A Estrela do Norte 1864
t .s Acreditamos até que o clero brasileiro terá o bom senso de desconfiar des a of– ficiosidade, que tão mal se casa com a i1•;•itaçao e susto que sente o espirita do Sr. Pedro Lu iz, diante ela andei clerical que vae subindo de dia pam dict, como elle mesmo se encarregou de dizer . Difficilmente, com eil'eito, póde consi– liar-se essa boa vontade ao clero brasi– leiro com o rancor e odio que distillam as palavras do ill us treparlamentar contrn. institu tos de homefü e mulheres, que, tendo prestado e continuando a prestar os mais assignalados serviços á causa da religião e da hu maniclade, são por isso dignos não só do maior louvor mais ainda elas bençãos de todos os homens. É cer to que os fra ncezes, como nós, professam a neligiüo Catholica em seus dogmas, em sua moral, cm seu culto e disciplina geral ; mas não vemos que seja isso razão para que os francczes, resi– den tes no Rio de Janeiro, não tenham o seu Templo especial. Os fran cezes, como os romanos, professam a mesma religião ; mas todo o mundo sabe, que en tre os numerosos e vastos Templos de lloma, existe um, •que tem o nome de S. Luiz dos Francezes, sendo que nem o clero ro– mano , nem o chefe da Igreja universul veem nesse T mplo uma injuria. Chegauclo ás tcnclencias má , descober– tas por um esforço de imaginação no pro– ,i ecto - Janrard - o Sr. Depu tado Pedro Luiz, no intuito de produzir um bom cffeito ora torio, tomou como thema. os Jesuitas e o jesniiismo, palavras de guerra na. bocca elos inimigos da Jgre;ja romana, o qne tão mal assentam cm labios catbo– licos, quando não são proferidas em seu verdadeiro e natural sen tido. Na ausencia de fac tos o argumentos so– lidos contra a celebre companhia de Jesus rerorrom sempre os seus dctractores a essas generali dades já tão sediças, sem re– pararci:n ao menos que ellas em vez de pre.1 u cl1carcm a illustre companhia, pó– dem_ bom ser verdadeiros títulos de sua gloria. < 1 A companhia ele Jesus dizem depois de _t~r avassalado o mun'do co~ a su pohl1ca ousada,_sinistra e árdilosa, pren– dendo na sua , asta rêde de confrarias e a.gen tes braços e consciencias homens e cou~sas, povos e governos, pesou um dia, e _tao altamcnt_e nos destinos da huma– mdade,_que fo1 condemnacla com horror e repelh da de todo o mundo civilisado. n Verba, voces, {latun prretereaque nihil 1 'll~on tesqu ieu foi mais_parco, restri.ngiu mais a gloria dos Jcsmtas, dizendo im– plesmento qno elles teriam sido senhores do mundo, se tivessem apparecido antes de Luthero e Calvi no. Entretanto, aceitemos a accusação nos termos em que ella fo i feita para pergun– tarmos ao seu au tor : se a companhia de Jesus pou cle ava.ssalla.r o mundo, homens e cousas, Reis e povos, como não desco– bris ne sa vassalagem o effeito de cau as maiores, ele meios mais efficazes do que a politica ou ada, sinistra e ardilosa de que fa.llaes? Omundo, reis e povos, serão crcaturas tão ncscias, tão estupidas que assim se clei xas 0 em ava salla1· J)e!a as tu– cia o arcl í dos Pad res de J • u ? Estamo persuadido de que erram gros– seiramen te os que pen am, poderem pe– quenas causas produzir grandes clfeitos ; e por isso, na pretendida va~sallagem prestada aos Jesuitas pelo mundo, ho– mens e cousas, Reis e povos, não podemos vêr senão o resultado da forte e abia constiLutção que tinham os mesmos Je– suítas, da efficacia dos meios por olles empregados e da sublimidade elos fins a que se dirigiam. Dae com effeito a uma sociedade qual– qu er, a obedicucia como princípio cons– titutivo ; armae-a de todos os conheci– mentos nas sciencias, nas letras e rias artes; inspirac-lhe no coração o amor de Doos e do proximo, e tereis explicado a grande innuencia que exerceram os Je– suítas no mundo, nos Reis e nos po,·os. o desenvolvimento de cada uma destas proposições nôs levaria muíto longe, e nem temos necessidade de dai-o , porque a historia dos Jesuítas já es tá feit a por habil mestre. ( Continúci. ) A La1np atla do San ctu11.a1•io. rr. O SEU OilSCURECDIENTO. (Continúaçào do nº 15.) Mas contínúemos a nossa hi storia. Qu:mdo a mãe e a. filha voltaram para a sua cabana, sentiram-se mais for tes para suppor tar aquella de olação; a escn– riclão que al i reinava parecera-lhes me– nos espessa, principal!11cnl~ á filha. A esta parecera mesmo 11lummar-se- lhe a fron te de alegria, quando convidára sua mãe a pôr toda a sua confian~a em Deos e na intercessão ela Sancta Virgem . A manhã ía j á mu ito adian tada quando P dro entrou de repente, com o ros to pal– lido, e o olhar feroz. Atirou com uma
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