A Estrela do Norte 1864

to faz qu e é finalmente introduzido no inter ior do cas tcllo. Logo s apresenta uma senhora ; reco– nhece ellc suu irrnil, não obstante estar clla ricam:mtc ves tida, o quer saltar-lhe ao pescoço dizendo: « Minha irmã 1 » Porém clla recún. espan tada, dá um grito e llle pergun ta o que quer ? Diz-lhe elle como se chama; quo é seu irmão; que voltou das Indias, e a reconhece per– feitamen te ; porém ella se affasta dclle com horror, toma-o por um mendigo au– dac ioso que buscou este pretexto para in– troduzir-se em sua casa, e não póde neste negro torto e carcunda reconhecer seu irmiio: « Vús, meu irmiío ! lhe di sse ella ; sois um impostor! Estou l~em cer ta que meu pobre irmão morreu nas Tndias; deram– me esta noticia; e alem disto, acaso era ellc torto? era negro ? era careunda? 'ão, não, meu irmão tinha ambos os olhos, era direiLo e bem feito, tinha a pellc bran– ca, e seria preciso que cu cstivessc louca 1Jara tomar-vos por ellc. ,> Debalde insistiu o desgraçado, suppli– çou, encolerisou-sc, e como com cll'cito acred ita r que um homem se tornasse car– cunda cm trinta annos e fosse mudado em negro de um di a á outro? Foi ellc portanto vergonhosamente expulso do castello de sua irmã, e an Los de ter pódi– do chegar á cidfi.dc visina, onde queria provar pelos tribunacs sua identidade, cahiu desfallecido no caminho, e morreu de miseria e de clescsperaç:ão n'uma caba– na visinha 1 Tal é meu conto, caros leito res ; Yerda– clci ro conto, se jhma.is o hon ve, mas que por isso não encena menores verdades ; porque esta historia, que acabo de con– tar- vos, ah ! é talvez a historia ele muitos em nós, blasphcmando para agradar aos impios, embriagando-no. para agradar aos hebados, dissolu tos para agradar ao li bertinos; cmfim, tal qual esse desgra– çado carcunda, torto e negro, para. agra– dar aos tres negros, tortos e carcundas, cuja a.ffcição cllc queria conqui star. .Pois bem I culpados e loucos como ellc, obramos como cllc, e quando no jnizo fi– nal nos apresentar-mos com nossa alma toda desfi gurada e manchada na presença de ·osso Senhor Jesus Christo, quando quizcrmos reclamar n01Jso quinhão ela celeste herança, r cspond er-nos-ha Elle, como na historia que ainda ha poüco vos referia:« netirai- vos de mim, eu não vos conheço ! Eu ;-os tinha f"ito cbristãos ! vos tinha darl o um cora~ão r ccto , uma intelligencia esclarecida pelas luzes clhi– nas da f6, uma pureza ccle te pelo bap– tismo, e agora diante de mim vo apre– sentais com uma alma deturpada pelas paixões, cega pelos vicio$, polluida por uma vida material ; nã.o, não sois meus cli cipulos, meus cohcrdciros, meus ir– mã.os taes qnaes vos tinha feito pela gra– ça! Não participareis ela minha heran– ça!" Tal será a scntcnra dos ímpios, mas não a vossa, não é assim? meus caro lei– tores ; porqu e, se perdestes a graça, tor– nastes a adquiril-a; se vos dcsYiastcs do bom caminho, tornastes a entrar nelle ; vosso corac:ão tornou-se recto, abrfram– se vosso olhos ás luzes ela f6, vossa alma, pelo arrependimento, recobrou a inno– ccncia da pureza bap ti srnal, e quando vos apresentardes diante do. bom Deos, cm Yez de uma palavra de reprovação, dir-Yos-ha Elle com divina br~ndurn : « rinde, ó e - co /hfrlos de meu Pai, e tomai posse deste reino que vos hei preparado de toda a eternidade . " de nós ! ( Tl'acl. ) Com effcito, todos nós temos uma he- - rança á _receber, e que h eré!,n_ça ! Ado céo, . Visita ale § . Exe. Re~'Dna. ᧠we– do para1zo e da eterna fch c1dade ! - !\las para obtel-a é preciso que ;osso Senhor Jesus Christo, nosso irmão e nosso Deos, nos o Salvador e nosso Juiz, nos reconhe– ça no ultimo dia por seus irmãos e dignos cohcrclciros ! Ora, nós commumme1t)i pr?cecl~mos_como este pfillre insensato, cu.1a historia acabo de contar-vos; in– fl ammaclos pelo amor das riquezas e dos prazeres, opprimidos pelo r espeito huma– no nos emprazamos cm clisperdi çar os do~s que Deos nos havia !cito,~ equ_idadc do coração, as l~zes da mtell1gencia e a innocen cia bapt1smal ! Nos deformamos, cegamo-nos á porfia, manchamos a pureza de nossa alma, des– figuramos ai magem de Ocos por Elle posta S. Exc. Hcvma. ,1chando-sc na capital do Amazonas, jnlg-ou opportuno_ir ver p_or si mesmo o estado das parochias do ht– toral elo Solimões, e aproveitando a par– tida do vapor Jncct, cm destino á Taba– tinga, começou sua visita pastoral, visita tão necessaria e que deixa sempre após si tão grandes bençãos. De uma pessoa da sua comitiva recebe– mos estas lig~iras notas, que nos apres– samos a publicar : << Partidos ele Manáos no dia l 3 pelas ti horas da tarde, l\farapatá se nos mostrou nas obscuridades -do crepulculo, e logo

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