A Estrela do Norte 1864

)' A. ES'.B.'RELLA. DO NOR'I'I•,. g • tou a urna, tirou os tres nomes, leu-os, despediu os outros, e fico u com os exe– cu tores de ignaclos. A an liga g ruta communicava á uma outra tamhem grande e profunda : o che– fe levantou um ferrolho, e introduziu seus agentes. Elles Yi ram no fundo des– ta caverna um outm homem em pé, es– perando-os ; uma grande mortalha, que cobria 1ma pequena eminencia, estendi– da por terra; o que trazia o archote,. o dou á segurar á um dos tres, levantou uma ponta tia mortalha, e descobriu tres -cuuavor •s amontoados; uisse aos outros dois siccarios: «Tomai o primeiro cada– ver , e collocai- o nesta lousa. Este homem era um cirurgião da faCl-– ção ; elle dirigiu-se aos tres assassinos: « Se quereis c.rue a victima caia morta á VOSSú . pés, é J?recisq dar u m golpe ri– gido na· caro tida ; cortada es ta arteria, a morte é instanlanoa. u Depois, tomando o dedo d'um dos tres, e fazenclo-lhc tocar acima do pescoço 'do cadaver, ajuntou : « A carotida é aqui; fere, o corta a vi– da.» O sicccario tomou o punhal, foriu, e cor tou immediatamonte. «Bravo ! muito bom I exclamou o mal– vado : tu poderias ter um diploma de cirurgião. Aqui, o outro cadaver; foro, tu tambem. Eis a caro tida ; nota bem que ella está per to do tendão ; olha-a bem; não te enganes. Sim, 6 isto - Per.:. feitamente ! » . E no terceiro , cadaver foi feitn. ames– ma experiencia, e depois o cirurgião re-– plicou : • « Bravos mancebos, cíeve-se ter muita pre ença de espírito na occasião de dar o golpe : é prcci o que o pescoço esteja descoberto ; que a cravata, o a golla da casaca não vos embaracem ; dai leve mente uma palma no hombro do minis– tro, ello se voltará logo para vêr quem o. bateu ; o então, voltando a cabeça a ca– rotida rosahe toda : fere subtilmente , revolve o punhal na ch aga, lança-te na mu ltidão, e foge. » Emquanto se dava nas trevas esta es– cola infernal, o ultimo, e o mais seguro argumento das sociedades carbonarias tão hones tas, tão generosas. tão liberaes na apparenoia, os outros conspiradores an– dav~m cm Roma com a cabeça erguida, ar livre ~ desembaraçado, como se qui– zcssem chzer dos cidadãos fieis e modes– tos : « Roma é nossa. ,, Alguns dclalor s tinham feito ouvir secretamente que se trama va contra a vida ~e Hossi, ~ cfovulgava-se o que ti– nha sido conclmdo Lm Turim, resolvi- do em Livourne, e cmfim determinni!o em Fruscati. O conde, por um mo vimento de desgosto e de desdcm, respDndeu : « Infames .. . Só s'espera clelles cobardia ; uma alma franca o· desconcerta. » Durante esse tempo Pallacle e Dom Pfr– lone, (jornaes revolucionaria ) balbucia– vam palavras, como quem fallasem nada querer dizer, no meio de provocaçõ s e expressões de despreso ; quanto ao essen– cial, queriam experimentar o povo, son– dar-lhe as disposições á respeito das no– vidades. Os signaes que davam, as emelhavam– se á advinhações ; eram indi cações para os conjurados dis tan tes, afim de scienti– ncar-lhes que o dia e a hora seriam :í 25 de Novembro, ao meio dia. Pirlone gracejava á rn , como Fanfulla em Flo– rença untes da conjuração dos Pa rsi, e escrevia: « O poeta disse, se vos r ecor– dais que do berço á tumba nao ha mais ·qiw um passo." Elle não tem razão ; é preciso <lesar- . ranjar. as palavras, e inverter a frase; deve-se escrever: ~a Da tumba ao bel'cO nao ha mais que um passo. n E as sagradas Es– cripturas confirmam nossa opinião di– zendo: Beati morf:l.ii qui in Dominomormntu/': Bemaventurqdos os que morrem no Senhor. » « A este respeito fallo, dig·o, penso ; d'hoje á depois d'amanhã são dois dias, se me não engano . .. doi dias correrão facilmente . .. Não ha mais que um pas– so .. . por certo, isto passará . . . Dai o signal ... u Qu em vai ahi ?- Deputados u Bem. F-, um pouco mais baixo, o perfi– do, encolhendo os hombros, dizia, olhan– do de trav~s os que passaYam: « Eu não sei ; p rguntai á quem o sabe . . . fazei indagações . . . perguntai-o á outr-osí por– que eu nada sei. » F. eis o mizorave que se põe a fallar de mu sica de afinada, de clamores, gritos, assoLios de levar em triumpho á Homa . . . Haverã iguaes exem– plos de fl'audulenci~, dissimulação, e as– tucias de serpente? O dia i 3 tinha passado : o conde Rossi se tinha apoderado de todas as passa– gens; tinha collocado esquadras em to- 6,\as as sabidas ; descoberto todos os tra– mas, nrmadQosuas redes em todos os ar– redores de Roma. ( Co11tinúa. ) - Va1•ietlmle•- .A onAç~o. Do uma bella obra pubJicn.da ul ti rn H.– mento por ~I. Laurcntic, )ntiLulada a Phi– losophia da oraçao, cxtralumos o trex.o se-

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