A Estrela do Norte 1864

il. ESTBELI,A DO l'WOI\TE, ío ao pessoal e ao ensino,. dependia mais de Sua J\fagestade e de seu s minislros, •do {fllC da autoridade dos Bispos: Estes •declararam que não podiam sem crime obtemperar, nem pre tar-,-se á essas pre– tenções do soberano ; e o pro,jecto do Se– minario glftal ficou abandonado. (Vid . os documentos no Synodicu.,ii belgicum, t. 2°, 3° e /! 0 • ) Debalde se allegariam aqui alguns fa– -ctos contrarios, d-e que offerece exem– plos a historia de Portugal e de alguns outros paizes, e onde M vê o poder civil exercendo sobre os seminarios e o ensi– no sagrndo a parte que lhe contesta– mos. Notar-se-ha que estas tristes usur– pações nunca se produziram senão nas -epochas de perturbações e dissensão entre o poder leigo e a Sancta Sé. De se terem •Calado en tão. os Bispos e os Soberanos Pontífices, que concluir, sen ão a impo– tencia de resistir ? A oppressão e a vio– lencia nunca foram nem serão direito. () 'silencio do opprimido prova que $Offre e tolera ; não prova sua adhesão, e se pre– temdem ter havido neste genero verda– deiros adherentes no Episcopado, que os nomêem : fõra engrossar a lista dos tra– hidores, e nada mais. - Queiram os Se– nhores mini stros brasileiros reflectir nis- 10: elles estão aqui em prcscmça de um -dogma inflex ivel. Não depende do Bispos do Brasil aban– donar seus direitos sobre a _direcção ex– •clusiva dos seminarios. Estes direitos lhos vêm de Jesn s Christo. O acto pelo qual ·elles reconhecessem a competencia dopo– der leigo nesta materia, os constituiria fóra da orthodox..ia. Aconsciencia os obri– ga a recu sarem-se á isto, á deixarem-se .antes .immolar no -non possumus. É evidente por outro lado, que as -pre– tcn<;ões acima enunciadas do governo bra- ileiro impli"cam a o.bsorpção desta inali– -cnavel prerogalivn dos Bispos; della os despojam, para attrihuil-a ao poder civil. n egular o q ue concerne á escolha e ad– missão dos _professores, destituil~os in– <lependen temente dos Bispos, examinar -11 texto das li ções, assim como os regu– lamentos ( com faculdade sem duvida cb pôr o veto onde bom parcc ) fixar o tem– po e o genero de estudo exigido para a recepção das c;antas ordens, não ó arro– g-ar-se um verdadeiro direito ele direcção 'Sobre os seminarios e o cnc;ino sagrado ? NãJ é ferir o direito eirnlusivo dos Bis– ios? Não é u surpar a maior parte delle? inutilmente para encob1:ir o vicio _ni;clical <le seu projecto, rec?rr~rrnm os m11;1stros brasileiros aos pall1atr vos, ás rasoes de Estado, á alguns tristes antecedentes da antiga mãi-patria, isto não obsta que seja este projec to evidentemen te inconciliavel com o dogma catholico. Não abandonal-o, fôra abrir a era das perseguições no im– perio do Brasil. D. BOUIX. Doutor em theologia e em direito canonico. ( Continúa. } A. Ln.n1pada tio Sanctun.rio. (Continúaç.ão do nº 20.) IV.' O SEU NOVO BRILHO. Accende lumen scn ibas, Infunde amorem cordibns. A sua lampada não se apagarã durante a noite. PrO\'. xxx,, 18. o pav_oroso grito de que fallamos no fim do precedente capitulo enchera de terror o coração dos dous sacrilegos la– drões. O contrabandista t remia todo, os dentes batiam-lhe uns nos Ol tros com a convulsão do espanto; a lanterna esca– pou-lhe de suas mãos tremulas, e apagou– se. Pedro e elle correram precipitada– mente para a porta, e sahiram para fóra um sobre o outro ; acharar:1 o seu com– panheiro tão aterrado como elles. - Ouvistel-o? exclamaram elles junta– mente. -S~ ouvi? respondeu elle com uma voz tremula. Ouvi, si m , e desej o bem não ouvir outro como este. Vamo-nos embo– ra; não me lembrarei mais d'ora avante de roubar igrejas: realmente esta empre– sa não me ágradou desde o principio. Os dous ladrões estavnm r ealmente as– SU!i._lados, e fugira1n para casa o mais de- , pressa que puderam, deixando a Pedro o cuidado de sahir daquelle lance como pu– desse. O seu primei ro passo foi ir dar graças a Deo , qµe o tinha asstm li vra.do de com– metl.ov úm horrivel sacri!egio, e que ti– nha ao mesmo tempo posto sua mulher e sua filha ao abrigo da vingança de seus ferozes companheiros. 1\1.;Ls o su sto gela– va-lhe todos os sentimentos, e apenas pôde cuidar de fugir breve da scena do seu cri~e, e do. procurar um refugio con– tra o gn~o ternvel, que ai nda lhe retinia nos_ ouvidos, e lhe perturbava a imagi– naçao. Os remorsos não lhe deixavam descanço; cuidava qu e era perseguido ;

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