A Estrela do Norte 1864

A E8TllELL.-I. -DO :NO'll'J.'E. t91 ção e que DeosTodea ndo-vos de illustra– ção' n a terra e glorificando-vos no céu, não fez senão coroar os seus dons. Ah ! certa.mente se podestes fazer as maiores cousas é porque cstaveis convicto da Yossa fraqueza ; e não vos tornastes pr o– cligio de caridade senão porque soubes– tes ser prodigo de humildade. Assim, meus irmãos, vejo neste mo– mento uma revelação e uma lição ao mes– mo tempo; ha em S. Vicente de Daulo a revelação de uma das mais magnificas operações da, graça di vina; ha tambem uma luz que nõs mostra a benefi ca inllu– encia que elle tinha por missão exercer -sobre a Igreja e sobre a sociedade. Resu– mo todo o meu pensamento em tres pa– lavras : s. Vicente de Paulo, por seu des– tino providencial foi o homem do seu se– culo; é ainda o homem do seculo pre– sente ; e será tambem o homem dos secu– los futuros. ( Continúa. ) V a1•iedat!es. CURIOSIDADE INDJSCRTA. ró, e pediram-lhe qnc não ll10s tirasse a vida. Este sóm..,1 t pr.rc :•heu ent ão qu e os se11s 110sperles esta vam de com1nmhia com os porcos; ficou muito admirado e perguntou-lhes se elles o tinham como um papão : - Fostes vos mesmo que dissestes esta noite que ieis cortar-nõs o pescoço. - o estalajade!rO não pótle conter o riso , e exclamou então: « Na verdade. sois mui– to insensatos! Não era de vós que eu que– ria fallar ! Os dois cidadãosi nbos em que eu fall ei, chamo cu por brincadeira os ,dois leitões qu e comprei ha dias na cida– de.» Eis CI que ac~mtece quando se anda es– cutando pelas portas; muitas vezes com– prehende-se mal uma cousa, o por con– sequencia fica-se com o espirito cheio de injustas suspeitas; e criam-se assim, sem motivo algum, crueis inquietações, chimeras e muitas afflicções. Nao vos entregueis nuncci a um terror lou– co, po1·que nos induz muitas vezes em erro. F1·ai-vos na Providencia, ella vela sobre vós. TODOS SO~IOS MARTYRES NESTE MUNDO. - Dois rapasitos de uma cidade perde– ram-se n'uma immcnsa mata, e viram– se obrigados a,passa1 a noite em uma cs- - talagern de muito má apparencia. O qu e governa é martyr d'in'lportuna- ções. O pretendente é martyr d'esperanças. O rico o é de cuid(l.dos. o pobre de ambições. Por volta de meia noi te ouviram con– versar n 'um quarto cont" ,uo áquelle em que se .achavam. Puzeq ,1 logo o ouvido na parede, e escutaram com a maior at– tençilo. OuYiram mu'ito distinctamente estas palavras: « Mulher, olha que has de ter cuidado em limpar hem amanhã a panella, porque tenho tenção de cortar o pescoço aos nossos ciuadiiosinho5. » Os dois vobres pequenos sentiram ge– lar-se-lhes o sangue ao ouvirem es tas pa– lavras do dono da casa. -O' Deos do céo I es te homem é um papa-gente I disseram 11111 para o outro baixinho. - Foram muito devagar. á ja– nella e saltaram prara o pateo, com ten– ção de fugir. - las tiveram u m novo susto quando acharam a porta do pa teo fechada. Então encaixaram-se no curral dos por– cos, e ahi passaram a noite nas maiores tortura . ' Ao amanhecer, o estalajadeiro foi ao pateo, abriu a porta do curr al dos porcos e pondo-se a aguçar uma faca, djz : «_Va– mos, vamos meu cidadãosinhso, saiam cá para fóra, b egou a vossa hora. » Os dois rapazitos cl ' ram um gr ito me– donho, o r.ahiram aos p~s do cslalajadei- O ocioso do vícios. O occupado de canceira. O sabio é martyr q'inve_jas. o nescio de presumpções. O peccaclor ele culpas. o justo de _bons desejos. O temerario de riscos. O cobarde de temores. o retirado o é d'esquecimen~o. o intromettido de despresos. o glotii.o d'achaques. O necessitado de mizerias. o sqlteiro ele descommodos. O casado de obriga~ões. O amante de ciume5. o avarento de privações. o malfeitor martyr de sustos. 1 O bemfeitor d'ingratidões, etc 1) • PLUS OCCIDIT Gl.lLA QUAl\l GLADIUS. Quer dizer: Mais m,1ta a anla qne a es– pada. Eis um exemplo referido pelo Jor– nal de Rennes: "Um enfermeiro do Hotel Dieu (hospi– ~al) morreu como fulminado, levando o Jantar dos doentes. Não sabendo á que causa attribuir esta morte subita fez-se autopsia do cadaver; não se encon trou ,