A Estrela do Norte 1864
A. ES'.i'll.ELI,A. D8 NORTE. numera seus serviços-e quando o cam– po das batalhas os ha impossibilitado de prestar utilidade os desampara aos ca– prichos da sorte. A filha 1 joven e bclla- cheia de vida o mocidacte-'--a quem o mundo em seus sonhos de mininice apresentava quadros tão prasenteiros, e aquem os dias puros como o arrebol de estiva manhã se pas– savam alegres e contentes, porque não avaliava as neeesc;idades, vai ser victima da seducção e do engano. Apresenta-se-lhe um abastaclo-offere– ce-lbe um futuro, qual em sua phanta– zia havia imaginado-levanta-a elo abys– mo da honrada pobresa, e colloca-a na summiaacle da prostitnida grandeza– deshonra-a- e quando seus desejos es– t ão saciados, despri1. a-a, e a deixa en– tregue aos remorsos e ó. dor-Até então sua vida lbe parecia um sonhar deleito– so, porque o fogo das paixões havia obumbrado a luz da rasão-quando po– rem se vê isolada no mundo, chovendo– lhe de todas as bocas anathemas e im– properios-quando todos a fogem . • . a repellem-ai da misera! Então rasga-se a fun esta venda, que a separava da cru– el realidade : acorda do deleite que a em– briagava: conhece o horror da sua triste situaçã0 - Defilnha-se em lamentar seu estado, e cedo vai ao tumulo visitar os seus maiores. E que dizeis das scenas que vos tracei: Não são brincos de imaginação-são factos que diariamente se presenceiam. - Reparti com os pobres as riquezas, que possuis, que assim obedecereis aos }?re– ceitas do Deos, que vos creou, e granJe1- reis os corações d'aquelles aquem socc.>r– reis. Ea:tr. Variethules. O MUNDO. o que é 0 mundo para aqulll~s me~mos que O amam; que pareccúl 1p.ebrrndos com os seus prazeres e o:ie n~o _podem deixar de o amar? E' urª serv 1 ?ªº eter– na, onde ninguem v}"e. para s1, e onde para o homem viver i~hz lhe é n:cessa– rio poder beijar osiüI[OS o amar a s1:a propria escravidfi·· E uma revoluçao diaria do acontr~montos que despertam alternadamentr!I.O coração dos seus par– tidarios, paixzs a~ mais violentas e mais tristes adir crue1s, perplexidades ofüo– sas temor.; amarg~s, ciurp.es devorado– res: pez? s oppress1vos. E uma terra de maldição, onde os mesmos prazeres tra– zem comsigo os seu e pinhos e a sua amargura. o jogo cança com os seus fervo– res e com os seus caprichos ; as conversa– ções enfadam pela di versidade de genios, e pela contrariedade dos sentimentos; as paixões e os affectos criminosos toem seus de gostos, seus contratempo , suas per– turbações desagradaveis; os espectaculo, quasi não encon trando nos espectadores senão almas dis olu tas e incapazes de se– rem despertadas senão pelos excessos os mais monstruosos da dissolução, tornam– se !nsipidos, não agitando senão essas paixões delicadas que só fazem mostrar o crime do longe, e armar laços á innocen– cia. o mundo, emfim, é um logar onde a mesma esperança, que se contempla como uma paixão tão suave, faz todos os ho– mens desgraçados ; onde aquelles que nada esperam se julgam ainda mais des– graçados ; onde tudo o que deleita não deleita por muito tempo, e onde o tedio ó quasi o destino mais brando e mais sup– portavel que se póde esperar. Eis aqui o mundo; e não ó este o mun– do obscuro que não conhece nem os gran– des prazeres nem os aLLrativos da pros– peridade, do favor e da opulencia; é o mundo na sua belleza; sois vós mesmos que me ouvis. Ei · aqui o mundo; o não é o mundo dessas pinturas imaginarias cuja semelhança se não acha em parte al– guma. Eu não pinto o mundo senão con– forme o vosso coração ; isto ó, tal como vós mesmo so conhecei se sentis todos os dias. Massillon . ESCOLHA D 0 ESTADO. A escolha d'estado é de summa impor– tancia. Diziam nossos pais, que para a fazer acertada era. m~er invocar a ins- . pirarão de Deos. Não sei se se sedeva di– zer de outra sorte, boj o mesmo. Refiecte com religiosa seriedade no presuposto fu– turo entre os homens, e ora. Sentindo no coração a voz divina, que te dirá, não um só dia, mas todas as se,111anas, todos os mezes e sempre com n1tl.ior força d~jlersuação- Eis o estado que deves esc\jlher, - obedece-lhe com animosa e firme vontade. Entra naquella carreira, e eleva-te; mas conservando as virtudes que imploras. Mediante taes virtudes, todo o estado é excellente, segundo a inclinação. O sa– cerdocio, que amedronta aguem o tenha abraçado por leviandade, e com o c~ra– ção ávido de di vertimentos, é apraz1vel e conveniente para o homem pio e so-
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