A Estrela do Norte 1864
- ~- ---- ----,----- -------~--------o---- A. ES'.l'RELLA. DO NOHTE, :1 ~ 1 eia ·de virtude para a admissão ás sanctas ordens. De direito, -esta prerogativa dos Bispos é fundada, . em Franç~, no texto da lei segundo a mterpretaçao recebida pelos 'legistas, ainda os menos favoraveis á autoridade ecclesiastica. AJuntemos que nenhum governo do mundo póde despo– jar os Bispos deste direito. Alei que d'elle os privasse par a dal-o ao poder leigo, se– ria -violencia, perseguição : jámais seria um direito. D. Bou1x. Doiitor em theologia e cm direito canonico. ' Os nu,io••es lunneus ten1 Bido religiosos. , Póde dizer-se que a dezoito seculos en– tre os homens eminentes de cada um delles, não tem havido um incredulo em cada vinte. Entre este pequeno numero de in!'re– dulos ain'da se póde afffrmar que a maior parte delles não foram constantes -em ~ua incredu lidade, e se refugiaram antes de morrer nos braços dessa religião que ha– viam blasphemado. Contam-se entre ou– tros, não poucos dos cabeças da escola vol– tairenna no ultimo seculo, Montesquieu, Bulfon, Ia Harpe, etc. .• o mesmo Voltaire, _enfermo em Paris, mandou Chamar o cura de S. Sulpicio um mez antes de seu fallecimento. o ·perigo passou , e com o perigo o temor de Ocos. Veio porém uma segunda crise; os ami– gos do impio accorreram .... O seu me– dico, testemunha occular, nôs attesta que Voltaire pediu d no vo os soccorros da religUj.o . . . . mas des ta vez foi em vão; não se consentiu que o padre penetrasse até ao moribundo, o qual expirou em horri \·el desespero ! D'Alembert quiz igualmente confessar- , se, mas foi impedido, como o havia. sido seu mestre, pelos philosophos, que lhe cercavam o leito. « Se nós aqui não esti– ve semos, dizia um delles, tcr-se-hia re– tractad o como os outros! ,, Que valor moral tem pois estes hom ns? o que prorn a sua irreligião, principal– mente se lhe oppozermos a fé esclarecida dos maiores sabios, dos mn;is profund~s engenhos, dos homens mais voneravms que ha apparecido sobre a terra? A fé, notai-o bem, impunha-lhes como a todos os homens constrangimentos de– sagraclaveis, devere a que era mister sub– mettercm-se. Só a evidencia da verdade elo cl1IiSti'1nismo pócle determinar a sua adhesão. Não fallaremos desses aà.mii-a,;eis dou– tores, que a Igreja chama os Santos Pa– dres, e que quasi foram os unicos philo– ~ophos, os unicos sabias, dos quinze pri– meiros seculos, taes como Santo Athana– sio, Santo Ambrosio, s. Gregorio o Gran– de, s. Jeronimo, Santo Agostinhó, s. Ber– nardo, Santo Thomaz de Aquino, ·( o ho– mem mais prodigioso talvez que jamais existiu), quantos nomes magníficos não conta a religião na lista de seus filhos ? Rogerio Bacon , Copernico, · Descartes, Pascal, Malebranche, d'Aguesseau, _La– moignon, Matthieu ?llolé, Gu]ás, Domat, de Ma.istre, de Bonald, etc.... entre os grandes philosophos, jurisconsultos, e sa– bias do mundo; Bossuet, Fénelon, Bordaloue, Massilon, entre os grandes oradores; · Corneille, Racine, Danl~, Tasso, Boileau, Chateaubriand, etc., entre os litteratos e poetas.. · E,as nossas glorias rn.ilitares não são pela maior parte glorias religiosas? C\lr– los Magno não era christão? Godofredo de Bouillon, Tancredo, Bayard, Du-Gues– clin, Joanna d'Arc, Crillon, Vauban, Vil– lares, catinat, etc., não éurvaram suas frontes gloriosas, cingidas dos laureis de mil victorias, diante da religião? Hen– rique IV, Luiz XLV, eram christãos : Tu– renne era christão; havia commungado mesmo no dia da sua morte. O grande Condé era christão. E sobranceiro a to– dos, S. Luiz, esse verdadeiro heróe, esse homem tão amavel e tão perfeLto, a glo– ria da. França, e simultaneamente da. Igrr ja. . 'lodos sabem os sentimentos do grande Napoleão, relativamente á religião. Nos transportes ela sua ambi ção e poderio, bem sei que desviou-se muito das regras e elo~ deveres praticos, que a mesma reli– gião impõe : mas conservava a crcnra e o respeito della. - Eu sou ch rlslão catholico romano, dizia elle ; meu .filho igualmente o .é ; grande pezar tena eu se meu neto dei– xasse de o ser. O maior serviço que fiz á :rança. 1 accres?e?_t;wa elle, foi restabele– ~-~r__ne1la a rel! ~iao catholica. Sem are– ltg1ao que seci~m os homens? Degollar-=– se-hiam uns aos outros pela mulher mais formosa ou pela pêra mai or 1 Quando na ilha de Santa Helena se achavà sósinho, punha-se a meditar na. !é em que fôra instrnido na infancia; e Napoleão, em seu p"erspicaz engenho, .i nl– gava a fé ca.tholica vertladeira e sancta. Elle pediu á religião as suas supremas consola0ões ·... ·: . · !\!andou chamar um padre catholico, •
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