A Estrela do Norte 1864
36 A ESTRELLA DO NOH1'IB. • Cru;:; e :i peni tenc ia, s6 pc:-snac:5.o di vina obra ria. t:il, e foi o q11 e succeqeu no esta· belccimen to do Christiani smo. J\ ']UÍ se viu :í.s ebras ,o dedo de D eos. P or11 ne, ou os .A.postolos converteram o mundo por meio d e estrondosos -milngres ; ou somente pcln. persua3l10 : no prime tro caso s6 Deos pode fa zer o milagre; no segun do, es,a me,,;mn. pc:rsua~ão seria um proLl igio só pro• prio d:i Omnipoten cfo.. Victorir10, orador afamado, 1 in ha sid(J pr6fcssor de rh etorica cm Rom:i ; tinh:i. Yer– sado ns bell::ts artes com rnuita. l1nhilidadc e apro\· cita.rn nlo; ·ti nh:i. Jiclo, cxmninac1o e illnstr:i.do quas i totlo;:; os cscri pto;; dos a11 - tigos philosopho_s ; tinl1a siclo o lll'cstrc ·cl ~ tudo o que haY1a de m,.i;:; ill u. ·tre en tr.! os senadores romauos; '\ ictoriuo, cm fi1JJ, era t al, que mereceu urna estatua na praç:t de Romn, e era. i. to maior lionrn a. qnc podin. chegar um romano. E sta_\-a. n_inda pngão e adorador dos idolos, e não s6 os adorava, como os fazin. adora r com a. sua mui t:i. oquencin. Ora, daqui_ se julgue <J.U C: poderosa grnç:i n ã o ern prrc1so pnr:L eon \·ertcr um homem .<l estes ! V ede o meio d e que Dcos se sc r– vw. C(imeço n a lêr a:; di \·inv5 escripturn s e mais li v~·os d?s t:!iri~l.í os; li n, relia e pon– derava. l m di a. foi ter-se cm particular com ::_3. Simpliciano ( rp1e li11h rt si lo llJe.:tre de Santo Ambrosio) 9 lli'é cfo•se : "Venho rlar-vos nmn noy:i. r1ne ]1:n-cis de csli n1ar . ,. } i::on chri st:10 ! · O santo rrspondcn-lli e : sn:i profiss:ío public:i clú fé em voz alta e sonor:i nu meio tlc n11m cl'JSCJ concur~o e wrclan1c11tc diziam unt parn os outr~:; : " Viclorino ! .E' \ii<.:torino ! " Que boas conseqnencias de uma tal con,ersão ! A' clla deve a. Igreja o maior ·gcni'o lalucz qttc l~nha illustrado _ o rnundo, o grande Ago~– t1 nho, rp1e onnndo-:i l!arrar por S. Sim– pliciano, ficou tão penetrado d:i. bcllcz:i: da. I 1 'é e deste exemplo de Victorino, qnc ca l– t?antlo · de uma ve1. as snas d11l' idas e iu– q11ictnçücs, foi {L Santo Ambrosio e rccc– l.ic11 o l3aptismo. ..4, balsa. N orhcrto, /ilho de mn pobre c:nvociro, c•t:ffa. um tl ia a·scntado c i.1 nm pinhal, Lamr.-nt:n-,1-se, chornl':L :L bom cho rar e pedia. a Dcos r1nc lhe ?.cmli 'SC. ' 1Jm senhor ricamente ve ' Lido caçava. 11aq11elle mo111cnto no piiilwl. On1·iu as rp1eixn de Norberto, e caminhando para. elle, dirigin-lhc as scg11i11tes palavras: - )lc11 bolil rnpa7., porqnc choras tú? -Ai Jc.: llli111 ! diz 1 • urbcrto, mi11h:1 rn:Ü cstc\·c tluc11lc, e 111011 pni 111n11<1011- mc :1 cidade pngnr a bot.Ícn, e pordi o -dinbPiro CO!ll a uolsn qnc o trazin: O senhor disse :ilg11111as pnb.n:1s cm YOz baixá :l um caç-:-1d0r qne o acornp:mha ,~, e e!Tl scguic1a tirott eh algibeira. nnrn ho1- ~in11a dc -;:erh rnc'nrnad11, que tinha. ri 'nlro algumas moedas de onro, todas no\'a,, e - \-oltando-sc para o rnpaz pcrgu1Jtou-lhc : - SC'd csLa a bolsa qnc1.11 prn]cstc? - Oh ! 11:ío, sc·nhor, a mi11h:i uüo 6 tão boa e não tem cli11l1 l' iro em onro. " iío c!·eio._ S6 :.crnditnrc i ,ptan(lo ,o. Yil' D:1 igr<'J:t CO!lJ OS · mais cl1ris tã <1~. " Victo1;ino rcJ:li_con- llie graccj:rndo : Or:i. ! i«S rc e cli_nslao entre paredes? ., J0 SC'n1pre que se_:i vi ~ta n1m rr pctia.tn o 111rs1no. ~ Ret1U½a-o _port:'.11 1 o temor de irritar n se us amigos 1 ~olatra?, cujo odi ô lhe pare– cia quo .º havia. du csmngar. J\Ins ao pns• so rpic lnn le: 1 <lo, ao passo qnc hia abrindo o se u cornc;a.o á graça. de D eo~, llie !,ia. ~ rgindo i:i, corngem; e J i se cóhi~igo: Pui:3 eu não t1\'e vci-gon ha u em medo n::i s sa· crilegas supersti ções de di i·indadcs falsas, h ei de ter a.gora Yergon!Ía e medo nos grandes niystcrios do verdadeiro Deos? Seria isso um crime norme. " E correu i Simpliciano, e l_ho Ji~se : '' pa1::i a. !grc– ja 1.... e vnmos Já. Até aqui fo i chnstáO occult •n,,.o-ra. o quC'ro ser manifesto e - .Ne~sc caso 6 taln:z c8ta '! di1. o cn– çador inoslra1Jrlo-l hc nrna bolsa tl c 11111ilo ' º l . publi co. " Simpfü•jano, e toda. 11, c_instan· daJc-, na.dou 0111 alegTfo. Yi cto1·1l'l o fr z pouca :1pp:u •ncia. . - Oh 111c11 Dcos ! exchmon Korhrrf o cheio de nlcgri:i. , é e~sn, não ha dU\·ida, ePnheço-:i. muito bem. O caçador cntrego11-ll.i'a, o o scnhoi;, dis- Re ao rnpaz: ' - Como tu resavas com tnnlo fctTOr e mostrasle qne tiuhas probidad , dou- l~ tam bem esta. linda. bolsa, com tollo o óuro que tem dentro. Cha ros leitores, observai :i. pratica da. jnstiça. Não o. abandoneis nem mesmo nes dias de m:tior privnçflo. eos Nosso Senhor pwtr.gr , i,ewpro o homem devoto e I t rcbil :i ro. •
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0