A Estrela do Norte 1864
~ fif S Si: t E = ~m l;wcaw&&&i Oo 11t»~§i@n aJ:>iOl!J vmu ulo á § re- 11not :t1@ 1-u1.1Pte§ alio 1m.ag11Dtllo ~n.ll 'a piropa9lt1111•eno o E~·,u~geHo.o. - "Mas qu·e vejo eu, ha dous seculos? regiões immensas, que repentinamente se abrem ; um novo mundo ignoto ao antigo, e maior que elle. Nem julgueis que só á audacia dos homens sejam de– vidos tão prodigiosos descobrirnen tos. Não outorga Deos ás paixões- humanas, ainda quando parece dicidirem de tudo, senão cruanto baste para serem instru– mentos dos seus desig-nos. Agita-se o ho– mem, mas é Deos quem o gu b . A fé, implantada na America, a despeito de ta– manhos vendavaes, não cessa de produ– zir fru ctos. "Que mais falta, povos do extremo Oriente ! Cêdo vossa hora soará. Alexan– dre, o veloz conquistador, pintado por Daniel como nem com os pés tocando a terra, esse que tanto ambicionou subju– gar o mundo inteiro, parou bem longe aquém de vós ; porém mais longe do que o orgulho vai a caridade. Areias arden– tes, deser tos, montanhas, distancias, tem– pestades, escolhos de tantos mares, in– temperies, o fatal meio da linha onde se descobre novo céo, frotas inimiga&, costas Larbaras, nada, nada pode suspender nquelles a quem Deos envia. « E quem .são esses, que voam com as nuvens? Povos, transportae-vos sobre vos~as azas ! Que o Meio Dia, o Oriente, e as ilhas desconhecidas os aguardem, e em silencio os encarem vindo de longe. Como são formosos os pés desses homens, que lá chegam do cume das montanhas, a trazer a paz, annunciar eternos bens 0 prégar a salvação, e dizer: « O" Siao ! teu Deos reinará sobre ti ! » Eil-os esses no– vos conquistadores, que avançam sem armas, excepto a cr uz do Salvador. Eil-os vem, não para arrebatar riquezas, e der– ramar sangue de vencidos, mas para of– ferecer seu proprio sangue, e communi– car o thesou ro celeste. « Povos, que os vistes chegar, qual foi, à subitas , vossa admiração, e quem a po– de representar? Homens, que vem a vós, sem serem a_ttrahidos por 11\'itivo algum de commerc10, de ambição, nem de cu– riosidade : homens que, sem jámais vos terem visto, sem saberem mesmo onde vós estais, ternamente vos amam, tudo deixam por vós, e vos procuram através de todos os mares, com tantas fadip"~S e perigos, para vos tornarem co-parti.c1pes da vida eterna que elles descobriam ! Nações sepultadas na sombra da morte, 9ne luz sobre vossas cabeças. ..... F ENELON, Le11UfDll'8U ~fUll de UIIUl, fanlilia do 1111owo. - Seca.do x. (Fragmentos.) I. O PEREGRll'IO. Eu, Roberto, indigno prior do abbade de Sain-Amand, á pedido de Ilaldwin, outr'ora educado neste mosteiro, escrevi a historia de sua vida, e a confissão de suas faltas: elle julgou esta historia pro– pria para servir de instrucção aos homens ambiciosos e avarentos, que, com a con– demnação de sua alma, serviriam as pai– xões dos príncipes e dos grandes: llaldwin, filho d'um de nossos vasallos, tendo muito cedo manifestado um espí– rito subtil, e uma intelligencia rara, foi, pela caridade do abbade ele Goziin, ins– truído nas humanidades; mas por maior que fosse o cuidado de incutir-lhe na alma o espírito de piedade e de humanhlade, sem o qual é vã toda sciencia, testemu– nhou desde sua mocidade o desejo de ele– var-se ácima de sua condição, e um gran– de ardor em seus projectos de ambição e de riqueza. Estando um dia o conde Bal– duino, vulgarmente chamado o Calvo, em visita a nosso mosteiro, notou o joven Baldwin, que teve occasião de se tornar agradavel ao príncipe por alguns peque– nos serviços e pelos chistes de um genio jovial. Quiz o conde empregal-o em sua casa, e para este fim nol-o pediu . Não pu– demos recuzar, e Baldwin seguiu seu se– nhor com o coração transbordando de ale– gria e de esperança. Teve um emprego entre os criados de matilha, e ahi ainda agradou ao marquez; e por seu espirito, ap tidão e extraordinario zelo, pouco a pouco ganhou sua plena confiança. E' sabido qual era então a sit~ação do reino dos Francos ( seculo X). Os grandes, tão su bmi ssos outr'ora. á mão terrível de Carlos i\tagno, sentiam-se pol' sua voz fortes sob reis fracos, e um delle~, Eudes, conde de Paris, sustentaY:i.-se a alguns nnos no trono de França, apezar ela'- rc– claníações do legitimo herdeiro, o joven Carlos filho do rei Carlos-o-Calvo. Os prclaa'os, r.ntretanto, o clero inteiro, se lembraYam do Juramento prestado ou– tr'ora ao pai do mni religioso imperador, pelo qual se tinham obrigado todos os chefes dos Francos a nunca reconhecer corno rei 1!-m /wme~ ~ue nllo fosse da familia de Pepino; e fieis a este voto de seus prede– cessores, Foulques , arcebispo de Reims, e seus suffrag-aneos, os metropolitas de
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