A Estrela do Norte 1864

A. ES'.l'ftEJ.1,.4. DO NORTE , vers-itarios, <lcixando pürém sem?re ~os BispoE o direito de lhes dar ITO mter10r ou tros mestres, <:em mais cont raste que 11 ma simples declaração, a qual, que cu saiba, nunca foi co?-tradic~a. . Eis aqui os umcos abices postos a liberdade dos Bispos. Durante al!:,'1lm tempo ex igiu-se dos lentes de theologia o compromisso escripto ele nada ensinar con trario aos qu atro ar tigos redigidos e votados pela assembléa do Clero de Fran– i;a em iG82. Como os pr imeiros profes– sores estavam quasi todos embuidos nas 1déas gallicanas, tomaram es te empenho sem difficuldade. J\las tendo continuado a mesma exigencia no tempo da llestau– r ação, foi encontrando resistencias ca– tla vez mais pronunciadas , o cahiu lo– go em desue_tudc, de sorte que na revo~ 1u~ão de 1830, em que tudo conspirava contra a Igreja, nem dis,o sequer se tra– tGu . Quan to aos pequenos seminarios quíz– se, mesmo cm razão dos pri vilegios que gosavam, obrigar seus alumnos a trazer o habi to ccclesiastico; mas nunca se as– sentou direito na fórma desse habito, o qual se reduziu a um pescocinho preto, orlado de um deb rnm branco, que foi trazido cm guisa de gravata durante al– guns annos em dias de passeio. Houve tambem de 1809 a !813 algumas semelhanças d'inspecção exercida nos pe– ([Uenos seminarios. Lembro-me muito bem cl'isso, e me recordo tambcm que os proprios inspec tores, bem qu e fossem recebidos com toda a polidez, pareciam reu ito embararados com o seu papel, de modo que estas visitas, aliás mni ·pouco numerosas, ficaram sempre sem resulta– do. Eis pois o qu e passou-se debaixo do oxerc.icio do monopolio universitario, nas epochas mais oppressivas do regímen im– perial: quanto aos seus scminarios sof– freram os Bispos alguns pequenos emba– raços parciacs, mas gozaram d'uma liber– uade completa quanto a todo o comple– xo do seu governo. Comprchende-se que quando me.is tar– de achou-se a u niycrsidade abraços co os vivos ataques e j ustas r lamações de todos os catholicos em nome das sãs dou– trinas e da li berdade do ensino, não pe,n– sou ella em disputar direitos que até all nunca lhepertenceram e que, havia mai ue trinta annos, tinha cessado el e rccl_a– mar . E assim nas longas e caloros8:s dis– cussões que tiveram logar na tribuna parlamentar e na imprensa, seja quanto ao projecto de lei apresen tado nu cama– ra cios r :i. rc~ em ~ rlP Fcrrrriro rlr ·IR 1 'f <' na dos deputados em 2-de Julho seguin– te; seja quanto á lei que, depois de tres deliberações . da assembléa nacional fo i votada em i5 de Março d~ 1850, e que nos rege ainda ao menos ·no essencial, sempre foram os seminarius postos á par– te e subtrahidos aos debates; sempTe fo– ram ellcs consíclerados como escolas es– peciaes, tendo seus chefes, seus regula– mentos, suas necessidades especiaes, e não podendo ser sujeitos ao regimen com– mum, como Lambem r.ão o são as esco..: Ias militares. Eis o crue eu attes to, e meu testimunho pode ter algum Yalor cm ra- 7.ão de circumstancias que me será per– miLUclo lembrar a V. Exc. nvma. No fim do anno el e i 84-3 comecei a es– crever em favor da liberdade ue ensino, como inseparavel da liberdade da Igre– ja, e constan temen te segui todas as pha– ses dessa alta qu es tão envolvendo-me em todas as suas luctas. Deputado em !848 á assembléa constituinte e em 1849 á as– sembléa legislativa , tomei assento prin– cipalmente para defender os in teresses sagrados qu e a cinco annos me occupa– Yam . Fui membro da commissão parlart1en– tar que trabalhou mais de seis mezes na redacção da lei de i 5. de Março de 1850 ; torn ei par te nos debates pub licas que segundo o sabia regulamento impos to ã nossa unica camara, tiveram lagar em • trez occasiões sucdessivas ; desde então me assentei todos os annos no conselho su– perior, estahelecido para velar na appli– cação desta mesma lei; posso, pois, fal– lar corn o testemunha ocular. Pois bem ! como tal affirmo de novo que durante todo esse tempo, em que o ensino pu– blico foi examinado em sentidos di ver– sos, po~· todas as suas faces, nenhuma pa– lavra importante foi pronunciada ne– nhuma proposição séria foi emittid~ mu ito menos ainda, medida alguma f~ i tomada que do leve contraria fosse á in– cl~pendencia abs?lu t~ dos Bispos na direc– çao de _seu s semmar1os grandes e peque– nos. Eis os factos, authenticos, notarias e constan tes. .. Se agora, Exm . e Revm . Sr., me per– gun ta V. Exc. nevma. o que mais tem con tribuído para desviar ue nós esses ataq ues e invasões, lhe direi que é sobre– tud? o respelto da libei:df:lde de con ci– encia. ~ q~1 ~ quer que se pense cm su mma elo prmmp10 11:e~mo da tolerancia religiosa na ord~m c1v_il, e reservando a questão de d1reil_o, é mcontestavel de facto que l' te entun enlo é .cada vez mai univer– sal rm Fran~a, mormrnte na classes cl

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