A Estrela do Norte 1864

.il. E§'l'BELLJI. DO , NORTE. 9S'f os direitos imprescriptiveis da religião e das familias, com o goso das liberdades inscriptas no programma da nossa socie– dade moderna, com os interesses bem en- ' tendidos da ordem social, da paz e da tranquillidade de todos. Deixemos a vo– zes mais eloquentes o cuidado de lembrar a um seculo submerso no sensualismo os grandes principios de fé, de razão e de verdadeira politica christã, origem unica da grandeza e da prosperidade das nações, e fóra dos quaes sempre haverá transtor~ no, assim na sociedade como na familia. Quant o a nós, qu <J podemos dizer com mais razão do. que o Apostolo, que somos o menol' d'ent,·e os nossos irmaos, ó gloriosos e in trepidos qefensorés da Igreja e de seus direitos, que são os' vossos, ó paes e mãis catholicos, quan to a nós, limitar-nós-he– mos a dizer-vós que vós haveis de respon– der no tribunal de Deos pela escolha que - fizerdes das casas de educação a, que con– fiardes o cuidado do ensino de vossos fi– lhos. . · <• Talvez, caríssimos irmãl's, se achem lambem.homens sempre ávidos de liber– dade para si e de servidão para os outros, que-n.ITec tem escandalizar-se das palavras de um Bispo, quando elle diz aos pais o milis de familia da sua diocese : Tomai cuidado: se é vosso dever, habitan tes dos campos, não deixar jazer os vossos filhos na ignorancia, não os privar por um sor– dido in teresse da instrucção que se lhes o:IIerece, manclal-os com exactidão ás es– colas que se multiplicam todos os dias en– trevós ; tambem não é menos sagrado o Llever de não entregar o que vós tendes de mais caro no mundo nas mãos indignas de um mes tre sem princípios reli giosos; sem moral ; nac; mãos de uma mes tra de costumes duYidosos o de conducta levia– na. Se a vossa condi ção, IL vossa for tuna ou outros motivos vos determinam a en– viar vossos filhos ás escolas das cidades popul osas, acau telai-vos : não escu teis os conselhos precipitados da ambição, nam os calculos r estrictos da avareza; mas, com a inão na conscioncia, procurai an– tes de tudo o interesse religioso de vossos , filhos. Vêde se esses mestres ou ~n e~t~·as continuarão a educaJ-os nos prmc1p10s de fé e nos habiLos de pieclad~ que vós lhes haveis transmittido com o sangue. Examinai por vós mesmos, o negocio _é muito impor tante, ou pedi_a. alg1;1-ns ami– gos graves r eligiosos o rnstrmdos que examinem 'por vós as obras el~tnentar:es e os demais livros os compend10s de h_is– toria, os manuaes 'de philosophia, cuJas dou trinas inocula.das na alma de vossos fllhos terão uma influencia nece saria so- bre as sua~ opiniões, sobre as suas cren– ças, sobre os.seus costumes. Por quan to, se estas diYersas producçqes, não obstante as approvações, que nada valem aos olhos éte um catholico, encerrarem o veneno do erro, falsificam todas as idéas sobre a na– tureza e attributos de Deos, sobre a reve– lação, sobre os milagres, e sobré a inCal– livel autoridade da Igreja ; desnaturali– sam a sua historia, e expõem ao odio dos poYos os seus Pontífice , os seu_s Bispos, o seu Sacerdocio, as suas Ordens Religio– sas, o seu proselytismo nascido ao pé do Calvario: ·guardai-vos de chegar aos la– bios ainda puros dos vossos filhos este cópo envenenado das aguas corrup toras da sciencia do seculo, que, no seu orgu– lhoso delírio, quer levantar-se contra a sciencia de Deos. <• Que, caríssimos irmãos ! em presença dos perigos que ameaçam o futuro do catholicismo na nossa patria, á vista des– ses innumeraveis laços es tendidos á mo– .cidade das nossas cidades, e muitas vezes tambem dos nossos campos , em face des– ses ataques audaciosos e dessas calumnias insensatas que cáem do . -•º das cadeiras do erro e da mentira, e que cada dia são reproduzidos pelos numerosos echos da imprensa, nós, Bispos das almas, senti– nellas vigilantes collocad~ sobre a mon– tanha para alçar o grito de alarma á apro– ximação do inimigo, nós havemos acaso envolver-nqs em um culpavel e vergo– nhoso silencio? ão; os clamores da ifn– piedade não nos impedirão de dizer aos pais christãos : Desconfiai desses falsos pro– phetas, que, ser;imdo a linguçrgem dei sagmda Escriptnl'a, se cobrem com apelle das ovelhas, e /(Jl) am a desolaçao e a morte ao aprisco elo Divino Pastor. Elles fallam com empbase nos progressos do espirituali mo, da razão e da moral, o levam a bypocrísia do zelo, em favor da austeridade dos costumes, a ponto de parecerem horrorisar-se á v~sta do ensino dado aos levita do sanctuario. Pelos seus fruclos é que devemos julgar esses homen . Em c1uanto dos nossos seminarios sahem cadn anno esses obl'eiros fi.éis da vi– nha do Senhor, que vão pré r a união ;ev~r a boa nova do E'Vangelho, e fazer ama~ a virtJde na~vossas parochias, vêde que geraça~ for n:iam para o futuro esses mes– tres, tao altivos com os seus pretendidos fru ctos I Penetrai no interior dos seus ~sta~e~ecimentos: vêde o comportamento ' 11:r~1gwso dos seus discipulos nos officios dlvmos, os sorrisos de inc:-edulidade com que elles escutam a palavTa sagrada do um c'lirector que não é aos seus olhos o embaixador 'de Deos que exorta os homens pela bocca dos seus Sacerdotes, mas sómente ---

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