A Estrela do Norte 1864
11.36 .-1. E§'a':nl.lEILLA. D O l'UUl'.1' E. tc ..~ 1 .PC?t :+?-& Sciêil .Y+ AIMIW M-ikE5 l i ECT scn eloquente autor por uma inspimção l[Ue faz a sua maior gloria, procura ar– rancar o seculo XIX ao culto degradante e fatal do progresso pelo erro, para con– duzil-o, convencido e regenerado aos ca– minhos seguros e planos do progresso 1do christianismo (II. de niancey.) Os Jesuítas do hoje são como os Jesu ifas de outr'ora : é sempre a mesma dedica– ção ao chefe da Igreja ; a mesma infati– gavel coragem na defeza e sustentação das idéas catholicas ; o mesmo amor ao Estado, ás sciencias e ás lettras, que fez os Jesuítas grandes homens em todos os ramos do saber divino e humano. t esse o ,iuizo que fazemos da invicta compaahia de Jesus, a qual para sua maior gloria, mereceu do philosophismo o mais bello elogio, que se lhe podia fa– zer, quando o blasphemo Voltaire, em sua infernal linguagem, dizia: ":'Ião se tirará vantagem contra o infame (é a de– nominação que dava aqucllc ímpio . a NossoSenhor Jesus Christo) senão quando se houver destruido a ordem dos Jesuí– tas. >) E sendo ·esse nosso juízo o resul– tado de uma convicção sincera, long-e de partilharmos os terrores infantis do il– lustre Sr. Pcllro Luiz, fazemos votos para que os Jesuítas voltem ao Brasil; e esta– mos certo de que, se assim acontecer, os brasileiros augmentarão a divida de gra– tidão, já contrahida com os Anchieta, Nobrega e Vieira. A vista do que temos dito parece-nós evidente, que os Jesuítas, não tendo mor– rido, não tiveram necessid n.dc de ressus– citar, e portanto que a s0ciedacle de S. Vi– cente de Paulo e irmãs de caridade coex– istem com clles, sendo outros tantos fructos da arvore magos tosa e sacrosanta plantada, ba quasi dezenove seculos, no cimo do Calvario, o que não püdc ai nda nem ha de ser a!'rancada pelos ventos da impiedade, por mais que ellcs so tenh:tm dcsencadciado em horriveis furncões. Entretanto, na falsa persuasão de ser a sociedade de s. Vicente de Paulo uma rcs urrcição dos Jesu iLas) o Sr. Deputado Pedro Luiz remontou-se a origem da es– ma. oci dado pam dizcraí Gamara como, . eudo adaptado em seu berço o Jes uilis– rno, cresceram os associados de s. Vicente ele Paulo com a seiva do· máos princí– pios. Deixemos fallar s. Exc. : (( Frederico Ozanam, alma elernda o co– racão generoso, fundador da c;ocicdadc, as;im redigiu o art. ~• c~c seu rc~ula– rncnto. A sociedade de s. Vicente de l n.~lo rcc-ebe cm seu seio todos os moços chris– li:ios t{l10 quizercm unir-se cm orações e participar das mesmas obras do caridade cm r1ualquer paiz em que se achem. Isto escrevia o fundador da sociedade em i 838. « Passaram-se onze annos e i\lr. Bailly dircctor então da sociedade, revogava este artigo, declarando que os protestantes nã,o podiam tomar parte na grande obra de caridade de S. Vicente de Paulo; va– ries sectarios dessa religião que deseja– vam cooperar no trabalho evangelico, receber seus auxilies foram brntalmente repcllidos. « Só isso bastava, diz ainda S. Exc. , para que os homens de sãos principias a considerassem desde então estrei ta, mes– quinhat ferrenha e incompatível com o seculo etc luz em que vivemos. Não ha– viajudeu nem grego perante a sociedade, porque são iguaes perante Jes us Christo; a theoria jesuítica trinmphou, porém, e imprimiu-lhe o seu cunho servagem. n Transcrevendo estas palavras, bem po– díamos deixal-as á apreciação desinteres– sada dos homens sinceros, dos verda– deiros catholicos do nosso paiz: o pen– samento do S. Pedro Luiz, a sua má von– tade ·ao catholicismo estão nellas assás patentes ; e não sabemos o que mais se deva admirar, se a triste coragem com que foram proferidas taes palavras, ou se a indifferença e placidez com que foram ouvidas, sem dispertar a mínima recla– mação. O art. iº do regulamento, relativo aos fin s e ás pessoas que podem fazer parte da sociedade de S. Vicente de Paulo, diz que clla admitte em seu seio todos os moços christãos que quizerem unir-se em ora– ções, etc. O benemerito Bailly, ou antes o conselho geral instituído pelo art. 3G do mesmo regL1lamento, interpretando aquella disposit:ão muito natural e ra– soavelmentc decidiu que os protestantes não podiam fazer parte da sociedade. t o factc. E ahi temos a theoria jesuítica predo– minando na sociedade de s. Vicente do Paulo; ahi temos a mesma soei dade, dantes digna de applauso, agóra estreita, mesquinha, ferrenha e incompativcl com o seculo de luz em que vivemos; ahi te– mos os protestantes brutalmente rcpelli– dos; ahi temos cmfim o cunho selvagem dos Jcsuita (para não dizer do catholi– cismo ) impresso na fronte da sociedade de s. Vicente de Paulo 1 .É muito ousa;· e diffi.cilmentc se acre– dita como no seio ~e uma Camara cujos mem~r.~s p~·estan:i Juramento de manter a ne1Ig1ao catholtca Apos tolica Romana ~1~ n?mo da qual .s~o eleitos, póssa tolo~ rar -!iC qne o cathol1C1smo, que as ('rença
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