A Estrela do Norte 1864

,t.. MTflli.:LLA. DO NttaT.L agradecer a scn bum Pai a sua felicid ade, por isso qu cr uel cxperiencia de ter per– dido a ,:traça lhP faz conhcrcr tanto mais a yen t11ra de a ter rcr.upcratlo. Será est;, a vossa historia, caro leitor? Se, como o filho prodig-o, deixnstrs a -casa patr rn.t, apressai-vos lambem como elle a voltar a clla; vosso pai vos espr.ra , e chora por seu fil!io perdido. i\ ão ireis pois consolal-o? .... dados, negras apprehençõcs lhe tomam o espirito. Se estou muito tempo sem poder traba– lhar, dizia ella comsigo, quem ha de dar de comerá meus filhos, e se morro, o que será delles '? Estas terriveis apprehenções a1<grava– ram muito seus padecimentos, e bem de– pressa chegou a estar em perigo de \·ida. Jorge, com o coração cheio de tristeza, não se tirava de ao pé- da cama do sua mãi, e não deixava que seus irmfü1s fizes– sem o menor barulho dentro do qu arto, e em suas oraçõ,' s dizia á Deos Nosso Se- Em t7!l2 foi madame de S,iin t Prosper nhor "Pai nnsso que estacs no Céo, con– obri;rnrla a d ·ixar a França, sua patria., e servai-nos a Il!Jssa mãi. » a seg-n ir o caminho dn desLrro, .ionde a Uma noite qu e madar:ne de Sain t Pros– esperavam já seus pais e marido para es- per estava peior, disse a Pnfermeira a Jor– caparem ao ca lello do CHr rasco. Partiu le- ge que fosso muito depressa chamar um van do em sua companh ia os seus cinco medico, e o pobrP. ra.paz 1oz-se a correr filhos , com intonç[to de ir ter com os mem- com todas as sua forças al é que foi p,uar bros de sua familia, refugiada cm Geno- á porta do m2; · . .J rla teri.':1 q ue não esta– va; portl m no momento c\m que cl1Pgou vii cm casa; crnha ido a u , 'a aldêa risi– a esta cidade, soul.Je que seu marirlo r, seu nha fazer uma operação, e Sb o ospllra– pai tinh:im sahido d'ali ha\'ia cru inze dias, vam 110 dia seguinte. e não pôde saber com certeza para onde Jorge, debulhado em lagrimas, excla- haviam partido. roou então: Oh! meu neos. meu neo5 ! o Tentou , segundo as indicações que pôde que será de minha pobre mài? Uma se– colher, s~guir-111e os passos, e percorreu nl!ora do idade que assistia n:iquella casa, inutilmen te todos os can tõJSda 5ui ssa. vendo a afflicção do pequeno, di~se-lhe Tentlo perdido a esperança de os cncon- que tinha chegado havia pouc<•S dias um trar, e havendo-se-lhe acabado o dinhei- medico estranl[eiro; que se elle o quizcs50 ro, estabeleceu-se cm uma peq uena cida- ella o conduziria á casa <lell c. de, e comrçou a dar lições de musica para Tomara eu, lhe disse .Jnrl[e. se ali mrnt.ar , e a seus pobres filhos. Omedico· endo a ternura qne Jorge ti- Jorite, o mais ,·elho, e qne apenas r,on- nha por sua mãi, começou a intC'r ssnr-se tava dez a.nnos de idade t'ra quem ficava I por ellcs, e. immedia tamcnto o seguiu: a guar,lnr a c:asa , cm quanto sua mái an- apenas entrou no quarto da doente e a dava por fóra; era um bom rap;i z, ama- viu, deu um grito de surpreza. Era, nem durccido pr, matur11mcote pcl" desgraça; mais nem menos, que o pai de macama de tinha um gr,a nd e cui dado cm seus irmãos Saint Prosper, medico muito distincto. e vigiava- os muito com rereio de que lhes Mandou log-o cm scg-uidn clamar seu gen– acqntece$e algum mal, e finalmente fazia roque morava com elle. por elles tudo quanto podia. A ale~ria ·mais ainda do QUl' os &occor- Eslo estado ele cousas durou deste mo- ros d.i art.e restabelocernm 1t saude do ma– do õeis mczcs completos; inadame de 1- dama de Saint Prospcr; e na maior fel ici– -Saint Prospcr, tinha um grande numero dade começou a abraçar oras u marido, de disc ípulos; mas os desgostos iam-lhe : ora seu pai e 0 eus filhos, e depois djsse– dirninnin cl o insPnsh·clmen fe a vida, pe,r- , lhes : qu~ não tinha notir,ias de seu marido. Via- " Por um effeito da Bondnde Di vina o se muit as vezes na necessidade de canta/ acontecimento que parecia denw fa zer ar ias a.le, rres, quanrlo sna alma esta{ 11 chegar ao seu aug-e os meus malt s con– afogada em tristezas. Tantns farligas e tan- verteu-os m alegria, tornando-se a cau– tas amarg uras não podiam dei xar de lhe sa de nos j un tarmos outra vez. » arruinar a saude; tinha wcessidade de Tenhamos sempre confiançana_Provirlencia; al~um de_- ,·anc.-o, mas n miseria tinha-se- o Deos q1Je dá ele comer aos passa.-inhos, dei– lhe sentauo á por ta para devorar seus fl- a:arcí sem soci;o1'ro aquelle que c1,mfi,1 em sua lh_os, e a _pobre miii não teve remedia-~e- i11fmitq, bonµad,e? nao continuar a dar lições. Extenu_ada _pelo cansaço e pela dobili.– dade cabrn tao doente quo fo.i obrigad~ .a ficar de caipa; desçle cntã-0 novos cai-

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