A Estrela do Norte 1864

u m dia foi-lhe irnpossi vel <lar a seu filho o bocadinho de pão , que ha mui to tem– no lhe da\·a parn. o seu almoço e ,jantar. o menino Yoltou á tartlc e conten tou-se com alguns res tos de legume e cho rar r.om sua mãi. Com tmlo nem u m nem outro lamen taYam sua infeli cidade. 1\ lguns dias passaram-se cm hnrri veis privaçõ~s. A vin rn não deixaYa mais seu pobre leito e o men ino con ti n uava a ir á escola para olJedeter sua mãi , que lhe queria occu ltar o vêr sen s soffrimen to . Emfim, os pequenos camaradas de Victor obser varam na escola, que cll n fio almo– çava ma is nem jan tava . Um deste!! toca– do de seu ar docn tio 1110 offe reccu gene– rosamente uma par te de seu almoço : al– g uns outros o im itaram; mas Victor pôz essas peque nas provisões cm su a algiLci– r a, e Ycio chorando de alegria tra zol-as á su a mãi. Na man!iã seguinte a mesma sccna. Um dos frad es, r1 uc tinh a no tado a pallidcz do menino e sua frtuJncza cres– cen te, fez seguir a Victor . !Yah i soube-se que o bocados de pão sustcnta rnm süa mãi dcs fallecente. u rd i;!·iosos tocados desta miseria e des ta piedade fil ial tão tema, fiz eram lc– vnr um pan eiro de p rorisõcs ú por ta da casa da po l.Jre mãi, s m . e faz er conhe– cer; depois ellcs instrniram disto algu– mas pessoas que dcsue então socconcram a mãi e o filho . A BRA:'iDURA VICTORIOSA DA VJOLENCIA . Um homem irreligioso estava gra 'e– men te docnt . Tinha- se-lhe fallado de chamar u m sacerd ote, nada porém se ob – teve senão enfureccl-o. Tod aYia uma pes– soa de sua familia foi preven ir 11 111 cccle– siastico : clle en tra no qu arto do doente. Este a, is la urn a so la i n,i, en direita-se e s levan ta ; s11a bengala ah i se acha\·a, e ellc ordeun ao padre de sai r, soh pena de ser espancado com essa J;cng-ult' . o sa– cerdote o olha com boni.ladc e lhe diz com o sorriso nos laLios : - Oh ! men bem senhor , se isto vos pode salvar feri-me todo a YOfSO gosto ; crêdc, isto poderá vos fazer bem. o pobre homem, estupef~cto de ta~ ta brandura ueixa cabir sua 1Jcngala e poc– se a chor~r ; depois ellc se confes-a, ~e– ccbe os sacramentos e morre como chris– tão. O BLASPl1Ei\IADOR, No começo de foYerciro de 18~7, mui – t os obreiros rstavam :í mesa cm uma es– talagem do ter mo de Goupiliéres-ncnfou– géres. Um de~ses op~rarios poz-s , a per- jurar o nome de Doos, mais por habito, que por má intenção. O senhor da hos– pedaria, chamado Silvano Lcvaillan t deo– lhc a e te 1·e.;;peito alguns cocselhos ami– gaveis, que foram bem acol hidos por este obreiro que c0m tndo isso Linha sen ti– men to relig-io os. Então um ou tro con– viva, obreiro tecelão, tomou a pala n a por sua vez e começou a negar a existen– ci:1 do Ente Supremo ; poz-se depois a vomitar con tra Deos, e a religião as mais horriYcis blasphem ias. o senhor Lcvaillant busca acalmar o frcnctico com palanas brandas. Elle res– pondo com ironia : Teo Doos ! eu quero il' hoje cear com clle ! e no mesmo mo– men to c!lc caho do bruros como fer ido de um golpe de ra io ; tinha ce rndo de viver. Não se pode de crever o pasmo dos as istcntes, que viram nesta morte uma punição do céo. l\l emorial de Ho11 en, citado pela voz da Verdade, :'i. 0 l i de revcreiro de 18!~7 . A Vl:'iGA ,.ÇA É IND IGNA DO rJOJIE.\!. Não é uni camcnb nos príncipes, quo o perdão das inj urias é nobre e g-rande : tambem nas pe;;soas de condiçiio mcdio– cre, das quacs só u Yir tucle pode xcit.ar a admi ração. O imperudor Constantino, sollicilad a se vi ngar de algumas pes– soas, que h aviam desfigurado sua esta– tua a pcuradas, passou a müo sobre a fa– ce, e di sse, ([UC não se sentia feri do. Luiz XII , rei de França , respondeo a u m cortesão, (JUCexor ta va-o a pun ir uma pessoa, de qu e era se u ini mig·o antes uc subir ao t hrono. Não pertence ao rei do Fra nç-a vingar o i nsultos feitos _ao du– qu e d'Orkans. Um soldado maltra tado por um offlcia l geueru.l com al,sumas palavras pouco res– pei t s, rcspondru com grand.c sangue fri o : - crne h avia fa zcl-o an cpender-se cxlre 111arnrnte do que es tara dizc11do.– Quinzc dias. depois , esse mesmo ofílcial g·cnernl encarregou ao corouel da tr in– cheira , de llrn trazer de seu regimento ~m h ome~1 fi~' mc e inlrcp ido, para uma e n presa d1 ffic1l, pron.e ttcndo-lhc dar do recompensa cem pistolas. o soldado em qurstüo_, que passa\'a pelo mais bravo de seu regimento, se apresen tou com lriu– la el e se us camarndas. A comm isstio era das ma.is perigosas e rlle fel-a com uma corngcm e fclicitiudo inc-ri vcis. Tratam-se de Ycrificar ll!lles de se ra– zer o quartel, se os inimi g-os faziam mi– nas debaixo da espla nada. O soldado tendo-se á entrad a da noite lan çado cm um caminho r ncob<:rto, trouxe o ch :i.pro

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0