A Estrela do Norte 1864

A ESTBEJ.LA DO :NORTE. e assistia á missa celebrada na sua resi- aos companheiros com uma especie de dencia. necommendava ao seu cosinhei- basofia : ro, que não se_rvissE: alim~ntos de_carne -Eis um livro encantador, cheio de emdias de abstmencJ.a : fazia admuar os espirita; eu faço delle as minhas deli– companheiros do seu desterro pela ener- cias, desejava sahel-o de cór, não o tro- gia comque expunha as dputrinas. fun- caria por um thesouro. · damentae.s do catJ:iolicismo. Depois dirigindo-se ao religioso lhe dís- Estando proximo á morte, despediu os se : medicos, mandou ci}amar o padreVignali, - Meu Padre, ' tereis a curiosidade de seu capellão, e lhe disse: vel-o? Se vísseis vos convenceríeis de que - Eu creio em Deos; nasci na religião eu não vos engano. catholica; quero cumprir os deveres que o religioso pega o livro, e ape!las leu ella impõe e receber os soccorros que ad- algumas linhas logo reconheceu a natu– ministra. . . . -reza da obra.; feixou-o o entregou im- 0 imp rador confessou-se, recebeu o mediatamente a seu dono dizendo-lhe que sagrado Viatico e a Extrema-Unção. se admirava de vel-o fazer suas delicias -Sou venturoso por haver cumprido de cousa tão enfadonha; e como elle ora ~s meus deveres, disse elle ao general tão pio como sabio, fez recahir a con- 1\fontholon. Desejo, general, que emvossa versação sobre pontos de religião. Co– morte tenhais igual ventura ... Dura,nte meçou a louvar os encantos da virtu– o tempo que estive no throno, não pra- de, e se aj)plicou sobre tudo a pintar tiquei a religião, porque o poder deslum- a felicidade de um coraçã_o puro e inno– bra os homens. Mas sempre consonei a cente. Fêl-o com tanta uncção e força que fé. () toque dos sinos alegraya-me, e a o nosso joven, que tinha recebido uma vista de um padre commovia-me. Eu educação muito christã, e não tinha queria fazer um mysterio de tudo isto; perdido a fé, não pôde deixar de dar mas seriu isso fTaqueza •... Quero dar alguns suspiros. Fingiu o piedoso padre gloria a Deos. . . . não observar o effeito de.seus discursos; Elle mesmo depois ordenou que se lhe porém, continuando no mesmo tom, la– ;nmàsse um altar na ramara contigua, mentou os delírios e as desgraças dos para a exposição do Santjssim,o Sacra- mancebos que se deixam arrastar pela · menta, e se recitarem as preces cl,as Qua- torrente dos vicio&, renta-horqs. - Oh louco mercado! exclamou elle, . Ai,sim morreu Nappleão como christão. em que um christâo entrega sua alma ao Não receiemos, pois enganar-nõs a tal demonio I Dá tudo e nada recebe. Enga.– respeito de todos estes gr-andes homens, no-me, aocrescentou, recebe como um · çujo numero, sciencia religiosa e prin- penhor do inferno: porque ha cousa mais ~ipalmente valor moral, sobrepuj~m· mil aproxima{la a.o estado de um reprovado vezes o pequeno numero de alguns que que o de uma alma entregue á tyrannia !lesp,rezarai;n o christianismo. de suas paixões? Ah l se ao menos ena . O çirguJho, a paixão da sciencia pro- .recorresse á Nossa Senhora..... fana que inteiramente os absorvia, ou- - Ah I replicou o mancebo suspirando, · tras paixões ainda mais violenl.as e ma.i'> eu a amava tanto em outro tempo I No vergonhosas, são rasões mPis que suffi- collegio onde eu estudei tinha-lhe pro– çientes para explicar a sua. in.credulida- mettido ser fiel á seu culto; eu tinha até de ; ao passo que a veracidade da reli- durante algum tempo vestido suas librés; gião póde só por si, nós o repetimos 1 fa- mas abandonei tudo, e tenho lido ver,.. zcr inclinar a fronte dos outros sob o .Jugo gonha de pertencer-lhe :-posso eu ainda sagrado do catholic~smo. ( Trad.) ter esperança de recobrar a materna af– feição desta Virgem 1mrissima? IJm ~,ri.tleio be~ reeom- 0 pe~sado. Estava ·um mancebo em um navio, com 11m bom religioso !'l outros passa,geJro.s, para fazer uma certa viagem nos arre– dor~ de Genova. Este manoebo tinha nas ~ãos ~m des– tes livros licenciosos, que sao mmto oom– muns neste desgraçado (!eculo. Elle o lia ~o tempos em terupos e dizia em vaz alta - Sim, meu filho, lhe responde o reli– gioso, e vos custará pouco. Onde está o livro que vós elogiaveis neste instante? - Ah t meu padre, não fallemos mais. delle. · - Pelo contrario devemos fallar : dese– jais, dizei-me, ganhar a amisade de Ma– ria; P?is b~m ! fazei-lhe um sacriflcio deste livro t3;0 caro ao _vosso coração. - Affiança1s-me que isto lhe será agra– j:lavel; que ella so tornará ainda minht> Mfil? • "

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