A Estrela do Norte 1864

A. E§'.l'RELLA DO i\'ORTF. , annos é um memorial de luto, escrip to pelo dedo da morte. - Mas , ajuntou elle com a robusta fé de christão, graças ao Christo eterno, n em a infamia , nem a aversão, nem o desesper o puderam aqui entrar; e quem sabe se não foi a dôr que nos conseJ'vou o amôr , a confiança e a paz? L. VE UI LLOT. A DIGN IDADE DO CII HISTÀO. O ser chri~tão é a digniJadc maior do h omem , e é o titulo de que mais deve glorear-se. Se não fôr christão pou co im– porta qu e seja r ico, nobre, ou Rei. To– dos estes titulos são humanos. Só o ser christão, dá ao homem um titulo divi– no, porque o to1l\a filho de Ocos e her – deiro da s ua glot-rn. Porém esta dign ida– de incomparavel não adquiri mos pelos nossos merito", nem pelos de nossos pais c.u ascen den tes, senão pela graça de Deos; is to é, por um favor inestimavel que Deos nos quiz fazer . Nascemos em peccado, e por conseguinte es tavamoE perdidos. Po– rém o Senhor olhou para nós com mize– ricord ia , te\'c compaixão da nossa des– graça e chamou-nos para ser mos chris– tãos. Que agradecimen to poderá ser corr es– pondente á tamanhos beneficios I Ah I os dias da nossa vida poucos serão para darmos graças a Deos por nos haver fei– to ch ristãos. PEHDAO AOS I N!nfJGOS. s. João Cualber to tinha um irmão, que fura assass inado por certo inimigo seu. Este homem feroz e sang uinario, algum tempo depois, encontrando a s . João Gual– berto bem fornecido de armas, em u m si tio onde ambos não pod iam evitar-se, arrojou-se-lhe aos pés, tremendo, e com os braços encruzados, s upplicando a seu contrario em nome de Jesu s Crucificado Cfll e não o matasse. o santo condoído d h umilde estado e rogo do a assino per– doa-lh e, abraça-o, e vai orar em ' u ma igreja proxima. Desde então largou a farda, disse adeu s ao mundo, retirou-se á um convento, e com o correr dos annos foi o fundador da ordem de Valumbroza. IUSGO DE CARIDADE. 1 Uma mulher depois de ter \"iv ido na abastança, cahiu cm mi scria profunrfa, ; 'll'Pd::iRi jff ~™™ poz em loter ia o aureo grilh ão do dia ct e seu hymenêo . Um dia ch ega clla á casa de u ma moça da cidade, e apresenta-lho o grilhão, dizendo : « Pertence-Yo , por– que foi o vosso Lilhete que o ganhou .,, Ai! ha trinta annos que, eu o pos ·uo. » Aj o– ven antes de o receber pede licença á in– feliz mulher para ir fallar á sua mãi ; pas– sa para uma salla visinha, e volta d'abi a pouco com o rosto alegre como quem obteve u ma graça gran de . <• Senh ora, diz ella, vós tendes possuído este grilhão dn– ran te trinta annos; eu desejo qn o pos– sn aes mais outros trin ta porque é rnsso. » A r.greja paraense ababa de soffrcr mais u ma perda no seu clero. o n.evd. nay– mundo Antonio Sanch es, que, como no– ticiamos no nosso numero 38, achava-se gTa vemcnte enfermo, su ccumbiu no dia t 7 do passado, ten do soffrido a dolorosa enfermidade por espaço de 9 dia . Regeu a Igreja de Obidos por mais de 50 an nos; sempre mereceu a es tima rlos seus pa– rooh ianos, e baixou á s 0 pu ltura deixan– do entre elles o exemplo de muitas virtu– des. - No dia t 0 do corrente o Exm. Sr . Bis– po diocesano benzeu na igreja de Santo Christo a bandeira do corpo policial des– ta província. Este acto assistido pelas pri– meiras au toridades fo i feito com todo o apárato e solemnidade. - No dia 2 celebrou-se a festividade de Santo Christo dos Srs. Militares. O templo es lava ornado com todo o esmero e ex– plen dor. Orou ao Evangelho o llevd . Pa– dre Antonio Augusto de t\lattos. Ao anoi– tecer do mesmo dia houve u m solemne Te-Deum, antes elo qual pregou S. Exc. Hevma. sobre Jesu s Christo considerado como Sacerdote, victima e vida das nos– sas almas. - Na capital do Marar,hão_ come~o1;1-se a pu blicar um novo period1co r~l!g·10 o intitulado - A l<e - , oh os ausp1c1os do Exm. Sr. D. Lu i1. da Conceitão Saraiva, Bispo daquella diocese. Sau damos esta bôa folha , o lhe deseja– mos toda prosperid ade para desempenhar o seu programma, em ordem a levar ás par tes f!lais Io1:1g_inquns do bispado as oc– correncias rchg1osas da epocha , e a avi– var nos que a lerem as r egras da doutri– na e moral evangelica por meio de lcitu– rns qne i11slrnarn deleitando.