A Estrela do Norte 1864

2PPSlRT! de uma esp~ssu estacada, uma porta que <lurn no campo. Abriu-a sem ~abcr para que, e tomou um cami nho que a levanL pelo meio do uampo, quasi cm YCr ou es– cu tar o que se passava ao redor tle si. Derepente os latidos de um cão a tira – ram de seu delírio. Ella es tava diante de 11ma casinha, e o cão que a guarfüwa 1ançou-sc a ella com tanto impela, q11c Alina deu um grande grito do susto . .\o mesmo instan te appareceu uma joven camponesa. Immediatamen tc esta moça chamou o cão, e aproximando-se de Ali– na supplieou-lhe que perdoasse á s u Ye– lho Fiel es te acolhimen to tão pouco ama– vel. Tanta simplicidade tinha a ,i oven ;r ustica que mademoiselle de Lussac se .apressou a assegurar-lhe qu e não es tava zangada. - Pois bem, madcmoiselle, repli cou a moça, para me cer tificar que r ós não es– tais zangada com o meu Fiel, fazei-nos a honra de dcscançar um instan te cm nos– sa pobre choupana. J\lina não pôde recusar ; foi in troduzida cm uma sala onde ao mesmo tempo rei– nava tanta or dem e decencia, que clla fi cou tocada ; bem que não visse ahi objc– ctos de luxo, senão um lindo vaso de bar– ro onde crescia uma roseira, diante de nma esta tua da Santa Virgem. Esse vaso era tão bello que Alina mnn ifestou o de– sejo que tinha experimentado de o exa– minar. - Me per tence, disse a camponesa, e se vos agrada, terei grande satisfação·cm vol-o offereccr. -Oh! não quero prlrnr-Yos do unico obj ecto que gosais. Rosa ( era este o nome da moça campo– n eza) com um ar admirado fixou os olhos sobre Alina. - Eu ttmbo mui to prazer em cultivar as flores, replicou clla, mas nüo ó isso qu e faz a minlrn felicidade. - Como então, perguntou Alina? Tudo o que '1ejo me annuncia que Y0Scontcn– taes com muito pouco. - E' na felicidade de meus pais que cu _ach-9 a minha, madcmoi cllc; ó na acmtaçao voluntaria da sorte que me de() a bondade divfo a, no trall,~ho e na ora– rão, q~e acho .alegria. Tudo i~to apenas me deixa sentir o calor do estio e o frio do inverno. Oh! so vós soubcssei5 quan– to üU fico conten te quando o nosso bom cura me encontrando depois do officio do domingo, ou a tarde na igreja quando meuspais me permit tcm ir ahi orar , mo diz com tan ta bondade : l\linha filha, teus pais estão satisfeitos comtigo, o bom Doos to abençoará. )> Oh ! então cu fico alegre ! • Vó5 mesmo , madcmoi cllc, cm Yossa.s bcllas fes tas, não <leveis ser tão feliz. Mr,dcm oiscllc de Lu:sac ficou mu ito aamirnda; ma de repente 1oruando a si: - Pobre moça, diz clla, cu Y0S lamento! Lcrnn tar -sc antes de sahir o ol, não ter um momento de dcscanço 1 - Oh I cu vos rogo madcmoiscllc, não me lamenteis. Eu não mudar ia mi nha sorte por toda. as riquezas da terra. E" verdade que nós somos pobres, rnns Doos nunca nos tem abanclo1rndo . Que fa ria. cu se não trabalhasse ? Os di as que são tão rapidos me pareceriam longos. A' tar– de, quando meus pais e meu irmão mais velho vindos do trabalho descançam um instante ú sombra de nossa amoreira, que nossas duas irmúsinhas Yão assentar- e sobre seus joelhos, e que todos e rego i– jarn do cheiro da apetitosa ceia que cu lhes preparei, então, madcmoiselle, nús sentimos a verdade destas palavras : u O coração in nocentc é uma festa continua. " ?lladcmoiselle de Lussac 5C absteve de interromper a Rosa. Uma ordem de idéas norns se offcreciaa seu espirita. Ella~wcr– tou aITcc tuosamcn te a mão da joven cam– ponesa, que acabava de lhe ensinar cm alguns minutos mais verdades do que até en tão clla nunca t inha ouvido, e reti rou– se promettendo á nosa de tornar a vcl-a. Al ina linha um coração pu ro, e as fu– tili dades da vida mundana não tinham ainda cxtincto suas nobres qualidades. Assim depois de se dia que cll a notou no seu album como o de seu segundo nasci– mento, partilhou o seu tempo entre o estudo, oração, trabalho e cuidados da casa; cmfim, clla e sua mãi entraram na doce carreira das obras de caride. Todos os annos Alina voltava com sua mãi ao castello de B . . . Os pais de Rosa tornaram-se os rendeiros de madama de Lussac. Rosa, sob o modesto titulo de moça ela camara, era companeira e amiga de Alina. o aborrecimento tinha desapa– recido do castello, bem que se não vissem mais as festas ele outr'ora. Somente o tra– balho a caridade, a religião ahi faziam o fundo da vida de seus habitantes, to– dos podiam dizer : A A verdadeira felici– dade occupa pouco logor, e faz pouco ru ído A HELIGIAO. Assentando como incontroverso, que o homem é superior ao bruto, e que tem cm si alguma cousa que ó divina, deve– mos ter em grnnde estima todos aquollcs sentimentos, que servem para o 011110- brecrr; e cndo evidente, ([llr ncnhuin

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