A Estrela do Norte 1864
A... E~LEA.. DO. ~01\TE. lftit VRTieclade1,1. O PAPA APRECIADO POJl. Uill. JORNAL INGLEZ. u O sembla1üe de Pio IX tornado fami– liar a todos por meio de retractos e escul– turas, e distingue mais que por todas as outras qualidades, pela belleza, docu– ra e benevolencia; e eu_ não posso ima– ginar uma maneira ou um aspecto mais cheio de dignidade que o seu, quer se assente no throno, rodeado dos prínci– pes da Igreja, quer surja para entoar as vesperas, quei: dê a benção apostolirn. Tenho visto em outras partes sncei·dotes muito pios, quando preenchem suas sn– gradas; funcções, mrurnunca observei uma presença que exprimisse tão profunda piedade e que fosse tão illuminada da– quella divina luz, que manifesta exte– riormente a operação do espirito. o co– ração, o pensamento e a alma pare iam e esttivam verdadeiramente absortos nas ceremonias a cr1ie assistia, de modo qu e, nem sequer pelo espaço de um segundo, distrabia a attenção de suas devoções. Em trez ou quatro outras con,iuncturas, tive a felidado de estar presente, emq11:1n– to o Papa assistia a va1·ias ceremonias da Igreja mais ou menos solemnes e mages– tosas, mas em todas as occasiões fiquei impressionado pela: mesma }.:liedade, pela mesma devota. abstracção, pela mesma feliz expres ão d'aquella santidade, que lhe irradiava no rosto, comp um raio de luz. « Julgae agora da vida diaria des te san– cto homem, quanto dis ta da verdade a pintura que os preconceitos e as falsas reln.(ões fizeram na Inglaterra do presen– te Pon liftce. Elle se levantll cfns t, e meia ás 6 horas e celebra sua Mis. a todos os dias do anno. ão salis f'cito com este acto de au otidiana devoção, ou rn lodos os dias utra Missa. Dá depoi s audiencia ao seu secretario d'Estado no que diz res– peito aos negocios publicas, e depois ao seu mordomo quanto aos negocios re~ali– vos ao interno da casa. Recebe depois as cartas que lhe são indereçadas, e p0ss vos dizer, que são do mais variado_ cara– cter. Estas são cuidados( nte lidas e entregues ao seu secretario privado, para ter dellas ulterior informação e se rC's– poT'der co rno o caso o exige. As to horas co eçam as audiencias propriamente di– etas e duram d.e ord inario até ás duas. Se– gue-se o jantar, e a sua comida_ consiste nas mais humild es iguarias. As 3 sahe t'm c11rruagcm e uas excursões duram de ordinario até ·ás 5. Depois disto reco– meçam as audiencias, que se protrahem commummente até ás 7, 9 011 to da: noite: Acabada:s ·as audiencias recitai 'o seu Ofii– eio como qualquer outro sacerdote e reti– ra-se para. dormir com, a mesma simpli– dade do mais humilde· seminarista de, !\orna. Além das audiencias c.., traordina– rias, .que sobrevêm a cada momento, cada dia da semana é destinado para uma es-– pecie particnlar des tas e para tractar de uma determinada cl!isse de negocio, al– guns dos quaes são connexos com a inter– na administração dos Estados papaes, ou– tros pertencentes á matarias não menos gràves que ex igem a quotidiana conside– mção do Summo Pontifico. " Eis o que.diz do ac-tual Chefe da Igreja um jornal prot:estante o Co1'k Examiner, de 2-í de 'ovembro de i856, que o tract'ou com um pouco mais respeito que o nosso Jornal do Commercio, em um desconsolado artigo que ha pouco . se publicou entre - nós. O orgam britannico acaba dizendo que não ha soberano que seja mais aoces– si \·el á todos q,ue o Summo Pontiflce. « Não h a lwmem tão bai-xo ·e humilde, 1 dlz elle, que não possa chegar-se á sua sagrada pessoa, nem SQelerato tão triste no reino a quem seja negado o privilegio de envi– nir-lhe uma petição. " .. . o:mo SE l'ÓDE HAVER UMA -HERANÇA. Um pobre e· hone to cultivador- dos ar– redore elo Porto recebeu nina vez de Li§baa uma carta concebida nestes ter– m~s : « 'I'enho a honra de vos partici-par ·que um dos vos os parentes acaba de morrer no Ilra il, deixando uma grande fortuna de que sois vt,s o 11n ico herdeiro ; apres~ so-m0 a participar-vos i to, e vou ímme– diatamenLe !!'atar de fazer com que to– meis posse de a magnifica herança. « Tende a bondade de me enviar duas li)l~'aS para a&prim~iras d spczas de ha– b1l!taçao, e para sat1sfwler outras fol'ma– h cl•1clc , como ~ambem para me pagar dos. m us honoranos. . "Sou de V. etc. - (Assignado) Luiz etc Pr~c_urador. dec au as, rua de .... ,, ' . É imposs1vel de crever a emoçã,o que esta carla produziu na alma do bom Cttr– val~o ( ora º. eu nome ). Olhae sua mu- 111CI e seus cmco filhos mudos de felicida– de, querendo ver e devorar cóm os olhos a carta providencial ! . . . teem-na umas p~ucns de Yezes • o subscripto está certo, nao ha duvida d para a familia Carvalho que e ta ·fortuna calie do céo. Pois bem, diz o cultivador, sempre pensei que isto
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