A Estrela do Norte 1864

A\ E!ii'D.'REI,LA. :no NOUTE. Vamos a ora ás nossas mí$SÕes. O Padre O';"llill e eu começamos o nosso aposto– lado por Long-Green, a dez milhas de Baltimore. Prcgavamos ordinariamente duas ou tres Yczcs por dia, e confessaYa– mos o r esto do tempo. Muitos penitentes faziam até vinte milhas para vir ter com– no. co. A messe excedeu toda nossa ex– pectativa. De Long-Grecn passamos para Char– lestown, perto de Boston. O Padre Ma– guire pregou durante duas semanas e com notavel bom exito. A igreja que está edi ficada no cimo do nunker-JJill, e que póde con ter fn.cilmcn te duas mil e du– zentas pessoas assentadas , encerrava to– das as tardes ao menos qüatro mil ou– vintes, que ahi se apertan1.m como po– diam. •unca vi tanta multidão cm mi– nha. vida. l\ta.s apenas era preciso pregar, porque a graça. estarn, por a%im dizer, actu ando por si, de modo que durante estas duas .semanas pa samos do ordi– nario de dez a quatorze horas por dia no confessio nario, e ás vezes, eram já dez horas da noite, cu me achava tão cança– do que era nccessario partir sem ou– vir aquclla pobre gen te que ali estava cspcra.ndo a sua vez desde cinco horas da manhã. O fervor !.los chrislãos me enchia do pasmo. Prouvcra a Dcos que fossemos em maior numero, nós outros obrçiros evangclicos ! Que hem immenso faria.mos ! Havia já para mais de 6,000 communhõcs e não tinhamas feito ainda a m~tadc desta colheita de almas quan– do foi mister partir. Só esta parochia con– ta não menos de dez mil ca lholicos, e no entanto só tem dous Padres nclla em– pregados. Posto que muitos Pallres do Collcgio no viessem ajudar, eramo ainda mu ito POl!, os: com um mez mni o adjutorio tcnamo ouvido ao mono~ 12,000 confis– sões, tan La a in0ucncia rra geral. 'ão fallo elas di sposições. Eram cxccllen– tcs .... Não podeis fazer uma idéa da multi– dão que se apertava cm turno do sanlo tribunal. Uma Larde entre outras, havia tantas mu lheres juncto de meu confes– sionario, que os homens não podiam rJ1egar juncto de mim . Vendo eu a boa vontade dcllPs e os obstacu los que se lhes OPJHmham, fechei logo as duas grades e fazendo approximar os homens os ou vi, sem ~udar do Jogar, uns após oDtros, a meus .Joelhos. Ellcs ficaram con ten tissi– mos c~m es ta hôa pera feita á suas com– pan\101ras e se apresentaram todos suc– rcss1vam~ntc. . Um dellcs, um vclli o, ti– nh, de a mmto se dcsruidado de sous deveres r eligio os. Ouvi-o de confissão, e fi quei tc'io impressionqdo por um com– plexo de acontecimen tos prov idenciacs, que lhe pcr 0 ·un tei se não tinha conser– vado algma pratica de devoção para com Nossa Senhora. - Sim, Padre, me rc podeu elle, cu nunca deixei passar um só dia sem re– citar algumas orações em honra della. - Pois bem! Yêdcs hoje como esta boa Mãi acabou por Yos encaminhar. -Sim, meu Padre, eu o vejo; e se poz a soluçar. Qu anto a mim não pude reter as lagrimas á vista- deste novo prodígio da lllãi ele misericordia. J\Ias nós não somos os unicos que te– mos esta consolação. Dou s jovens Padres da missão do Ncw-Yorck dcrarr. tambem um r etiro espiritual cm uma igr eja ao sul do Boston . Viram-se ahi as mesmas maravilhas da graça : cêrca de oito mil conii sões em duas semanas. Em fim, para terminar o que diz respeito aos nos– sos trabalhos apostolicos, eu vos dr.ve – ria ainda falla.r das missões dadas no Ca– nadá, nos Estados de New-Yorck, etc. Mas será pura outra vez. Páro aqui hoj e. · (Cm·ta de ttm ~fissionario da Companhia de Jesus, Annaes da Pl'opagaçao da Fé.) Bon1 l!Onfessor , Um soldado pouco in truido na reli– gião veio confessar-se na quinzcnn da Paschoa. Sua confissão ainda que carre– gada foi em breve feita. o confessor julgou que era a proposito dizer-lhe que não podia ainda absolvel-o, que ora necessario primeiro es tudar seu catecismo, que nunca soubera ou que ti– nha esquecido ; que convinha estar dis– posto antes a morrer do que a tornar cahir cm tal ou tal pcccado. - como I meu Padre, me recusareis a ab olvição I Porque? cu não matei nin– guem. Eu vos contei tudo ; dai-me a absolvição; quero commungar pela Pas– choa; ha tanto tempo que o não tenho feito l u, o confessor_JJara o per suadir lhe disse : - Se estivcsscis doente, o cirurgião a quem disscsseis : quero ser sangrado , sangrai-me, dernria fazcl-o, sabendo que a sang-ria vos seria prejudicial ? - 'ão, meu Padre. - Pois bem a absolvit"ão que eu vos desse YOS Eeria muito prejudicial, por– que não tende as di spo içõ_cs . n~_ce ,sa– rias. Esta absolvi~ão nao _peid?~rhl "os– sos pcccados e vo_s tornana ffi<US culpa- do.

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