A Estrela do Norte 1864

i)mninngo . uno nn :li ,ie §eteanb1•0, AESTRELLA DO NORTEº sor. os A ·s1•1c1os n ll s. F.XC. nP.VllA. O sn. o. A:'iTONIO 1)8 MACEDO COSTA, msro ll0 PAn,i. @ atl1eao. e o lnon1e.11u .t•elligiol!lo, De todos os erros q11e se apoderam do entendimen to lmmano não ha um que seja mais Lerrivcl aos olhos da sã phi– losophia, e que produza no meio da . o– ciedade consequcncias mais assustado– ras do que o nthdsmo. Para todos os desvios da rasão, entregue a si mesma no fogo da sua e1fervescencia calorosa ha quasi sempre um pretexto que os póde dernulpar, ha quasi sempre uma idéa qne o espírito concebe como capaz de minorar a sua gravidade : encontra-se ordinariamente na boca do criminoso unrn palawa que seno de excusa aos seus funestos desregramentos. Mas para colo· rar este erro enorme, para fazer enca– ral-o de um modo menos clesfavoravel e prejudicial, ainda se não deparou com um argumento que 11lanLe no fundo d'alma a convicção. - Ide a esses logares em que se profanam as leis mais sagradas da natu resa; percorrei esses retiros tene– brosos onde so forjam os projec tos mais oll'cnsi vos da moral publica; se sois con• dusidos pelo espírito de bôa fé, e amor da veruade, achareis a cada passo ho· mens que tudo sacrificam ao instincto de suas paixões violentas, que se atre– vem a praticar tudo, mas que para tudo encontram - ou crcêm encontrar - um pretexto que os desculpe. A quellc, po– rém, que se affas~a dos seus sii:riilbantes : e vai com uma vista espantad1ça e feroz cerrar-se nos estreitos limites de um ga– binete escuro, para não ouvir o som des– pertador das preces que o povo envia ao Etern_o, ou que busca - emvão ! -re– n~ncun ao pensamen to profundo quo rema no espirita ele todos não achou nunca, nem poderá nunc~ achar um ' écho na vo~ ele toda a humanidade, que sabe que existe porque l.J.a um Ente que a creou. -:\'ão<', por cert0, a cony irçã0 íJ.ne Vcnitc ct ambulemus in luminc Don1i11i. ls,1 1. II. :,. vai infundir no seu coração ::issás icléas de terror e de espanto ; - o sen coração ,iá se acha empedernido pelo embate rc– volucionario das vcgras paixões, que ncllo fervilham. - Não é a convicção, porque a convieção nasce da fé , o a fó s6 a tem o que crê, o que adora : - é a inc– solução a indiJforencia, o somno le– thargico , qnc dP conhece a paz, por .qu e géra o desassoccgo. - Um homem tal é uma estatua de pedra collocada pela sor– te no altar elo tcwpo, mas que não tem movimento, por isso que é a copia, a forma do que já passou : - é uma mon– tanha esteril, cercada de urzes e de espi– nhos, sem uma hervinha, ao menos, que lhe mude a aridez . Ellc colhe uma flor, contempla-a mudo, admira, talvez, a de· licadesa dos seus matizes, a viYacidade das suas côres; e quando quur passar desse pensament.o e concentrar-se n'ou– tro mais vasto, forc eja por expcllil-o de si, e quanJo o expclle grita que no.o exis– te Deos ! Elle busca inquieto os ermos mais inac– ccssivcis, as solidões mais profundas crusa immensas florestas; e cm toda , parte o seu espil'i to sente o peso de uma idéa gravr, para clle : encolhe-se no man· to da indillerença, e cerra os ouvidos á voz da religião: - então ell exclama - « Nao existe Deos I n - Exclama, e a consci– encia sente logo p:: ssar o aguilhão do re– morso que ele todo a trassa; a consci– (lP,cia não Lrafica com o crime, porque il~lla quiz o ~ uctor da natureza collo– car o throno 'do seu culto que é empr, puro e divino. -Descortina ellc o mar? observa as suas ondas, n'um barulllo continuo sobre a arêa que lhes quebra as furias? Ouve o som ruidoso da tem– pestade com todo o seu csLan~arte de raios e trovões ! Temeroso so agitn., quer esquivar-se ao impul o rl?, na~urcsa i ~1as quando poderia estar mais po1 to Lla CI cn– ,;a, sr para cllr ainda a poct ,s haYrr-

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