A Estrela do Norte 1864
--, -· r , .& ESTRELLA DO NORTE, BS puzeram- lhc um cru cifixo, nns dedos ti– nha as contas do seu rosario , a longa trança de seus cabellos loiros flu ctuava sobre seuc; hombros, e a grinalda que ella mesma havia entrançado coroava-1he a fronte. Os afflctos paes estavam de joelhos ao lado della, com os olhos banhados em pranto e o coração dilacerado. Pedro, porém, não tardou em lançar-se aos pés do veneravel pastor. Contou -lhe oom uma profunda contricção, e derra– mando ardentes lagrimas, a hi storia de _ seus passados crimes, ce bem depressa o verme roedor de uma consciencia ator– men tada el e remorsos deu logar a ternas consolações de u in arrependimento cheio de amor e á segurança do perdão que lhe deu a ab5olvição do ministro de Jesus Christo. Pedro voltou para o seu logar ajoe– lhando j uncto do corpo dti sua filha. Mas parecia-lhe então que o espírito de sua filha adejava sobre clle •em uma doce ir– radiação e que llrn sorria na luz da lam– pada sagrada. Affigurava-se-lhe ver descer do có.'.l a ma quer ida Maria para fazer parte do cô ro de anjos que vinham festejar a con– Yersão elo peccador; elle via-a esvoaçar em redor de si, tendo pela :não o anjo da guarda que jámais o havia abando– nado, apezar de seu s desvarigs, E quan– do, para se cer tificar da realidade da sua sit uação, olhou para a padiola que esta– va ju ncto delle , parecera-lhe que um novo sorriso illuminára o semblante de sua filha., e que as côres da vida tinham vindo reanimal-a. - Chegára o dia, B o pequeno si no da ca– pella ann unciaYa pelos arrPdores, em sons plangentes ~ fu nebres, a premat ur,1 mor– te de Maria. Os visinhos fi caram su rpre– hendidos com es tes sons, porque não ti– nham ouvido fallar de que alguem es ti– vesse cloen te na visinhança, e correram á cape11a impellidos por uma aITec tuosa :rn ciedade, Que espectacu lo cheio de espanto e de dôr os esperava I Breve se espalhá~a a 110- ticia por todos os casaes ; a fugida da– quelles a quem naturalmen te se attri uia o sac1·ilego atten tado , confirmou todas as conj ecturas , m quan to que a presença de Pedro com sua mulher e sua filha de:s– viou delle todas as suspeitas. Muitas lagrimas d'uma verdad eira dór emb~Uezaram estes fun eraes, mas eram Vt)rt1das mais por sympath ia por agu~l– les que sobreviviam que por afJJ_wçao pela perda do anjo cuj a sorte todos rn ve– jaram. l}s mães leva'ntavam sens filhos nos braços para lhes mostrarem o debil corpo da cr eança, e es tes longe de recuar de terror, es tendiam os braços e pediam para o braçarem. Houve por muito tempo , no cemiterio do Monte Maria, uma campa ma is verde– jante que as outras, e todos o- dias or– nadas das mais bellas flores por mãos in– fantís. Se lhes hou vessels perguntado de quem era essa campa, ter-vos-hiam res– pond.ido com um olhar de admiração que era de Maria, como se não tivesse havi– do outras pessoas de igual nome. Alguns annos depois, outras du as cam– pas se viam ao -lado desta; eram as de seus paes, hçrnrados de todos por suas vir– tudes, e que haviam fallecido n'uma eda- de muito avançada. , Pedro havia permittido que se contas– se depois da sua morte como se a_chavam maravilhosamen te ligados com a exis– tencia da lampada do sanctuario a sua virtud e, felicidade, crimes, sua punição e arrependimento. CARDEAL WISEMAN. • A piedade é a mesma santidade ; ella é pos ivel a todo o christão, sempre e em todo lugar, segundo a med ida de suares– pectiva vocação. A piedade é um precioso licôr, que toma indillerente.mente a fór– ma do vaso onde é posto ; e nem a idade, nem a condição, nem a saude, nem a fortuna obstam a piedade, quando se.quer amar a Deõs com uma vontade sincera. um menino póde ser perfritamen te pie– doso como um velho; um secular como um padre , um pobre operaria como um rico ou um pr íncipe. Quando se ama a Deos e ao prox imo de Lodo coração, quan– do se procura evitar toda a falta volun– taria pela pratica assídua da oração e dos sacramentos, se é piedoso e san to. Conheço um collegial de treze annos de . i ade, que duran te um an no inteiro ti- l _a guar.dado tií.9 bem o seu coração, que 1 ao ac ei ~ma so vez, em todo seu proce– cJ5 r , matena para a absolvição sacramen– tal. Este menipo respeitava e amava seu s profess~res, trãbalhava o melhor possível, era _doei! e Dom para seu s companheiros, e nao passava sema!a que elle não rece– besse Nosso Senhor uma ou duas yezes.' Ao meu conhecimento e ao seu es te pie– loso pequ eno não commetteu, 'no correr de_seu a~no um só peccado venial de p~o– pna del!beração. E entretanto era Jovial e brincador como se é nessa idade. E eu conheci e ainda. conheço muitos ou tros -
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