A Estrela do Norte 1864
d3 elevado como de con solador, e cujas obras são moldadas e d ir ig idas pelos p r in– cipios d.i. justiça. Esse homem tem um coração t erno, um emhlan tc cm qu e sem– pre se vêem pintadas a al g-ria, a gTaça e a sa tisfaç:ão ; um olhar n obr e, ma cheio do h elleza, um olhar qne at trahc ao mes– m o tempo e que induz á ven er ação. Se fal– l a, n ão se ser ve da lingu agem para fin s que a mor :ilidade r cpí.llle o altamen te con – demna: n ão cen sura do seu semel han te : não concorre com o maldizen te pai'a. en– xovalhar o p obrn qu e p ede, cober to do ruins trapos, n em Lüo pouco para m nos– caba1· do rico, a q uem a fart ura. faz qu o viva n 'u m palacio mages loso, rod ado do h omon que o scn·cm . Co nh •cc um Ente cheio d.e b ondade, de poder e justiça, q ue quiz e rrcou essa i rn men . idade elo nrnn– <ios, qu e pódt..: mesmo redu zil- os a.o nada ; mas niio conhece menos o preceito suave da caridade, que é o elemento ma is for t , 0 11, por vent ura, o un ice qu e póde plan– tar no seio da sociedade o gcr mem do bem e faz er qu e nell a. reine sempre a mais com– pleta h a1 1 monia. A' vista desse p receito elle olha para o. ou tr os h omens com olhos d amor e de profunrla a.ttenrão ; consi– dera- os orno ramos de u ma ar vore gra n– de e fron dosa, de que ellc tam bem fa z par – te, e que terá de ir de secando, e desap– parecerá da face da terra qua n do soar a hor a ex trema da con u mmação dos sew – los. Se elle tem um pão, emb ora seja. po– bre, vai rcpa.r til-o com a.qn elle qu e ai nda. é mais miser avel , mi tiga lhe as dores do padecer acer bo, consola-o n a sua. desven– tu ra , e com elle ig ualmente exper imenta o peso da infelici<lade , mas com res igua– ç:1o para ensinar- lhe a. ser resignado. Se é rico, divide a sua riquezn com o cru e só t em por leito u ma pedra dura., e por vc:– li do u m panno r oto que apenas póde res– /iUardal- o das inclemencias do ar : o ou ro, a prata , as pedr as preciosa s, os moveis magníficos, os esto fos mais r icos e mais bem trabalhados, abundam n o seu pala- io, mas de Ludo isto elh: faz u m u so agra– tla.\'el aos olhos de Deos e da. sociedade; p or<cue sa.bo iue ao:u ellc a qu em foi tlado o thesouro elas r iquezas foi des tinado m esmo tempo pam tu to o ;unparo do p ohre, elo miserarnl : - esmolai a quempl'e– cisn - disse o Senhor. A relig ião faz tod o 0 ob jecto de s11 A.s delicias , o n a lcil 11ru precíosa e consoladora elos livros ~a.ntos cmpreo-:i elle u ma par te bem cons1der a.– vol do t,dia; a oração sempre l~he sah~ d~ peito e vem pou sar n os lab10s, o d al11 em h ~·mnos de agradecimento e_ele doçura s H prn.ia e desenvolve. necolludo cm su ~. casa , pou r·o 1h r importa o qn c Yat pelo mun do , ao me mo tempo qu elle toma o mai s vi m in tercs e pelo bem de todo os seu · s"mclll :m te ; n5.o examina , não julga as ncr õcs de pcs oa alo-uma, po rque o juiz el e todos 6 D o , e este é que tem de ,i ulgal-o t1uando tran pozcr as por– tas de ta rida. Ycdc-o qua ndo e dirige para o templo : com que de voção, acom– panha.d:i. ela mais p11 ra singeleza e ame– nidade, cll S3 prostra ao chegar per to do a11ct11ari o ! Ora, e a ·ua oração , e as uas pr ce ·,eassu aspa la vm r1u e cl i sea.Deos do fundo do sua con sci ncia acham 11 111 é•co -bem fiel na con scieucia cl todos a ha.m u m:i. repeLiç-ão oxn cti sima na opi– niüo de toda a humanidade. Dil'ioi qu e elle rirn s •mpre u ma vida ue . oli dão e retiro, c11 l r cg1 10 á mcd it:i rão ma is atu ra.– da profunfl:t ; nem sempre a,sim é : con – forme o modo tle Yi ,lu que e1le :1.doptou cu mpr os seu s tleverrs com a maior pon– tualidade e cu idado, mas d maneira que 0111 nada se lc.lska dos prccc,itos da. mo– r al; é o mesmo na 1n·al_'a pnlJllca, e 110 mosteiro, no me io do bulício continuo das cidade· , e nos SC"'l' elos da solidão. Quan tas vezes as maiores p r ivaçõe , os ma.is compli cados i ncommodo , as dores mais crueis, as nffl icções mai s pen tran– tes e violentas. rnm per tu rbar-lho a paz, :1. tranquillicla.rle, e offencler a u a sau de 1 o cru a n tas vi::zcs, apezar de t u do isto, elle uão mu da de s ' m l.llante, e o r iso e a ale– µ-r ia mais pura se rncm pin tado m to– elo os sel!S tra r os I E' assim qu e ell e sof'– frc, resignado e segu r o ao bor dão da pa– ciencia, males taes e tão gr aves, que por si sós seriam capazes de desan imar e ator– menta r o cspir ito mas tenaz e soffredor: é des ta maneira qu e clle mar chu. na car– reira da vitla. E o se aproxima esse mo– me nto cm qu e das prisões el o corpo lem de er liber tado o espírito que o viYifica, n ão receia elle o seu fim ; não o a lemorisa o 6'1'i to da morto que está prc tes a des– carrc;.rar- Jh e o g-olpe, n em a presença do Juiz Eterno qu e yai julgar seus actos, o examinar o qu e elle fez du ran te o b reve pcriodo des ta ,,fad ig-osa percgTin aç:ão. Já Locou-lhe as palp l.lrns o gêlo da. 1"0ort_:J , e o seu coração parou na su:,1 palp1 taç_uo continua ; os seu s oll.J os stuo embacia– elos por esse sop ro vcn efüo qu e vem ba– fej al-os 1rn sua ul1.ima qu adra. Tem elle um pen samen to ('ODsoludo1· e vastíssimo cru agita. o seu e pirito; é .i idéa de Deo e es ta idéa tão noh re, tão elevada e ma~ ges t~sa, Yem a~i'~ 1 ial-o do p eso dos seu s soffrunentos, m1t1gar a sua dôr acerba, e derramar nas chagas vivas do seu cora– ç~o º. balsamo prec ioso Ja piedade ·hris– ta . Srus olh os para Deos se cl ir'i,(!'cm , seu
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0