A Estrela do Norte 1864

l ) onaiugo A1111o i::i 8 d e 1'11: n. io . A ESTRELLA DO NORTE. son os AUSPICIOS Dll s. llXC. íl EVllA. o sn. D. ANTONIO DE MACEDO COSTA, IllSPO DO PA llÁ. 11. L a 111pa1ln. alo § auc t uRrio. lJI. O SE U Á P PAGA ~I li NTO • (Conlinúaç:i.o do nº 18.) Tinha expirado o mez, que devia ser o ultimo do crime, segundo as promessas que os contrabandistas haviam feito a Pedro. Chegára o dia a que devia segu ir– se a noite fatal, e Pedro não tinha ainda podido penetrar o segredo da expedição dessa noite. Todavia em casa de seus cumplices preparava-se tudo o que vaiía a pena do ser levado, para uma fuga ra– pida, e as mulas estavam promptas para transportar as suas familias e as bagqgens para o outr lado da fronteira. Por sua parte, Pedro não ti nha tomado medida alguma para fugir, ou para se pôr ao abrigo das persegu ições da justiça. E não era só porque elle ignorava a natureza do crime, que se hia praticar, e por isso não podia saber o que mais conviria para se escapar , tendo de mais o encargo de sal– var ao mesmo tempo a sua familia; era principalmente porque olhaYn com in– differença para as consequencias, e en– commodava-se mediocremente com o que pu desse acontecer. Luctava com o remor– so, com a vergonha , o com u rna amarga dôr a mais pungente, preferia a prisão, as galés ou o caldafalso, á sua presente situação ; que lhe impartavam as conse– quencias e os perigos ? Estava certo que depois des te crime ficaria finalmente livre ~a scravidão, que peMva sobre elle, e isso lhe bastava. Duran te esse ultimo dia , em que devia tom.ai · parte no crime, os seus compa– nb~1~os esforçarum~se por destrahir o seu esp1r1 to e_por lhe fazer esquecer a empre– sa da no1!e por meio ele uma grosseira ronvcrsaçao. Araha,10 o jnntnr, fizeram-o Venito et ambulemus in Iumi ne Domini . ls.\1. II. 5. beber cópiosamen to, não a ponto de ficú completamente embriagado, mm: ficando cvm a in tclligencia romba o o sangue a es– caldar-lhe nas veias. E taYa assim prom– pto para tudo ; parecia que o seu esp~rilo não recuaria diante de nenhum .cnme, tamanha era a sua excitação. Pedro ia lançar-se como um desesperado no crime, estava louco. Tremia n.inda, é verdade, com a idéa de que pudessem exigir delle um assassínio; mas nenhum ou tro crime lhe parecia temível, nem impossível. E todavia qu ando lhe descobr iram o fim da expedição nocturna, achou a empreza, tão longe estava elle de pensar nella, tão horrível como um assassínio, e recusou– se com' uma convulsão do horror, que abalou por um momento os seus com– pan heiros . A noite não ia ainda muito adiantada , quando no momento de sahir _da casa onde se achavam, os contrabandistas de– clararam a Pedro o objecto da sua expe– dição. Não se tratava nada menos que saquear a Igreja do :'llonte i\laria, despo– jal-a dos seus milaares de prata, dos ri cos vasos do Altar , dos ornamen Los que de-' coravam as estatuas e o tabernacu lo, e levarem tudo para além da fron teira da ll espanha. Se 1.1 m raio cah ira sobre a cabeça do infeliz Pedro, nãci ficaria tão profunda– mente fulminado, como quando soube, qual era o pro,i ecto. Quando lllc pn.ssou um pouco a emoção, j urou bem nlto e protestou , qu,1 nenhuma consideração na terra poderia obrigal-o a praticar um tão horrivel sacrilegio, o uma tão negra in– gratidão. Porém seus companhell'os co– nh eciam o poder que tinham sobre cll~– Fizeram com elle o que fa z um habil pescador com o peixe, quando Ih_? sente a primeira picada do an ~ol ; cl~iam-lh~ campo , e deixara1_n- no dcsafllf\" 11 1. D?IJ~IS pa saclo O primr1t·o 1mpcto da pa1xao , fo ram-no pu xa nrlo, pu x:in<lo. prlo fl o dr)

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