A Estrela do Norte 1864

ES'.i'REL LA. DO NOR'.D.'E. po em supplantar o partido que lhe é ad– ver so com todo o vigor da intolerancia. E quem não vê que esta dlsposição de · animo necessariamente deve induzir ou arrastrar aos ultimas extremos? Não cau– sa extranheza, porque é effeito necessa– rio do espirita de partido; mas causa horror a encarniçada lucta que entre si travam os diiferentes partidos, as armas que manejam, os recursos de que se ser– vem, os meios que empregam, as traças que inventam, os ardis de que usam, a sanha, o furor com que se guerream. Os mesmos factos que de uma parte se affirmam, negam-se de outra, e despre– zando-se o exame indispcmsavel que exi– ge o conhecimento ela verdade, substitue– se-lhe um discorrer freuetico, só proprio de homens pertinazmente credulos ou in– cred ulos, segundo consideram as cousas de que se trata favoraveis ou desfavora– veis ao seu modo de sentir. Embora sal– te aos olhos a evidencia do contrario da– quillo que se affirma ; nem por isso se deixa de sustentar a affirma tiva com uma animosidade intoleravel. duz a extremos não só indignos do ho– mem christão, mas d'aquelle que não quizer segu ir outros dictames senão os que lhe inspiram as luzes da razão. Slle não duvida empregar as en venenadas armas da maledicencia e da calumnia, uma vez que com outras não possa tri– umphar dos seus adversarios. Ah! E quem pouerá calcular os resul– tados do ex terminador espírito de parti– do ? o homem que desgraçadamente se deixa dominar por elle, tor na-se culpa– do das mais indignas condescendencias para com os da sua parcialidade; das mais revoltantes injustiças para com os que não seguem as suas partes. Se uma vez os r eputa infensos á sua causa, o cida– dão, o parente, o amigo, o conselheiro fiel, aquelle mesmo de quem tem r ecebi– do assignalados benefi cias e a quem tal– vez tudo cteve ; todos são seus declara– dos inimigos, pelo unico motivo de não adhcrirem ao seu partido ! Em summa, o homem que se deixa dominar pelo es– pirita de par tido, indo sempre de abys– mo cm abysmo , ne.nhuma razão o con– vence, nenhuma experiencia o desengana, nenhuma desgraça o contém, nenhuma infamia o en vergonha ! Detestavel espirita de par tido I Elle perturba a paz das familias,. e, i_?.trodu– zido no meio dellas, a habltaçao onde reinava ó. concordia o a harmonia, trans- r• forma-se em um campo de bata1?a, _on- de as contestações, os odios, as mtngas tudo alteram, e tudo transtornam. Mas se taes são incontes tavelmente os funestos effeitos do espírito de partido, quem poderá desconhecer quanto elle é oppos to ao espirita do christianismo? A essa religião divina, que instruindo-nos á cerca da verdadeira origem do genero humano, nos convence da estreitíssima união que entre os homens subsiste, a.pe – nas começam a existir? E nu verdade. Creou Deos o primeiro homem , e gravan– do nelle a imagem da sua Divina Pater– nidade, constituindo-o Pai commum do genero humano , fazendo que todos os homens procedessem des ta origem ; eis aqui sem duvida estabelecida entre elles a mais completa fraternidade. E para que fim, senão para que os homens vi– vessem na mais perfeita união ~ <N ão fo i outro o desígnio da Eterna Sabedoria, dando áo genero humano uma origem unica ; e é isto o que convincentemente nos persuade essa r eligião Augusta que venturosamente professumos ? Ella quer que entre os h omens só r eine uma per– feita unidade de espirita firmada no pre– cioso vinculo da paz; ella nos está jnti– mando a cada passo o mandamento por excellencia denominado novo : Amai-vos uns aos outros. Ella não cessa de recom– mendar a maior das virtudes - a carida– de - e uma caridade tão sublime, que não pr ocurando o que é seu, só tem por fim o bem commum. Ella prescreve o amor dos inimigos i ensina a r etribuir bem por mal; prob1be não só a vingan– ça, mas até os dezej os della. Ella fl-nal– mente é toda amor, toda caridade. Ob– ser vemos pois as suas maximas, r econhe– cendo todos um só Senhor , uma mesma Fé, um mesmo Daptismo, um só Deos e Pai de todos. (Ex lt. ) - A p 1.•Íineira ed ~tt~iio. Dele tavel espirito de partido I Elle tem Quando nascem os ursoszinhos assome- sido a causa do,tantas invasões violen- lham-se, dizem , a uma massa informo ; t as, de t~ntas guerras injustas, de tan tas não se distingue nem a cab~ça, nem os r evoltas impruden tes, de devastações t ão olhos ; o pai e a mãi impellidos por um assoladoras, ~e ruinas tão lamentaveis, instincto, que lhes dá o Deos d~bou d ade, do estragos 1rremediaveiS de mortes põe-se a lamber o filho com ª hng'-!-a, pu– atrocissimas 1 ' lem para melhor dizer cs_sc corpo im:i;ier~ o etes tavel espírito de par tido ! Éllc con- . feito, e graç-as a EtfüS cmdados e pac1cn-

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