A Estrela do Norte 1864

:\ . - E8'l'H t.:I,l,il. DO NÇB'.l'E, 1) logo ( eram 5 h oras da tarde) , se poz á eamiulw , e chegando depois da meia noi– te á matta de f3. João , dirigiu a palavra aos piquetes avançados, ás sentinellas, convi dando-os a deporem as armas, e ao mesmo tempo assegurando-lhes que a lei elo censo não tinha o funesto intuito que a nescia credulidade lhe attribuia. Ao r omper da aurora do dia 6 de Maio, es ta– va o nosso Pedro Eremita no meio de mais de seis mil homens, com as armas em funeral ( como signal de paz ), e a sua vóz religiosamente obedecida! Tirou-lhes as armas ; converteu seus preconceitos cm verdades utcis, e poz todos os amoti– nados mansos como cordeiros, fazendo-os carregar pedras e tijollos, com cujo ma– terial restaurou em 90 dias duas igre– jas, a do Rosario e a de Santa Thereza ! Queimou armas e fez res tituir muitos cla– Yinotes ao arsenal. Quebrou milhares de pontrrs de facas, e restabeleceu no seio da população a confiança e a ordem normal. Tão brilhante foi a victoria da palavra divina, qne o presidente louvando em seu relatorio os capuchinhos, artitrava para Fr. caetano oito contos ele réis. Acha– va-se es te no interior; mas não encon– trando já o presidente quando regressou , officiou á assembléa provincial, agrade– tendo o tes temunho de apreço, ma s re– nunciando á <1uantia. ( Contimía. ) '1::01•1•e s~o11uV.eneia iHu•tieula1.• da « E s tll'ella tio :Noa·te . » Roma, 16 de Abril t.lc f 864. Os dias lf e f2 do corren te foram dias -de verdadeiro prazer para Lodo o catho– Jico rruc cm fl oma se achava. Odia 4 por – que nelle foi o Santo Padre victoriado com vivas es trond osos de milhar es de pessoas que se apinhavam desde o Vati– cano até a praça de ·Jiu er va, onde ellc veio assistir á distribui~ão dos do tes fci– 'los á algumas orfãs ela parochia, como é costume todos os annos. Ao entrar na praça a equipagem do Summo PontificB\ uma chuva de fl ores cahidr.l.s de todos os angulos e jancllas cobr iu seu coche ; e milhares de bocas clamaram no mais sin– cero e fervoroso entbusiasmo: Viva Pio IX! Vivei o Ponti{ice Rei! ao mesmo tempo que -em milhares e milhares de mãos tremula– vam c;ymbolicos lenços (amarellos e bran– cos ) da côr do pavilhão ponüficio. Foi u m espectaculo maravilhoso e digno de encher de confusão todos esses in felizes {leclamadores que 1 roclamam vi ver o poYo romano descontente com o goYcrno dos Pontifices 1 u Não foi sómente na sua praça de ,\!i– ner va que clle foi assim solcmnemente victoriado , me disse um viajan te do Bra– sil que estava nesse dia em Homa ( o sr.' Antonio Es teves Cordeiro, _portuguez morador no Rio de Janeiro ) : nãr, foi só– mente ali que o povo apinhou-se, e victo– riou a Pio IX Pontífice e Hei, lançando– lhe copiosas fl ores ; fo i desde o Vaticano at6 á praca de i\linerva,, e cl'ahi a t6 o Va– ticano; eu acompanhei-o em todo o tra– jccto : o coche gastou mais de uma h ora para chegar, porque a multi dão affl uindo <le todas as partes, agrupav:.-sc enthu sias– mada, e ~-ritava de um modo como nunca vi , e riem fazia um.1 idéa ! ,, o dia 12, porque sendo o dia an nivcr– sario de duas cpochas queri das para o povo r omano -a entrada tri11mph:1ntc do Santo Padre cm Homa, devolLa de Gae– ta, em f 8li-9 ; e o ter escapa•lo in rolume do fracasso <le San ta lgncz, cm rn:;4_ o porn festeja esse dia como o anni– versario em rrne Pi o ex, seu dilccto chefe espil' tua / e tmnporn l,. fo )-lhc duas vezes mi– Jaorosamen tc res ttlmdo e á Ictre1a. Toda a ~idade illu rninon -sc ricament e, todas as p raças caprichosamente 01·nudas dú lu– zrs e íloref:, nu zeram-se em esta o do não se pod rr discernir qual era a mai5 bella: porqu e cada uma em _seu g~n~r~ ti nha um não que de superior e m1 m1 tavel 1 oue lindos quadros allcg-or ir.os se v iam por tod:i parto ! qne curi osos disti cos to– dos allnsirns á vi da de Pio JX I que en– cantadoras rnu zicas enchendo os ares 1 A praça Navona sobretuJo, r_ião sei _sc por !>na vastidiío, se pela mag111fi ccnc1a com que so ataviou , nprcsentaYa um concerto de bell eza s taes, que a meu Yer bas tari11. por si só para :mti_sf-:1z~r a_cu riosidade do tourista de mrus d1ffi c1l gosto ! A mnlticlão era t,tl por todas as partes que com diffic~1ldade ~m 11:uitos logarei se podia tra nsitar ! Nao 5e1, nem quero arnliar o numero de pessoas que n'cssa noite enchia as ruas e praças de Roma • mas parece-me que, serr: re~eio de prr sa{· por exagerado, eu poderia dizer que mais de 200 mil concorreram com sua presen– ça á animar esse quadro de uma cidade toda illuminada e ornada , como se fôra um salão de baile, para dar uma prov~ pu_blica de sua a_ffeiçã? á seu Pastor e seu Rei ! Os revoluc10nan os, esses infelizes, enfurece_!'am-se,_ ao que parece, á vista de um tao p~bhco desmentido que dava todo o povo I?mano; portanto for man- corno outrora os Fariseu s ;eu conse- 10 , concertaram nos meios d~ aterrando ' •

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