A Estrela do Norte 1864

U111n. Jlr.1111ã. grava-se intcirn.mente á seu irmão, vi– vendo .i unto delie quando clle queria, e (Continuação.) j ulgando-sc a mais feliz creatnra do mun– do e muito resig nada. Quando elle queria 1n. ausentar-se ella o deixava partir, e se compensava escrevendo-lhe frequentes Edgard acreditou-a, e não pensou mais cartas, nas quaés sem arte nem pretenções nisso; era um cuidado de menos, e elle descrevia toda a sua alma. era pouco amante de cuidados. j l'óde-se julgar o que d'ordinanio eram Retirada para o campo, a joven Cicilia pelo que referimos a pouco no princiJlio fazia na visinhança os maiores beneficios desta historia. Devo agora dizer-vos como que podia, e passava, pouco mais ou me- sube a historia de que me faço mui inha– nos, a vida d 'uma irmã de caridade. Tam- bil narrador. bem os pobres a bemdiziam, e os meninos lhe davam instinctivamento o nome de IV. mãi. Feliz nesses cuidados e disvcllos, a pi edoza donzella nada mais desejaria se: 1 Um de meus amigos, padre ha desesse te a alma de seu irmão não a inquietasse annos, foi ao principio posto como coadju– profundamente. 1 tor em uma cidade onde o Senhor Far61 Posto que muito joven, para conhecer e sua irmã iam de tempo em tempo, an- o mal ella o conhecia ao menos pela re- tes da morte de sua mãi, passar alguns pugnancia que elle lhe inspirava; e esta mezes. O padre Perraud impressionou a admiravel delicadeza lhe fazia involunta- M. Farel não só pela elevação e energia do riamente comprehender que fa.lt.ava a seu sua palavra, corno pelo seu exterior mo– irmão Edgard, o mais precioso de todos des to e recolhido. Não tendo confebsor os thezouros: a innocencia e a paz do para L ***, a SenhoraFarell dirigiu-se ao coração. 1 meuamigo, cuja direcção esclarecida lhe - Todas as vezes que elle voltava ao cas- •fez fazer em pour.o tempo sérios progressos tello para passar um ou dous mezes de na piedade. O padre Perraud assistiu a ferias, Cicilia multiplicava os encantado- Senhora Farel em sua morte; e prevendo res artificios de sua ternura para prender queseus filhos orfãos teriam poucos air.i– com estes laços innocentes o joven e re- gos, e sobre tudo poucos conselheiros, pe– belde pecador. j diu ao joven padre que contiuasse para - ~linha chara, lhe dizia alg-umas vezes com seus filhos as bondades que ti vera • Edgard, minha chara, nada alcan~arás de paracom ella mesma. Cicilia considerou mim até qu e sejas uma sancta 1 1 esta r ecommendação como a a imposição A pobre menina corava, e á noite exa- ' d'um dever de conflian\,a absoluta para minando sna consciencia, achava faltas, · com o ministro de Deos, consolador dos até então desconhecidas, que sem duvida ultin10s momentos e da agonia de sua eram o obs taculo da conversão tão dese- : mãi. Elia acostumou-se a dar-lhe por jada de seu irmão. ! escripto, todos os mezes, conta de sua Poucas vezes entrava na camara de consciencia, para supprir o que não podia Edgard, que contrastava com os outros fazer verbalmente, pela obri~ação que ti– quartos da casa, por sua decoração lin- nha de viver no campo em companhia da e muito moderna. No entanto, muitas de uma velha ti.a, que por caridade havia vezes, quando Edgard ia muito cedo para recolhido em sua casa. O padre respo!l- 11 caça, ella ahi entrava rcceiosa e com dia-lhe poucas vezes porque o seu mims– os olhos baixPs, ajoelhava-se junto ao lei- terio pouco tempo lhe deixava de <les– to e fazia roma mão o signal da cruz sobre canço, mas bastava a Cicilia saber que o traveseiro de seu irmão, para que, des- elle a seguia de longe com interesse, e que cançando a cabeça sobre elle, achasse não l;.fa poderia sempre fazer um apell? a seu sei que impressão de piedade, ocomo um zelo quando tivesse uma verdadeira ne- i'ermen da sua conversão. cessidade. Um dia Edgard achou-a assim de jee- Quanto a Edgard, sua ".ida dissipada lhos, com os olhos banhados em lagri- raras vezes lhe dava o deseJo de occupar– mas. se de sua alma; mas conservava uma _ Que fazes Cicilia? Creio que choras ·i lembrança reconhecida e affectuosa do mous peccados. . confessor de _sua mãi.. 1\11:itas vezes mos- - Não I meu amigo, replicou ella, peço mo promett1a á sua 1rma que, se algum a Deos q.uo não tenhas a infelicidad e de I dia el_le se quizes~e_confossar de novo, re– eommetter um só que seja mortal I ceberrn !1- absolv1çao das mãos da(Juello lllJ...El'a esta a vida de Cicilia : Ella consa- que, umco no mundo, podia-lhe repre-

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