diligencia de Tivoli. Eis– e a felicidade do universo ; porém a for- nôs em caminho, conversando sobre 0 tuna não o permittiu; o ouro e a astuciai milagre, avidospor contemplal-ocomno~s– britannica tiveram mais peso na balan-: SOS proprio olhos. Um dos officiaes nr ça ; eu era a grande victima de que ca- lhe dava o menor credito. o outro1 : recia esse governo oppressor e immoral ; educação catholica, de antemão n º;6r elles me fazem morrer em lenta agonia! acreditava. Eu me enchia de coler~ t,– possa o futuro encarregar-se de vingar- não trazer comigo um livro qu e n~ se~ me I Como Philoctétes muitas vezes ex- plicasse, o que as pessoas doutasd'eslas clamo : « Os deoses lhes re tribuam todos preconceitos tem escripto áccrca os mal s que elles me têm feito. n Ah ! virgens de Italia. . . . ma gravi– se reprimindo um movimento generoso « Para lá me d1ng1a coro u dis osto do qual eu os julgava di gnos, em lu- dade comica, de nenhum modo P gn.r de en lr gar-me á clles, cu livcsse paTa um caso seri o. · · · · · · · · · · · · · ·
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