A Estrela do Norte 1864

& ES'I'IRELJJ.!l. .CHD lVOR'li'lú,, 'las todos o dias se come.. . Seria i to supportavel, n. eus bons amigos? Por minha parto, cm quan to me não fiz e– r em pernas o braços de aço, peito soli– do como o d'uma locomotiva, e um ce– r obro cm proporção com o resto, pro– t estarei com todas as minhas forças con– tra esta pretenção cm nome do vosso bem estar, da vossa saudo, da de Yossas mulher es, do vossas mães o de vossos filhos. Segunda razao . Se não Jm r elação ab– soluta entre a paga de cada dia e o ali– mento de cada dia, ha comtudo uma muito intima entre o todo do salano e o todo do alimento do operaria. Por qu an– to é de absoluta n ecessidade, que o todo do traball10 do opera.rio o al imento cm o tempo. sem isso ou morre de fome, ou abandona o seu trabalho. Ora se em todo o anno, tomado cm globo, o opera– rio descança um dia por semana, será forçoso repartir entre os outros dias a massa geral dos sala.rios, o n este caso acontecerá o seguinte : O opernrio tra– balhará seis dias; mas como é necessa– rio que elle ·coma cada iim dos sete dias, nesses seis dias .ganhará para o setimo. o seu es tomago não soffrorá por isso, mas ganharão as suas forças, porque o dia de descanço renovar-lhe-ha a ener– gia physica, bem como a energia moral. E' o que acontece na Ingla terra, na Ame– yica, nesses paizes d_e rude<, trabalhado– res, onde se faz posso assegurar-vol-o, grande serdço durante a semana, mas onde se descança ao domingo. Se pelo contrario o operario trabalha se te dias completos, a lei dura da concorrencia, que não pesa sobre o operario , senão porque pesa primeiro sobre o patrão, bai– xará n'um se timo o preço dos salarios e nem por isso o trabalhador terá mais fartura. A minha terceira m zao finalmente é, que para se trabalhar bem, é necessurio des– cançar a horas e dias determinados. Quer um operaria ser vigoroso, quer vêr fun– dir-lhe o trabalho, convem que reparta bem a sua vida, que tenha lima hora certa para se levantn.r, para se deitar, para comer; sem isto, se trahalh~ ás guinadas ( excepto os casos supen or es em que o trabalho o exige ) por fim n ão faz nada senão fatigar-se muiLo. Acon– ~ece-lhe o mesmo, que acon tece aos via– Jantes sem experiori cia, que cm voz elo caminharem com passo igual o ordinario avançam por corridas e cansam-se mui– to mais. Ora .º que o operario eleve fa– zer em cada cha, eleve igualmente fazel-o em toda a semana, e, a xporiencia o mo tra, no fim de contas ao cabo do anno terá trabalhado tan to o talvez mai s, de - cançando ele etc em sete dias, do que trabal banao sem intervallos ; por quan– to terá a saude mais igoro u e os bra– ços mais nervosos. Repito, caros leitores, muitas outras rasões poderia apresen tar para provar, que o dcscanço do doming·o não prej u– di ca o trabalhador, nem o pr oprietario. l\fas conheço, que tenho sido muito ex– tcn o a meu pozar, e por isso fi caremos aqui por agora. Voltaremos ao assumpto. V a 11.•.ii.edades. O PEREGRINO. Em um magnifico castelle, do qual ha muitos annos não resta sequer uma pe– dra que po. sa attcstar a sua oxi ten cia, vivera. outr'ora um senhor rico e podero– so. Consagrava uma parte de sua fortu– na pura augmen tar o explondor do seu vivet·, pouco bem fazia ae,s pobres que lhe estendi am a mão. Um dia ba teu-lhe á porta um peregri– no, miseravelmente vestido , e pedio hos– pitalidade por uma só noite. O senhor repelliu-o grosseiramente, dizendo-lho: -O meu castello não é uma es talagem. O peregrino r edarguiu: - Dai-me licença que eu vos faça uma uni ca pergunta, e eu continuarei meu caminho. -Com essa condição, diz o senhor, po– deis interrogar-me, e eu comprometto– me a r esponder-vos. -Tenha a bondade de iuo dizer, re– plicou o peregrino, quem habitou este palacio antes de vós? -Meu pai. - E quem o occupava antes de vosso p -1\Jou avô. - E quem o o·ccupará depois de vós? - Hadc ser meu filho , se Doos o pcr- mittir. - Ora pois, observou o peregrino, uma ,~ z que cada um habita este castello só por um certo. mpo, e que um cede sem– pre o lagar a outro, vós sois todos r eal– men te passageiros, e esta casa não é se– nüo uma hospedaria. Por isso gastai me– nos dinheiro em ornar a vossa habitação com magniflcencia o tornai- vos ca1: ita.ti – vo para com os desgraçados. Trat~1 nes– ta h abi tação, onde apenas c~tar~1s um instan te, de arranjar uma hab1tuçao eter- na nos c6os. 1 . _ Estas pal avras fizeram ta 1mprcssao

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