A Estrela do Norte 1864

• A. ES'I'BELLA. UO M«f>R'J.'E. vras: Que{ minha filha! queres deixár--me para te cntreaares ao mundo e aos se11s 1Jra-– zeres ? Queres arrancar-me teu coraçao para o dares á vaidade e ao demonfo? Nao bastam os que já me offen<l,em ? E ainda te queres pór de seu.partido e abandonar meu serviço! E immediatamente euJhe respondo no fim-– do de meu coração : Nao, meu. Deos, ser-– vps--hei fiel até. 4 morte; aonde i'ria ei,, Se-– n-hor, se vos deia;asse, pois só vós é que tendes as palavras da vidc,,J Este pen.sarnento me enche n'.um momento d~ coragem e de força, . - Nas conversas que tens com tuas companheiras., lhe, diz o Cura, de que as entretens? - Entretenho-as, responde Dorothéa, das mesmas cpusas que. estou tendo a li– berdade de vos entreter. Digo-lhes que tomem o Salvador por modêlo de suas acções, qu.e se lembrem na oração, na refeição, no trabalh.o, na conversa e nos trabalhos da vida, como.Jesus Christo se conduzia nestas oocasiões., e.que se unam a suas divinas intençõe1:1. Digo-lhes que me sirvn desta santa pratica, e que acho-– a muito boa, que não ha, na da maior . nem mais nobre do. que seguir e imitar um. Deos; nada mais doce do·que servri 11m tão bom Senhor. -Vai, Dorotéa,lhe diz seu pastor, apTo– veita das graças de que o Cfo te favorece; o Senhor t.em a teu rcY,peito.grandes de– signios de misericordia_e de predestina– ção. Oh I quão feliz: é uma. alma que imita a: Jesus Christa 1 (Praducçao ele 'l/Jm Seminarista.) Amor pat~rno. Era um dia de inverno sombrio e tris– te no anno de t863; não se sa.J!lia a que horas se tinha escondido o sól além o dos Andes, por causa do immenso nevo– eiro que se estendi.a do lado do poente; sabia-se, porém, que a noite não estava muito longe porque o terno sabiá e os os outros cantores da floresta soltaval9 melodiosos cantos de desptdida e esvoa– çavam de ramo em r.amo em procura de melhor abrigo e repouso durante a noite. um pequeno barco, a,i udado por uma viração fresca, sulcava. vagarosamente as aguas do rio Solimões, que então trans– bordava.por sobre suas m_a! gens; nesse ba,rco ia uma 11obre fam1~rn ~e nossos indi"'enas cons..tando de pai.mae e dous peq;enos filhos . O mais ve~o, que c~n– tava apenas quatro annos de idade, brrn– cava deacuid.aclo á horda do bar.c,o. com uma peque.na flexa com que batia nas es– pumas das .aguas que passavam; nesse brincar innocente e arriscado o pobre menino perde o equilíbrio, cahe e desap– parece n·um momento arrebatado pela corrente impectuo5a desse rio gigante. O pobre pai, apenas viu desapparecer seu filho, dá um grito de desesperação e precipita-se como um louco no redemoi– nho das aguas. Parecia que a corrente tinha tragado para sempre estes dous entes tão unidos pelo amor. Não tardou, porém, cinco mi– nutos, lá estava a alguma distância do barco o pai extremoso sobre a tona d'agua com o filho seguro por um braço, e na-– dando corajosamente com a destreza de um amphibio. Uma canôa pequena foi logo em seu auxilio e dahi a pouco es-– t~vam ambos no barco, livres já do pe– rigo. Era então enternecedor ver-se como esse pai acariciava e aquecia em seu peito o innocente filhinho, pallido e frio de sus– to. O amor paternal é capaz de tudo; não raciocina em occasiões taes; é sempre o mesmo, capaz dos maiores sacrificios tan– to no coração dos incultos selvagens, como no dos homens .polidos das classes civilis&das. Se o homem tão cheio de imperfeições é capaz de tantos extremos de amor, o que não fará por nós nosso Pai que está nos Céos, que .é a fonte e o foco de todo o amor? E não sabemos por ventura o que tem .elle feito por nós? Apenas nos viu arre– batados pela corrente devoradora de nos– sas paixões~desceu do alto de seu throno, despiu-se aos explendores de sua glor ia, para se vir anivelar comnosco, viver de nossa vida, sentir e chorar como nós sentimos e choramos, e como nos visse lutando com as vagas encapelladas do mar da culpa, esse Pai carinhoso lan– ça-se pressuroso no meio d.e nós e nôs salva. J. J. DE M. C. J UiSIOR. V arie1lm1lel!I. DUSTO DE NOSSO SENHOR. Acaba um distincto artista,Mr. Vanclef de esculpir bm admiravel busto do Sal~ vador, destina~o a ter a maior aceitação entre os apreciadores da arte religiosa. Lê--se nelle esta inscripção: l!eito segun– do ttm Clc.rnafeti existente em Roma, e encom-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0