A Estrela do Norte 1864

( 4M -- - Esperai, espet·ai, deixai-me mandar sahirtos meu s criados, po1 que não quero que elles me es trangulem esta noite. Certo professor que educava a um me– nino, por quem mui to se interessava o i mpio d'Alembcrt, perguntou a este se não ser ia bow que o menino fizesse a pri– meira communh ão. - E que du vida, disse d'Alembert, ape– zar de ser impio ; porque so os meninos não tem religião, mandam logo a moral a qu antos diabos ha. Certo padre em França apertado por outro para qu e não prestasse juramento a essa fatal cons tituição civil do cler0, não podend') responder ás razões que ou- via, di sse : . - l\Ias, q ue quereis, eu devo viver. - Mas la mbem deveis morrer, lhe res- pondeu o segundo ; pensai nisso bem. Em tempo de Pasc:hoa um padre catho– lico entregou a um ministro protestan– te, habituado a zombar dos Sacramentos, cer ta somma con sideravel em restituição, pela qu al fllle não esperava. Este argu– men to fez-lhe impressão, e não perdia oc- casião 1le diwr: · - Prrciso é concordar que a confissão é boa cousa. · Soneto. llfemento, homo, guia pulvi.r es, et in pulverem revcrieris. Lembra-te, ó homem, qu'és de pó formado, Fragil ma teria, a quem destróe o vento, E's hom1:m por efl'eito de portento, Sendo homem serás em pó tornado: Séria experiencia já te tem mostrado, Que deixas de ser homem.n 'um momento, Ou já solfren ct o longo mal violento, Ou já de um levo sôpro dissipado: Que rPsta, ó homem , pois ? fitar a.. vista No quad ro que te olf'rece a eternidade E o céo só deve ser tua conquista : Ama a vir tude, detesta a imp iedade, Olh a que a morte muito pouco dista, E tens na cinza as provas da vcraade. Gloso. c reado o Mo por Deos, creada a ter ra, E' separada a luz da sombra escura Creado tudo 9uanLo o globo encerrá. Em obra mais pr.rfr it (l n os se ap ura: rn.::asw-rnz~caucwww+ s Não é snstancia de elle \'ada serra, De que Deos organiza a crcn tu r:i, De h umilde barro fo i A1'.ão gvrad o, Lern bra-te,ó homem, qu 'es ue pó fu rmado, No sôpro que lhe dá..,o Omni potente, Os espi_ritos vi taes logo lhe inspira, O qu e a pouco era barro agora ó gente E salu tífero ltalito resp ira ; Desgraçado se torna de repente · Porque da innocencia se despir;l : Per·dida a alma, fica n' um momen to Fragil matcria, a quem destróe o vento. Esquecido de neos, e do q ue era, Desobedece o homem desgrnçado, O bem en tão con hece, que perdera, E fi ca prisioneiro do peccad'.> : A' graça qu er tornar que recebera, Mas é já differen te o seu Pstudo, Lamenta, Ad ão, o teu esquecimen to, E's homem por elfeito de porten to. Vê, ó homem , o Pai de qu em descenil es, Por causa do sPu cr ime suspirando; Vê, que a mater ia, á que alma prendes , Porn:o a ponco se vai ann iqu illando : Olha os vicios crueis com quem contt.!ndes Que a vi~toria infeliz vão acclamando, 1\ ttende a teu dest no desgraçado, Sendo homem, serás em pó tornado. Da desabrida morte a mão mirrada, Mo vendo a encurvada fo uce dura, Ou de sangue real a tem mesclada, Ou do pastor a vida desílg,ura : A id ade ju veriil 5e vê cor tada, Dissipa-se a velhice que j á du ra , Que a morte não 1:1ttende a sexo e estado, Séria expcriencia, já te tem mostrado. O sabio, o rico, o ignorante , o pobre, Sugeilos são ás leis da na tureza, Tanto vale o h 11 mi ldc, como o nobre, São todos concebidos na fraqueza : A massa qu e os gerou, e que os cobr e E' muito debil , e fal ta de fi rmeza; Não te fi es na gloria, n Jm no angmento, Qu e deixas de ser homem n'um momen to. Oe uma pobre membrana pro d nzido Do mn ndo é o Ente mai s perfeito, Que sendo IÍd pcccado concebido, Aos males do PGCcado c~lá sugelto : Em pesados c11 !rlaclos enrnl\·ido Combatendo perigos peito a peito, Acaba de repen te en tre o tormen to, Ou já S<!_fi'ren tlo l ongo m a l violento. Infeliz condição, infeliz ~orte A culpa originou á cspec1e humana, Sej a debil veri::o ntea, ou tronco fl'rte, Seja planta ras teira , ou arvore u fana:

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