A Estrela do Norte 1864

i:!!il.'lllELLA tMt lUUlTE, Ahtoni o tl'abu.lhon; tornou-se br.m cedo Porém se a innocente Genoveva, anima- o mais lalJ.-i rioso rl e s311 s t·ompanheiros; da pelo primeiro successo, procurava um mas não se tomnu o que fora ou tr'ora, o mais doce, si á estes canticos rusticos fa– mais alegre e mais frliz. Debalde os passa- zia succeder canticos em louvor do Se– rinhos com seus melodiosos cantos procu- nhor, Antonio levantava-se apressada– ravam inspi rai-- lhc alegT ia; elle Jamais mente, franzia as sobrancelhas e dava a cantava: cm v/io a primavera ostentava entender que 11quillo o desgostava; sua suas promessas e o verão suas colheitas: mulher calava-se logo, e•o pai dizia á ve– Antonio semeava sem esperanra e colhia lha afllicla: s:::m alegria. Como sua mãi o dissera, elle -Mulher, tu o vês, o veneno ainda ope- era dcsg-rnçado. Qual por..:m era a cansa ra em seu coração. des ta desgraça? Em este o segredo do jo- Dous annos mais se contavam depois do ven, e ningcru uusa va in rlagal-o: obser- casamento de Antonio; elle já era pai, já vava-se com tudo que e!le pouco frequen- achava para seu filho meigas palavras, ta va a igreja, e os dias de festa causavam- olhares de alfeição, algumas vezrs mr.smo llle mais profuorla tristeza. essa alegria, em que parece, consistia to- - ~leu filho , diz-lhe o pai, o homem da a sua felicidade, apparecia em seu ros– não deve viver só. Bem cedo cu e tua mãi to sombrio como uma nuvemsinha no te hr,vemos de ixar, porque es tamos ve- horisonte, que nos vem annunciar bonan– lbos, e é prova vel que a morte não deve ça depois da horri vel tempestade. tardar muito. Porém para morrer-mos Assentado á porta da cabana, em uma satisfeito~ é neccssal'io q 1ie te deixemos bella tarde de verão, Antonio abria os feliz com uma hoa companheira. braços para seu filho, que, guiado pela An tonio abanou a cabeça. mão de Genoveva, corria para elle balbu- - Meu filho, proscguiu o pai , nossa ve- ciando o soblime nome de pai. O joven lhice necessita de arrimo; tu, é verdade, alegre e ao mesmo tempo orgulhoso, co– me tens ajudado nos trabalhos do campo, bria seu filho de caricias; seus pais admi– mas as fadigas da fa:nil ia tem debilitado rados observavam esta repentina mudan– bastante ás forças de tua mãi; tu asse- ça, e a velha exclamou: guras á teus vt::!hos pais todos os cuida- - Graças a Deos ! o nosso Antonio ó fe- dos de uma filha, se consentes que te pro- liz ! curemos mulher. Antonio, como se fôra ferido de um -:'iej a pois assim, respondeu elle : pre- raio, estremeceu, desceu o menino do cal– parai tudo, escolhei rnssa filha, porém lo, e com voz abafada assim se expressou: não me fa lleis mais ue felicidade. - Feliz, eu ? jamais poderei sei-o .... Elle retirou-se pa:·a o seu costumado Este filho ó o meu thesouro. . . . l'oróm passeio Deos vai arrP.batar-m'o, como vereis. - Oh! se elle quizcsse desposar Geno- Como se suas palavras fossem uma pro- veva, disse a pobre velha banhada em la- phecia, o menino dentro cm pouco tem– g:-ima·. Um la l cas:i.mento traria a benção po toi acommetlido de um grande mal, de Ocos para nossa casa, a felicidade viria perdeu em p_oucos dias sua alegria, sua depois. belleza e o v1ço de sua juvenilidade: a Antonio desposou Genoveva. Era esta- voz de seu pai já não operava nelle os donzella a perola da alrlôa e a do cant ão. elfCitos de outr'ora, e os osculas de sua Junto della o ,jo\'en militar parecia menos mãi já não tinham força bastante para sombrio; e seus parentes esperavam tudo impedir-lhe o pranto. da constante docilidade e amaveis cuida- Antonio assustado chama um medico. dos de Genovern. Ella de sua parte espe- Omenino é examinado, receita-se, porém rava tudo de Deos por meio da Santa Vir- tudo em vão; o mal augmenta-se progres– gem, á quem r:hamava m5.i. Se Antonio, sivamente; donde se conclu o que a scien– mais ._i.hatido do que o ordinario, anda- ci em oppoiição á vontade de Deos para va retirado com o rosto occulto entre as a serve. mãos, Genoveva, assentada ju to delle, Genoveva de joelhos ao pé do berço sus- entretinba-se na sua roca: apenas com tentava com uma de su11s mãos a cabeça sua tímida voz ella balbucia7a as primei- de seu filho , e na outra tinh~ el111, o cou– ras palavras do algum cantico rustico, solo dos afflictos, um rosano; com os logo O joven levantava a cabeça, um raio olhos elevados para o céo esta mãi infeliz do felici dade brilhava em seus olhos, e offerecia á um tempo suas lagrimas e orá– sua mãi satisfeita dir.ia ª ? pai: ções. Antonio passeava apress.tclamen le, _ Avoz de nossa fllba e como a h~r_pa arrancando os cabellos e eshufcteando a do propheta rei; ella aparta o espmto I face, como se este fora o remed in: os dous maligno. 1 velhos, callados n'um can to da casa, to-

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