A Estrela do Norte 1864
., e ea, 2c-2 sz:s::as:-: M i-ã iAZI i& 1 mendado pelo Im1Jerador Tiberio Cesar, con– temporaneo de Jesus Christo. ~ste camafeu que serviu de modelo ao ar·tista ficou até o decimo quinto seculo em poder dos Imperadores de Constantinopla, e foi o musulmano Ilajazet que o ofl'creceu ao Papa Innocnncio VUI, quando neg:ociava o resgate de seu irmão Zizimo, capt1vo dos Christãos. Foi então a.valiado em 40 mil escudos de ouro, o que prova o apreço em que era tido este antiquíssimo monu– mento. Bajazet fazia então outra home– nagem ao Su mmo J>ontiffce : pedia-lhe que conservasse o seu irmão como prisio– neiro. Tal é a historia deste camafeu que já tinha servido de modello á Raphael. A obra de Mr. Vanclef tem o mesmo typo idéul, á mesma divina belleza das que fo– ram traçadas pelo pincel do genio immor– tal de Urbino 1 e reproduz com perfeita fi– delidade .a pnysionomia tradicional do nosso divino Redemptor. OBispo de Or– léans, em sua ultima viagem á noma of– fereccu ao Santo Padre este primoroso trabalho, em nome do auctor, e muitas cópias em gêsso e outras materias se vão espalhando em toda a Europa, populari– sando-se assim e tomando logar nos la– res christãcrs esta imagem do Salvador que é tão bom trazer sempre diante dos olhos. Nós desejaríamos que no Pará e no resto ,de Brasil se divulgasse esta bella obra em vez de outras profanas e as vezes inde– centes que por ahi andam e se introdu– zem no seio das familias. ESQUECBIENTO E ABANDONO rios l>OilllES. Quantos pobres são esquecidos? Quan– tos ficam sem auxilio e sem amparo! Esquecimento tanto m.ais deploraYel, que da parte dos ricos, ellc 6 voluntario, e, por con cguinte, criminoso. Eu me ex– plico: quantos desgra ç,tdos reduzidos aos ultimas rigores da pobre a, e que não são consolados, porque os não querem conhecer ! Se soubessem a extremidade de suas necess idades, teriam por . elles, má.o grado seu, senão caridade, ;pcl? m?• nos humaniuade. A vi ta de sua m1zena corariam ele seus excesso teriam vergo– nha de seus gosos s11perfluos, reprehen– der-se-iam de suac; louca despczas, ,iul– gal-as-iam, com razão, crime. 11as por– que ignoram o que ellcs soffrem, ou não querem sabel-o ; porque temem fallar ~clles; porque o.· afastam de sua presença .1u1 9 am-sc 1mgos , esquecendo-os· e por mais extraorc! ii_rnrio que cjam seus ma– les, tornam- ·e 1nsensiYei a cllcs. Qnunlos, Y 'rrladr> irurncul pohi'CS, são toa desprezado-s, como não o sendo, sem que alguem se dê ao trabalho de indagal', se com eJieito o siío ou não! Quantos pobres ha, cujos gemidos são fraquissimos 1 para que possam ferir-nôs os ouvidos, e ae que não nôs queremosaproximar, para nôs não compellirem a attendel-os ! Quantos po– bres abandonados! Quan tos desampara– dos nas prisões ! Quantos exhautos de forças nos hospitaes I Quantos envergo– nhados nas familias particulares! Entre mesmo os quo se conhecem por pobres e cujo estado doloroso não póde ser igno~ rado nem esquecido, quantos são dura– mente malltatados I Quantos faltos de tudo enquanto que o rico vive na abun– dancia, no luxo, nas delicias ! ! Se não houvesse Juízo final, poder-se-ia chamar escandalo da J?rovidcncia, - a paciencia do pobre ultrajada pela duresa e pela insensibilidade elo rico ! BOURDALOUE. o PRESENTE E o nrruno. Os homens passam como as flores, que desabrocham pela manhã, que á noite murcham, e são pisadas aos pés. As gerações dos homens succedem-se, com0 as ondas de um rio caudaloso; nada póde fazer parar o tempo, que leva com– sigo tudo, que parecia mais immovel. Tu mesmo, ó meu filho , meu querido filho ! tu mesmo, que gosas agora de uma mocidade tão viva, e tão fecunda em pra– zeres, lemhra-.te que esta hella idade, não 6 mais que uma flor, que murchará logo depois de aberta. Tu verás mudar in– sensivelmente as graças risonhas, os doces prazeres que te acompanham ; a força, a saúde, a alegria se sumirão como um bello sonho : de tudo isto só te restará uma triste lembrança ; que a velhice, languida e faimi gn dos prazeres, virá en– rugar teu rosto, curvar o teu corpo, en– fraquecer tens memilros, seccar em teu coração a origem da alegria, desgostar-te do presente, fazer-te temer o futuro, tor– nar-te insensível a tudo, excepto á dôr. •ste fompo parece estar longe. Ah! tu ~ enganas 1 ~eu filh o, elle se aproxima, eil-o que cnega : o que vem com tanta ra– pidez, está perto do ti, e o presente que passa vai já lon""e, porque se acaba no momento em que fallamos, e não pódo volta1·. Não contes pois, meu filho, _com o presente· mas conserva-te no canunho rude e aspero das virtudes por caus:1 do futuro. Procura alcançar por costum~s puro , e amor da justiça um lugar na fcllz morada da paz. F.E.ºELOi\'.
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