A Estrela do Norte 1864
A ESTRELL~ DO NORTE. l!H ou adoçavam uma magoa, ou calmavam uma palpitação. Cahiam-lhe nos labios e o gosto tinha o amargor da myrra, mas tambem tinha della o poderoso sabor que reanimava o coração abatido. ( Continúa.) Exen111Io edificante. Só na religião é que se encontra gran– deza na simplicidade, só em seu seio é que o homem acha o remedia para seus males. Nós vimos no dia 22 do corrente, ás 9 e meia horas da manhã, um desses mo– men tos que arrebatam o coração lmma– no, e que fazem calar todos os sentimen– tos máos ; vimos duzentos irlandezes ca– tholicos ajoelhados sobre o convez da galera Waffen, fundeada em nosso porto, no maior silencio e com os corações vol– tados para Deos, offereceram as suas ora– ções, unico tributo que a alma bem for– mada póde da): a seu Deos. Seus olhos não se voltavam para parte alguma, to– dos 1inham seus livros abertos, sem ex– {)epção de uma só pessoa, e nesse estado -arrebatador esperavam a hora solemne em que deviam receber o sagrado corpo ele Jesus Christo. O sancto sacrificio começou, e nós os ouvimos acompanhar todas as orações, até que a final distribuimos o corpo de Deos vivo com oitenta pessoas, deixando o resto ele o fazer, porque quando chegou o aviso que no dia seguinte havia a com– munhão, já tinham quebrado o jejum natural. Esses choraram sinceramente, porque viam-se privados de chegarem 6. mesa dos anjos l Que differença desses homens para os nossos ! Ellcs procuram a vida, e os nos– -sos a morte. É uma verdade quo nin– guem negará, porqu a nossa od.ucaçã.o é pessima e horrí vel, o em vez de um bem que nôs dão, nôs legam um tlagello, e o desconhecimento dP, todas as verdades. E porque não lançará mão dessa medi– da o nosso governo? Não trará vantagens futuras para o nosso imperio, tão vasto e tão novo 1 É dessa fõrma que o vere– mos progredir, que teremos um povo li– vre e amante do trabalho; fugindo-se deste principio, é illudir ao povo, é en– ganar áquelles que procuram melhorar ·a lavoura em todas as suas vistas. O temor de Deos é o principio de todas as cousas, e essa gente o tem, llor que nós a conhecemos de perto; não nos illu– diram, estamos certo, Yi sto que não vi– nham l1abitar entre nós, para de5'ta arte serem amparados-são catholicos de con– vicção, e é incontestavel, que nutridos desses puros sentimentos não poderão deixar de ser bons pais de familia, e ver– dadeiros homens do trabalho. Que dirão a isso os nossos catholicos? que esses homens são fanaticos, creados nos campos e trazem o espirita imbuido nas superstições : que são intelligeneias fracas para conhecerem as imposições da Igreja ? Que allegará o protestantismo, esse colJ)o envelhecido na presumpção e sem vida ? . Aos primeiros nós diremos, que elles nôs envergonham e nôs ensi– nam a sermos fieis ao nosso Deos ; que sâbem guardar fielmente aquillo que seus pais lhe ensinaram ; ao segundo, que elle · desappareceria ainda uma vez, confuso e atordoado, romperia seus livros adul– terados, e entraria cheio de compunção para o gremio da Igreja que elle abando– nou. Esses catholicos irlandezes nôs en– chêram de alegria, já pela gravidade de seus passos, e já pelos meios que mostra– ram, tendo seus livros abertos para me– lhor pensarem nos mysterios da Reli– gião. Entre nós , só é dado o uso de livros de orações ás senhoras, quando vão a Igreja e se algum homeµi as imita, é Jogo apontado, e pela maior parte alcunhado de hypocrlfa. Mas isso demonstra igno– rancla, pouco sizo e falta de educação religiosa. É preciso pois, que o nosso governo mande vir dessa gente 1 e estamos cr; n\es que não se arrependera. " (Da Cruz.) - A Igreja de s. Joaquim. . Esses homens são colonos que se des– tm~m para o fcultivo das terras d'Aus– tralra, çrue vão alugar seus serviços para beneficiar esse paiz, que tan to os precisa e os reclama - no entanto que nós em vez do mandarmos vir gente igual para rot~ar as nossas terras con tractamos pela Não podemos deixar de fallar desse bello ~f~or parte os expalriados, a gente da Templo, tão cheio de recordações Pª~;.!– u ima camada da sociedade para vive- das, e edificado á custa do obolo dopo ' Pr~r.r:, c~~fr~ / 168 , que nada fazem, an tes esmolado de porta em portar. : ~ 6 ~~~!~ . . 10 9s vemos entregues á indo- se mudam e os homens se az . lencia, á macçao e á mencligagem de por- veis pelas 'suas arbitrari ednctos. ~no- ta rm porta. j dade cooperou para Ievan tal-o, e a nu-
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