A Estrela do Norte 1864
iU tar os padecentes e certa:; maquinas de ferro com pontas por dentro para tras– passar o condemnado ao mesmo tempo por todos os lados. - Eu su,o, e tremo. Os tempos de Sixto V de nada pois serviram? Oconde de nossi– quer ser o carrasco de noma, e levar-nos ao matadouro! ( á la boucherie.) úma pa– lavra : não se poderia mettel-o n'uma destas gaiolas de ferro, ou rodar-lhe os braços, e applicar-lbes uma destas fatei– xas (grappim) no peito e nas espad uas ? - Tranquillizai-vo~; nossa inquisição poderá detel-o na passagem. - Eu corro ao botequim do Giardmetto, da Lungaretta, da Ripa, do Tritone, do Pel– legrino, e todos os amigos que ahi encon– trar ( e ha sempre grande numero delles) qu ero lrrital-os contra o conde Rossi. Mas, na verdade! santo officio, cavalletc, mordaça l Se eu encontrar Peccacio, que, quando moço, levou açoites no campo de Flora; se eu encontrar .Jeronimo, que foi açaimado na ponte de Sixto, quero dizer– lhe : Não sabeis uma cousa? Hossi torna a pôr em exercicio a mordaça. Ah ! que– remos introduzir-lhe entre as costellas algumas finas pontas ou fazer-lhe um olho demais na testa? Vêde pois? não se póde mais praguejar: já e já o asperge. Imaginai um pouco ! Em Roma niio se poderá mais andar sem espião adiante. !\'linha mula, por mais que eu a açoute, não anda quando não apanha nas ore– lhas uma detonação de pragas. Ah ! se– nhor Rossi ... Em outra parto espalhava-se o boato de que salas eram preparadas no castel– lo de Saint Angelo, para receber todos os deputados; que já ia reapparecer em Ro– ma a velha policia ; que se não queria mais governo leigo, e que os padres reas– sumiam todos os tribunaes, todos os car– gos ; que elles devi am expulsar de lloma todos os estrangeiros. Entretanto havia uma agitação, um estremecimento geral. Roma, nos primeiros dias de novembro, apresentava um aspecto sombrio, triste e sinistro. Em quanto se exercitavam estas perfl– das maquinações, e estes desatinos ia se acreditando no povo; á incumbencia d.o ministro Rossi, nas bode~as, nos hote– quins, nas tavernas, nos rendcz-vous, do povo, nas fontes das lavadeiras, nos ban– cos dos negociantes, nos grupos dos ter– raplenadores do_ forum r?mano, nos ar– chinauclritas cla ,1oven Italla, procurava?l por todos os ml)ios approssar a execuçao de seus projectos. . . Em Turim tinha-se dec1d1do o ponto principal : a fepubli ca, nfo obstante to- d d L ,s;;;;;;; lAí!SM!I elos os obstaculos ; em Livourno, n'um banquete que foi olferecido aos deputa– dos romanos, pelos mais arden tes l'Ons– piradores, concl uiu-se qu , se o ministro Rossi cont inuasse á. faz r-ll es opposiçiío seria preciso, á torlo transe, des0mbara– çarem-se delle ; em Frascati , n'um jar– dim, decidiu-se: Hossi será morto á pu- , nhaladas. -Quando? -Na abertura ela camara, -Onde? - Descendo da carruagem, on subindo a escada, ou na entrada elo senado. - Quem dará o golpe? , - Um só não basta· mil circumstan– cias podem obstar o bom exito; umn. vez errado o golpe,- adeos toda a espe– ranQa : é preciso tres. -Quaes? -A sorte que decida. ( Cl)n/inúa.) Wau•ne allaeie©, O JARDINEIRO, SUA ~IULHER E O CURA. Tinha o Cura ele S. Leonardo o excel– lento costume de visitár seus parochia– nos, principalmen te os que quasi nunca o visitavam, e que nunca vinham ao con– fessionario, que é para um bom p:i.dre a melhor das visitas. Por esta razão nos primeiros dias da ultima quaresma, ia elle ver o jardineiro Mathias, um elos melhores homens da parochia, e apezar di sto ( cousa de lamen– tar) muito máu parochiano, pouco assí– duo á Missa do domingo, sempre infiel ao dever ele commungar pela paschoa. Recebeu todavia Mathias ao Sr. Cura com muitíssimo respeito e até prazer. - O Sr. Cura ó tão bom! informa-se com tanta bondade de tudo o que in te– ressa ao menor <lo seus parochianos ! 6 tão terno e paternal com os meni nos ! -Então l pai Malhias, diz-lhe o Cura, com liberdade toda paternal, batendo– lhe no hombro, então niio se o hade ver este anno entre os que commungarem ? Aqui está seu Guilhermesinho que vai crescendo. Se quer fazer deJJe um bom christão , é dar-lhe o exemplo. - Ah! Sr. Cura, não fallemos nisso, exclamou com voz esganiçada a senhora Catharina, a jardineira; eu estou todos os dias a pregar-lhe quanto posso nilo dá por isso: era preciso um mil:vrr~ para converter um homem tãu aperre~tlo. - Sr. Cura, replicou l\lathias assim mesmo bôa vontade l('nho de ~oll nr a
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