A Estrela do Norte 1864
i1. E 'J.' DlEI.L a sua carreira. cançado de tantas agi– tações, e toda,·ia sempre levados pelo tur– bilhão que os arrebata, nada encontram que os firme, q11e os console, que lhes compense as suas fadigas, que lhes sua– vise os seus pezares ; nem o mundo que os causa, nem a con:;ciencia que os torna mais amargos, nem a ordem de Doos con– tra a qual se revoltam. Ellcs e gotam até á · fcze toda a amargura elo seu calix: e por mais que o passem de um v::iso para outro, por mais que façam para se co n– solarem de uma paixão com outra paixão nova, de uma perda com uma nova pos e, de uma desgraça com novas esperanças, a amargura os segue constantemente : mudam de situação, mas uão mudam de supJ)licio. ( Massillon. ) QUA 'TO PODE A CORRUPÇÃO DOS COSTU~IES, Nas cidades, nas republicas, nas cortes de costumes e vida corrupta, onde a am– bição, e a sede insanciavel de crescer e subir, ó instituto e profissão publica, quem se envergonhará de ser ambicioso? -Aonde a cobiça, a avareza, e o adquirir sobre adquirir ( ·eja licito ou illicito) se tem por fortuna, e se inveja, quem se en– vergonhará de ser avaro ?-Aonde a maior arte ó o engano, a dissimulação pru– dencia, a mentira e a lisonj a merecimen- . to, quem se envergonhará de mentir? Por isso, em uma cidade, e em um povo, cheio de taes vicias, se, com tudo, houver alguem que se en vergonhe de ser cum– plice nelles, esse h omem não será homem de vergo nha, mas de vergonha heroica. - P Vieira. O SENTIMENTO II ELI GIOSO. Não ba alma tão indocil que se não sinta tocada d'algu ma reverencia ao con– siderar a vastidão sombria de nossas Igre– jas, a diversidade d'orna~entos, e a _or– dem das nossas ecremomas; ao ou vir o som devoto de nossos orgãos e a harmo– nia tão grave e religiosa das nossas yozes. A.quellcs mesmos que ali entram com cles1)]'cso, sentem algum estremecimento no coraçãoJ. e algum h orror que os poem em desconuança de sua op inão. .Montagne. DO l\'OH'EE, PoeJ.Jia. 1.'iCONSTANCIA DAS COUSAS DO ~fUNDO . (Trad . do latim, de Boccio.) Quando Phebo no céo com rosco carro Começa a fulgurar As estrellas o rc.sto empallideccm, San tindo-sc.offuscn.r ! Quando, ao sopro do tepido favonio, Esmalta-se da cõr Das Yernas rosas, que fragrancia exhalam, Dos prados o verdor ; Com furia sopra o nebuloso nustro No florido rosal, E despindo das gallas o trunsforma Em arido espinhal ! l\luitas vezes o mar mui bonança o Enrola as brandas vagas l\l ui tas movido de aquilonios sopros nevolto açoita as fragas! Se alternações tamanhas soffre o mundo , se tão mudavel é, Crê, ó homem, na vida transitaria Nos bens fugazes crê ! ... E' sentença in fallivel, que fixada Na lei eter na está, Que tudo o que por Deos creado fõra Ao nada volverá ! S. H. l\l. CBu•o111ica Religiol!ln, 'a inclita o heroica ri<lade de S. Sal– vador levanta-se um novo atleta devotado ás lutas elo pensamento. Emprehender no campo vasLo das sci– encias e das letras as discussões legitimas da intelligencia é de certo mi ão bem nobre, quanto clcvcrda acima da odiosi– dades, que acarretam a senda política, a luta de personalidades que ora se agita ~a imprensa perioclica do paiz. Tomar par~e activa n'csse movimento impulsor que abala todas as camadas da sociedade moderna, e que tende a trans– formar o existir rotineiro da juventude em exi tir de briosa agitação, de que de– pendo o futuro engrandecir:nen lo da P1!-– tri a é de feito a mais subltme das ª?Pl– rações, á face do csvec raculo ~ra_nd10s0 da emancipação philosoflca da ideia. Oppor-se cmflm , com iodas as força · a ,•~sn crnza;la, que . r tem lcl'antado na irn-
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