A Estrela do Norte 1864
..1. ESTJU~LIL.-1. DO NOft!.l'E, e fugir ao peri"O ' que 'o ameaçava. A escada por onde o filho do desgraçado estalajadeiro tinha subido para ,o quar– to lhe serviu para pôr cm pratica o seu projecto: sàltou um muro, e dapi a pouco tempo ·viu-se na aldeia, l donde partiu para_a cidade pouco füstante d'alli. Neste intervalo o estalajadeiro e a sua mulher tinham com todo o cuidado en– terrado o cadavor em um canto do quin– tal, tinham lavado o sangue e feito des- - , appareccr todos os vestígios do crime. E demais quem se havia de importar com um homem, que não conheciam nem tinham visto entrar? . Mas passadas algumas horas, eis que chegam soldados com a policia; e cer– cam a casa, prendem ·o eslala,iadeiro, e o accusam de assassinio .e do roubo.-Ao principio quer resistir, negando, assim como sua_mulher. lllas a policia pro– cura : acham-se pégadas no quintal, terra remechida ; cavam até que encontram um cadaver. Até alli teimava nas suas negativas: mas de repente occorre-lhe , uma lemb1·ança-: sev filho, não o tinha visto desde o étia antecedente.- O que lhe teria acontecido? Foi talvez a elle qu,e matou na escuridão em logar do via.ían- - te, porque de outro m odo quém o havia denunciar? 11:lvanta-se em um acesso de furor e de c..,sesperação, atropella os sol– dados que o cercam, corre ao quintal, e alli naquelle c-adaver ensanguentado-re– conhece o seu fil ho, - seu filho , por quem quiz comrr;ietter um crime, e que foi a victin;ia deste crime. E ao lado de seu filho vê vivo o homem que julgava ter ferido e que llie tinha esç:apado. Em um instante toda a scena da noite passada lh,e vem á memoria, e apenas .pôde, desmaiando, dizer as seguintes pa– lavras : « Agora que meu filho está J,Dorto pouco me importa que.me prendam." A' vista de provas tão convi ncen tos- o processo não foi demorado; o estalaja– deiro e sua mu lher foram condemnados á morte, e soffreram um terrivel suplicio. Quantas reO.exõcs se podem fazer des– ta historia ! A devassidão do filho punida com uma morte tão atroz e tão subita, que não lhe dá .nem talvez tempo pll.ra pedir per· dão a Doos dos seus peccados ! o crime do pai descoberto de um modo inespe– rado, e voltando- e contra elle mesmo 1 O casligo o mais exemplar infiigindo á cobiça e ao assassiD io 1 E' assim que por uma justa permis– são de Doo , o mal sempre se descobre, mas ced~ ou mais tarde ; Doos o pu~e sem dunda na outra vida, se nesta nao foi expiado : mas quasi nunca o deixa ne_ste mundo sem um severo castigo. (Leituras populares.) ALGUNS PRECE ITOS SOBRE O SO:UNO. Não dormir demais. O somno demais p~olongado , debilita o-corpo, em vez de v1goral-o. As creanças e os convalescen– tes precisam de 8 a fO horas de sorrino · ao homem que trabalha -bastam-lhe 7 · 6 ao vadio; o. velho não precisa mais de' 5 o doente de 3. -1~mbrem-se os·nossos lei.: tores de uma certa regra de nossos maio– res, que passou em rifão e todos conhe– cem. o fim é um pouco duro de ouvir-se, por isso não a reproduzimos aqui. ' E' bom _acostumar-se a deitar e disper– tar, quanto é possivel, em hora marca– da. A regularidade no somno, como na comida, é condição indispensavel para a conservação da saude. Passar noites cm claro é abreviar os 'dias. Quem não dorme, ou dorme pouco , lor– n~-sc tristonho, magro, incapaz d.e ap– plicar-se ; por qualquer cousa se irrita · pouca vontade de comer; preguiçosas di.: gestões; corpo ~squentado, mãos sempre a arder, etc. Antes quatro boas horas de somno á noite, que 6 de dia. Nunca dormir senão depois de estar a ' digestão ·ao menos começada. Deitar-se logo depois da cor11ida póde ser mui pre- judiciª l. Não dormir em qu·arto em que se con– servem fiores odorifcra5, sobrci tudo açu– cenas , rosas, Jasmins e outras de activo perfume. ' Não dormir nem muito afogado, nem exposto á correntes d'ar. Ter a cabeça alta e pés agasalhados. ~eye-sc, no dormir guardar a posição orrsontal e, quanto for poss ível, mudar de lado, e não dormir só sobre um. os or!:l"ãos do lado. que fic1:1-sse Sl:IJ?-pre oppri– mido, soffrenam maior fadiga. , Todos os orgãos do corpo estão SU"eitos i ,~·somno, ex~epto o coração, o diapl1rag– ma e o_s pulm<;-5}8, que semi.:>re trabalham, E' ~o~ isso se estragam mais e estão mais suJeitos á doenças. . Devemos considerar o som~o como a imagem _da morte, e nunca deitar-nos ~em en~ommendar-nos a Deos, sem faz er– n::ios o signal da cruz com toda r§ reyeren– cia, e um bom acto de contrição. Senhôr, em..vossas maos entrego o meu espirita, deve– mos então dizer de coração, e adormecer suavemente no regaço do Pai celeste,
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