A Estrela do Norte 1864

118 A ESTRELLA. DO lWOBTE. Como o soldado não achava a seu gosto esta excellente razão, disse ao confessor militarmente : -Custar-vos-hia muito dizer-me: Ego te absolvo ? - Eu não posso absolver-vos, disse-lhe o confessor n'uma linguagem que todos os soldados entendem, esta absolvição me é consignada. - Por quem vos é ella consignada, per– . gun tou elle? - Me é consignada por. Jesus Cbristo ; elle prohibiu-me dal-a á todos aquelles que não estivessem assás instruídos nas verdades da religião, que é necessario saber e crer, assim como á todos aquel– les que estivessem no costume de furtar, blasphemar, fazer injustiças, commetter peccados contra a puresa, em fim, á to– dos aquclles que não quizessem deixar a occasião proxima do peccado, e que não dessem mostras de arrependimento. Jul– gai, depois disto, se eu posso dar-vos a absolvição que pedis. O que tendes a fazer é voltardes hrevemente; no entan– to trabalhae em corrigir-vos de vos– sos defeitos, em fugir das occasiões .... e eu vos absolverei logo que es tiverdes disposto. Ai daquelles, diz s. cypriano, que se contentam em cobrir as chagas dos mo– ribundos I Elles concedem uma paz inu– til e falsa, uma paz perniciosa áquelles que a dão, e infructifera áquelles que a recebem. A. eonftsi,ão eselareee a abna. Um tenente-general, cheio de estima para com um ofllcial que o marechal de Saxonia honrava com sua confiança, ti– nha-lhe participado suas duvidas ácerca da religião. Este official tão distincto pela sua piedade como pelo seu valor, o ti– nha excitado a esclarecer-se sobre um objecto tão importante. Vencido por suas sollicitações, se tinha determinado á con– ferenciar repetidas vezes com o Padre de . 1 euville e o ra~r~ Renaud ; e apezar da soll~ez dos rhc1ocm10s c\§lles, não tinlia podido convencer-se, quando o official, fazendo um ultimo esforço, o induziu a dirigir-se á um ecclesiastico que tinha escolhido para seu confessor. o tenente– general foi vel-o de sua parte e lhe disse 6 que o levava, e os passos que tinha dado para dissipar suas duvidas. . - senhor respondeu-lhe o occlesias– tico, que p~derei eu ~izer-vos de1:1ais, senão O que vos tem dito um Padie _de Neuville um Padre Renaud? e que d1s- ' cursos poderei fazer-vos que tenham mais força do que os que elles empregaram para convencer-vos? Só me resta um re– curso; dignai-vos experimental-o. En– trai em meu oratorio, roguemo ao Se– nhor que illumine o vosso espiri ta, que commova o vosso coração, e começ-ai por confessar-vos. - Eu, senhor: que apenas acredito em Deosl - V_ós acreditaes ·nelle, senhor, e em toda a religião mais do que julgaes. Ajoe– lhai-vos, fazei o signal da Cruz; cu vou recordar-vos o vosso - Con{iteor - e in– terrogar-vos. Depois de muitos signaes ue admiração, que pareciam mais que muito fundados, muitas repetições sobre suas duvidas, e mesmo sobre sua incredulidade, muitas contestações e difficuldades, o nosso mi– litar obedeceu em fim, e respondeu sin– ceramente ás dilferentes perguntas que se lhe fez. Fechou-se com elle a épot.;ha de sua primeira dissolução ; entrou em algumas particularidades sobre as des– ordens que tinham sido a consequencia della. o coração deste homem abriu-se insensivelmente ; sua voz começou a al– terar-se, algumas lagrimas lhe escapa– ram dos_olhos, a seu pezar ; conhecendo o .ecclesiastico sua perturbação cessou as perguntas e entregando-se a todo o ar– dor de seu zelo fez uma exgortação viva e tocante, que acabou o que suas per– guntas e confissões tinham começado. - o· meu Padre, lhe disse o penitente através de mil soluços, vós tomastes o unico caminho que podia conduzir ao meu coração ; sou um desgraçado que as pa\xões só tinham desgarrado ; que en– cerrava seu juiz no fundo de sua consci– eneia abafando a voz desta, que não se atrevia a confessar seus crimes á si mes– mo, e que preferia antes nada crer do que ser obrigado a viver bem. Amanhã mesmo tornarei a vir ter comvosco, e vos farei uma confissão mais longa. Elle a fez com os sentimentos da mais viva com– punção, e morreu alguns anno depois em todos os exercícios da penitencia e de uma vida verdadeiramente clu-istã. Variedade8. A DÔA DO 'A DE CASA. Diz um a~thor muito popular que nma mulher cmdadosa 6 um verdadeiro the– souro, e que uma boa dona de casa vale o que pes~ em om:o. 1 a.da mais verdadei– ro, e mmto ut1l o <rue se pense nisto.

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