A Estrela do Norte 1864
A. .ESTBELl,-4. DO ~ORTE. 15f E' certo que a situação actual do nosso 11 elle cabe elevar a massa do povo a um clero é anormal, e nem deve durar sem- gráo superior de instrucção que ainda J_Jre. Os Bispos que comprehendem o seu lhe falta, a elle, emfim, esforçar-se para dever trabalham com ardor para fazei-a desenvolver as luzes do entendimento até desaparecer. Para que, pois, vem o go- no ultimo menino da ultima freguezi11 verno agravai-a mais com o seu ultimo do Brazil. -decreto f/ Mas nas portas do sanctuario se acaba O Pa<lre intelligente e instruído impõe a sua missão. Lá dentro, vellando sobre aos outros homens, o ridiculo se occulta, aquelles que são destinados a immolar o mau que mófa de tudo com o seu falso o Cordeiro immaculado sobre a monta– verniz de saber se calla confundido di- nha sancta, está o Pastor desvellado que .ante delle, e todos Um respeitam. Deos escolheu e dispoz para esse fim. E' esse o Padre que requer hoje a socie- Ao ministro compete dizer : - organi- dade. Elle deve ser o sal dos homens e sai, preparai, eis aqui e,_ meios. E ao não a corrupção, luz o não sombras, as- Bispo compete organisar, preparar, e em– tro brilhante e não trévas. .pregar os meios par11 obter um clero se- A regeneração do clero deve começar gundo as vistas da Igreja. pois pela intelligenca. A Fé.aparecerá de- Finallso fazendo justiça. ás boas in– pois para franquear os limites que nem tent;ões do governo. Estou convencido .a imaginação nem as sciencias poderam que elle não teve de nenhum modü em • franquear; a alma será vigorosa com vistas humilhar e aviltar o clero e me– essa nova força, a razão dominará, e elle nosprezar os direitos e prerogativas do .será consequente e, m a razão e com a Fé. Episcopado. O governo julgou poder Nessas condições a reforma tão deseja- obrar por si só nessa questão de tanto da do clero não será' mais um mytho, momento, e foi esse o grande mal. será um facto. Infelizmente o decreto Fazemos votos para que o novo mi– n. 3073 não satisfaz nenhuma dessas con- nisterio retire quanto antes esse decreto dições, elle vem ao contrario como um que tanto mal deve fazer se subsistir. O raio ferir de rrorte um corpo já mori- canlheiro illustado que· dirige actual– bundo. mente os negocios ecclesiasticos ha de No ponto de vis,ta em que nós temos ter já visto a inconveniencia dessa me– collocado o decreto ministerial do ultimo dida que tão em- desacordo se acha com Abril é insustentavel. o movimento intellectual do mundo ci- Em França, l\oma e,Portugal a eloquen- cilisado. quente Memo-ria apresentada pelo Exm. Snr. Bispo do Pará á Sua Magestade o Im– perador, achou echo e o mundo europeu estranhou essa medida que supprime ná educação do clero os eiementos que o mesmo governo exigia á trez annos por um decreto para os ultimos empregados das alfandegas do imperio 1 F. DE M. Certo não tenho eu a pretenção de que- rer apresentar um proJecto ou program- ma para fazer sahir o clero do circulo eetreito e mqsquinho que cerra o seu des– envolvimento intellectual. Não, estes pro– grammas est1o já feitos e o episcopado braziloiro não reclama com instancia se– não a liberdade e appoio para a realisação de tão grande empenho. o governo deve tractar de satisfazer as exigcncias que lhe impõe o seculo, e para levar a bom fim essa grande obra devo tomar medidas de accordo com os Bis.(los, que sem dt1vida não são indignos de da!em o seu voto nessa importante matena. • O ~stado não podera actuar de uma maneira efficaz senão por esse modo. No ·seculo toda a iniciativa lhe pertence ; a .olle compete f m nar homens para o paiz, Paris, 23 de Março de t864. .4. La111pada do Sanetuario. III. O SEU APAGAMENTO. (Continúação do n• 10.) o deserto sanctuario estava então tão profundamentesilencioso, que Pedro sen– tia bater-lhe dentro do peito o coração p.alpitante de remorsos e de terror. A luz da J..1mpada ardia brilhante e transparente, e todo aquelle sancto lugar parecia penetrado do suavi'lSimo calor de seus raios. Nunca ella lhe parecera mais veneravel, nem mais amavel do que nes– ta noite de odienta traição I Nunca a prata e os preciosos ornamentos do altar lhe pareceram irradiar uma luz mais fes– tiva. nunca as imagens dos sanctos, sus– pen~s nos altarees, tinham ~lhado para rulc com mais doçura; nunc,1 a es tatua
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