A Estrela do Norte 1864

A. ES'.li'.KE•Lt ,A J)O ~ Oft'.l'E , ocos. o que me diz V. nevma. do Gui– lhermesinho me dá lrue scismar. Mas ba alguem que faz tudo o qu e!póde para me r eter, e em quanto esse alguem não se con– verter , receio mu ito que fi carei sendo um máu paro('hiano como sou. Se o tir . Cura quizer fazer alguma dili gencia parn con– ver ter primeiro esse alguem ? - Pois não, meu amigo; diga-me quem elle é. - É a senhora aqui presente, volve Mathias, mostrando sua mulher. - Como infeliz! diz esta; eu que estou sempre a cathequi saJ' para te fazer voltar a Deos ! - Tu mesmo. Tu me pregas com pala– vras ; mas tuas acções contradizem teus discursos. Quando cu te vejo rusguenta com os visinhos, pouco cflri dosa e cor– tando com gosto na pelle do proximo au– sen te ; quando te irritas por um nada com o C: uilhermesinho, e ou tras vezes o acariclas 1 quando é nccessario punil-o; quando iazes cara feia porque- eu chego um pouco mais tarde para a ceia, e por teus maus modos me fazes arrepender de não ter ceado e dormido no JJotequim, eu digo comigo : Cathar ina ó u ma boa christã, que nem por um milhão faltaria á Missa no domingo. Catharina. se confes– sa ; catharina commu nga. Porque é que não se torna olla melhor, se a religião que clla pratica é di vina como se diz? Ella anda quasi correndo parelhas com a D. Thomasia, que se gloria de ser ím– pia, a misera ! Catharina., toda vergonhosa, abaixava. os olhos. - Meus bons amigos, diz o Cura, que– Tem Cf110 eu julgue entre ambos, e lhes mostre que cada um tem e não tem razão? Minha boa Catharina, digamo-lo primei– r o francamente, se os ch r istãos confor– massem mais seu procedimento com a sua crença, muito impio se conver teria : e se todas as mulhBl es ch ristãs se lem– brassem que o christianismo não é nma vã palavra, mas uma obr igação mui vi– gorosa de .ser para com todos caridoso, brando, do animo sempre igual , el o uma serenidade á toda prova , cru e ás mulhc– r ~s chrislils cabe mostrar assim aos seus maridos descren tes quaes s5.o os fru ctos do Evangelho e o muito que aproveita ser bom christão, quan toc; marido. nôs ví– ri ~m ao gremio ! Eu o digo diante do Ma– thias, porque é homem de bem e não ha de por isso m'.lltractal-a ; tem sido muito cul11~dn. em não proceder como ellc diz ~e na mnd:n, h adc responder no tribu : nal do Deos não só por sua al ma, srnão tamh:>m por tantac; outras ,p ie !'em drfci- tos tiverem escanclalisado e aflastado d·e Oeos. Mathias achava que o ~r . Cura dizia pc– rolas. Elle gostou um pouco menos de ou vir o bom padre conti nu ar assim : - Por fi m de con tas, não quêro dizer, ~rathias, que Vmc. tem obrado e racioci– nado bem, e que o mal que tem feito sua mulher escusa o seu. lia duas cousas na Sra. Catharina : Sua. fé que é excellen te, e seu proceder que deixa que il esejar , jus– to porq ue ella se descuida de pôl-o em harmon ia com a fé. Tome pois o excel– len te, e deixe o defeituoso. Só teria o di– r eito de accusar a religião dos defeitos das pessoas religiosas, se ella mandasse ou ao menos desculpasse esses defeitos. Leia o Evangelho ; estude a viela de Nosso Senhor e dos Santos, e verá l)Or toda a par te praticadas essas virtudes que deze– jaria ver em sua Catharina. - O Sr. Cu ra diz á verdade, exclamou a pobre mulher. Meu caro Mathias, faça– mos um negocio, se querrs. torna- te cris– tão : és tão bom <rue não deixarás de tor– nar-te logo muito melhor do que eu. Eu prometto seguir teus passos o melh or que puder. i\lath ias sorriu, abraçou a mulher , e prometteu pensar nisto. Quinta-feira sancta estavam ao lado um do ou tro na sagrada l\.leza da Commu- nhão. • • ( Trad. ) AS RUf AS DE POMPE IA. Pompeia ó uma an tiga cidade romana, c111c fo i no anno elo 7!J ela era ch ristã coberta com um montão de cinzas a ti– radas pelo VesuYio, morrendo de reponto toda a populaãr.o. Eis a dcscr ipio que um grande esrriptor italiano faz das ru í– nas tl os ta infeli z cidade: Fica-se tomado de ad miração á vi ta d"aquellas longas fileiras de colnmnas, da magestade dos templos dos deo es tute– lares, da graYidadc das cur ias , ela subli– midade dos tribunaes, dos assentos dos senadores, dos r ecin tos das assembléas · f'r vis ta dos rostros ~los parlamentos, do~ pedcstaes dal)., estatuas equestres, dos ni– chos, do~ bustos .dos guerreiros ill 11 s tr s, dos magistrados, <los poetas e outros ci– dadãos distinctos qu e aformosearam e glorificaram a patria por sua obra s o conselhos. Mais longe está a pa le. tra des– tinada aos jogos dos luctadorcs á bra o, á pugilato, á disco ou aos batedores do campo e vêm-se ainda os a sen tos dos cen– sores d dos mestres que guiavam a moci– <lnrlP a,•in.a de se as~ i/!"n:i lar nas ll1ctas do

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