A Estrela do Norte 1864
A ES'l'JllELLA. DO NORTE. :1 :ti :1 PRDmmA CO~B!UNIIAO BE1I FEITA. o ,j oven Al~in i, não te~do ?,inda idade precisa para t:izer s11a prrn:ieira_ commu– nhão contenta-se em susp irar mcessan– lemen te pelo dia feliz em que poderia r eceber seu Deos occulto debaixo elas apparcncias Eucharisticas. e nada esque– cia para se preparar á uma acção tão san ta. Ell e ti nha um tão vivo horror do pcc– cado que evitava até a propria apparcn– ciado mal. Dizia muitas vezes que não consentiria que o demonio entrasse cm seu coração antes de Jesus Christo. Tinha uma applicaçâo constan te em in trtrir-se de tudo o que respeita ao .Sacramento adoravcl de nossos Altares. Não procura– va sómente conservar as palavras do Ca– tecismo, applicava-se sobretudo em pe– netrar o sentido dcllns. A innocencia de sua vida, o desejo ex tremo que mostrava para a commu– nhão, a applicação com que se preparava para ella, determinaram o seu direct~r espiritual á admittil-o á san ta mesa, mais de pressa do que commumen te alli se re– cebem os meninos. Não se podia. annun– ciar-lhe uma nova mais agradavel. Elle agradeceu ao seu director com os mais vivas transpor tes de alegria ; e desde este momento só cuidou cm redobrar seus dcwelos para purificar seu coração cada vez mais, e para ali p reparar á Jesus Christo uma morada que fosse menos indigna delle. Foi para isto que antes de commun– gar quiz fazer um retiro, durante o qual a mim 1 eu g:~1oro dedicar-me inteiramen– te á vos ; Jª que vós estaes unido tão estreitamente á mim, nada será capaz de óra em diante de separar-me de vós. Eu seria a mais ingrata das creaturas, se usasse de alguma reserva para com um Deos que amou-me sem medida. ~ão foi isto um desses fcrvores passa– geiros que se esvaecem com a occasião que os i'ez nascer. Albini nunca esqueceu este feliz dia nem os contractos que tinha feito co~ Deos. A communhão foi para elle um alimento salutar que o fez crescer sensi– velmente em virtude e em piedade. Bem longe deste alimento celeste saciar-lhe a fome, não serviu pelo contrario senão para redobral-a; e desde então não dei– xou jámais de comrrungar de quinze em qi,ünze dias, sabendo bem que a divina Eucharistia é tão necessaria á nossa alma, como os alimentos terrestres ao nosso corpo, e que é impossível manter-se cons– tantemente nas veredas da innocencia e da piedade, sem · o uso frequente deste Sacramento. PUREZA DE CORAÇÃO COM QUE SE DEVE COlrnIUNGAR. Os Iraelitas purificavam-se antes de: comer o Cordeiro paschoal, e aquelle que não estava purificado era condemnado á morte. Deviam comel-o em pé, em signal de vigilancia, com um cajado na mão, como peregrinos; temperado com alfaces amargosas; os rins cobertos, figura de pureza; outras tantas ceremonias que re– presentam as desposições que os fieis da Lei da graça elevem empregar na commu– nhão paschoal. · fez uma confissão geral de toda a sua vida. Ao vêr a torrente de lagrimas que derramou , e a viva <lôr de que foi pe– netrado, dir-se-hia quê não havia um maior peccador sobre a terra. En– tretanto nuncahavia manchado por pec– cado mortal algum a _preciosa veste de sua innoccilcia ; mas as luzes da graça com que estava illuminndo lhe faziam olhar as menores faltas como outros tan– tos monstros odioso , e não podia conso– lar-se àé ter offendido á um Deos que o se dignava tornar-se seu alimento. Foi nestes sentimentos que elle passou As sete ta•i11e!!1eiras do De- – r1111onio. Pouca gente, ai! neste mundo Dos peccados se acautella : Tó dos sete capitaes Dizem os loucos mortaes Que são 1\"\lras brincadeiras! Pois saibam que são trincheira Onde o Demo Ee acastella. o tempo de seu retiro. O feliz momento pelo qual suspirava desde tão longo tem– po chegou emfim, e elle teve a felicidade de re_ceber seu Deos, mas impossível seria exprimir os vivos sentimento~ de piedade de que esteve animado durante esta san– ta acção. Só havia suspiros, lagrimas, trnns1~ortes <le amor e de reconhecimento. -s_,m, mP11 Dcos, exclamava ellc, pois 1p.1c tt,·cslrs rt bondad de ent regnr-vôs GULA, Em esplendido salão Reluz custosa baixella , Onde fumegam manjares Qu' affagam os palada~e~ De mil diversas maroi_r,ts : . Pois saibam que são f.nnchmra onde O Demo so acastella.
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