A Estrela do Norte 1864
Hd± CB ld3..2L.li-'...G dos caminhos de ferro, e nem seja o tele– grapbo clectrico o vehicu lo destinado á conduzir o homem á perdição do maior dos bens - o c;,.minho do céu. Eis as minhas doutrinas, eis a vossa obra, senhores dou tores, isto é, o vosso meri to, porque a vossa obra é pia. Não julgu preciso dizer mais para me fazer conhecer de vós, e então devo pro:– curar descansar a vossa attençãn, mar– chando para a conclusão do meu mesqui– nho tl'abalho. Senhores doutores; depois de já quasi iden tifi cado comvosco, é fulminado de saudades qne vou dizer-vos as seguintes palavr:lS: Von deixar-vos, talvez para sem– P 'e, ou, pe lo menos, po1· longos annos 1 Dolorosa i.d éa para mim ! fitas eu tenho agora antros deveres a cumprir, tenho dividas talvez mai s sagradas contrahictas por meu credito! Lá está o lar da familia, que deve ser o idolo do homem, que tem coração ! Lá estão os lares patrios me en– feitiçando com suas brisas l Lá estão meus velhos e carinhosos paPs, cujo abandono de oito annos é o crime maior de que me remorde a consciencia: não obstan te ter sido expiad o pela perda igual de oito an– r,os de exílio 1 Possa eu ainda ou vir a voz da consciencia, e prestar-lhe mais acata– mento I O filho prodigo, quando ferido na terra extranha pela dôr da desgraça lembrou-se da casa paterna ! Ah I Que não seja ·eu peior que o fil ho prndigo? Ah l Que minl1a vaidosa gloria litteraria não me seja ·um passaporte para a ingratidão! Meu desterro, senhores dou tores, foi sua– visado pelo vosso contacto, mas foi sem– pre desterr o, isto é, foi sempre uma pena! Permitta Deos que produza seu effeito: - a minha correcção ! Deixanuo- vos, senhores dou tores, acre– ditai-me, cu sinto u ma grande perda : a di stancia e talvez a privação de vossas lu – zes. Sim, senho res dou tores , mal haja esta emancipação legal, se ella trouxer comsigo a emancipação scientifica I Mal haja.º premio de collega vosso - que me daes ltOJe - se eu amanhã não tiver o di– r eito ele aprender comvosr,o? Suavis:ie- 1:1ª, po is, a dôr desta privação e permit– ti qu,:, eu vos J?CÇa, como já de~te mesmo lugar vos _P~dm um meu ili s tre ante– .cess_or: gma1 de lo~ge os meus passos ain– da rncertos na espmhosa vida real 1 Acabais de provar-me por uma brilhan– te maioria de votos, que não desmereço no vosso conceito, em relação á milícia da jurisprudencia, de cujo maior posto me vae ser dada a posse e titulo. Ah 1 s-enhores doutores, que não desminta eu ç. conflanQa immensa, que acabais de pro- 61 f j ,,.. í09':r?"'Pl"IPn15◄ digalisar-me com a honra excelsa de ele– var- me até vós ! Quando se chega á altu– ra., é que se conhece quanto é aterrador o peso enorme da responsabilidade inhe– rente á obrigação de manter i!leso este • sagrado deposito que me vai ser confia– do! Parece que sobre mim se fitam neste momento todos os olhares do céo e da ter– ra 1 Proferindo es tas palavras, que são o preli1àio de u m juramento que faz tre– mer, eu rnjo Deos e os homens :uneaçan– do da mais severa inspectão 03 meus mal seguros passos neste hori sunte immenso, que se chama fu Lurn 1 Enorme peso. Se– nhores ! Deos e os homens se dispõem á julgar-me, mas eu - pP-rmitti-me a falta de modestia - sin to nm raio de l uz que an ima minha coragem, porque tendo fé na protcc:çâo ele Ueos, tenho esperança na indulgench Jos homens! E agora, Sr. cli– r ec lor, V. Exc. cujo sympathico e be11o caracter eu tenho a honra de saudar neste momento, V. Exc. que saho- tão feliz– mente - conquistar a affei\ão de seus discipulos, seja comigo, mais uma vez, bondoso, como aliás sempi-e o tem sido, e conceda-me a gloria de obter o gráu de doutor em direito por esta Faculdade do Rei;ife, a filha dilccta do catholicismo brazileiro. Tenho concluído. Recife, 5 de Outubro de -1864. CATÃo GuEnREll\O DE CASTRO. O ~i"otesta1ntisu110 j ei3 ado pOD" anB 1n•@testante. Nosso corresponden te de Londres trans– m ittiu-nos noticias cheias d'intere:se, so– bre um memoro zeloso du Igrrja protL·S– tante, M. flill yard, que, com o nome de padre Tg-w1.cio -F,tther rgnatius - cmpre– henuen r estabelecer a ordem de s. B n to entre os seus correligionarios e fundou em Nurwich um convento, onde a regra beneui ·tina se observ;i á risca, tanto quan– to ó dado ao erro approximar-so á verda– de. Os novos bened ictinos celebram as fes– s da To-reja i;atholica, observam duzen– tos dias tle jejum, dão asylo a h?mens e mulheres, p regam missões 1_1as cidades _e dão, com o seu modelo de viver, os mais edificantes exemplos. M:Jito'> destes apostolas, não tendo ou– tra missão senão a da propria conscicncia, teem recolhi do os fru ctos de seu zelo, abraçando a religião catholica. Entretanto, 23 ministros da igrej a estn.-– bclecida em Inglaterra accusar m acre-
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