A Estrela do Norte 1864
1'.. ES'l '.REI,L JI DO NORTE. 101 q. :n > d PWMPW: W&I-WMêH ► tar, eu ofl'creço-me er:, sacrificio a rieos, consagrando-lhe o meu dia e meus tra– balhos . Quando óro, represento ver Je– sus em oração, que adorava seu Pai, e me uno dentro do coração á suas dfvinas dis– posições. Quando eu trabalho , considero que Jesus Clli'isto suou , fatigou-se e tra– balhou para minha salvação, e longe de me lastimar, uno com amor e resigna– ção meus trabalhos aos seus. Quando or– denam-me alguma cousa, ou reflicto que Jesus Christo era submisso e obediente á Santa Virgem e a S. José, logo junto mi– nha obediencia á sua: Sememandam fazer qualquer trabalho duro e penoso, imme– diatamente vem-me á idéa que Jesus Christo en tregou-se á morte e ·á Cruz por amor de mim, e aceito de boa vontade todo o trabalho que se me impõe, por mais difficil que seja. e sobre a Cruz. Se assisto á Missa, me uno logo de espirito e coração ás santas intenções de Jesus sacrificando-se sobre o altar para gloria de seu Pai, para ex– piação dos peccados dos homens e para a salvação de todos. Quando entôo algum cantico, ou ouço cantar os louvores de Deos me alegro no Senhor , lembrando– me daquelle glorioso can tico, daquelle hymno sagrado, qu e Jesus Christo can– tou com seus Apostolas: depois da insti– tuição do Santíssimo Sacramen to. Quando vou dormir , represento-me_J~– sus Christo descançando para adq_umr novas forças, para gloria de_ seu Pai ; ou então me represento que mmba cama é bem difl'erente da cruz, na qual elle se deitou como um cordeiro 1 offerecendo a Deos seu sangue e sua viaa : logo ador– meço, dizendo em meu coração estas_ pa– lavras de Jesus Crucificado : Mm Pai , em Se fallam mal do mim, se n1e dizem palavras duras e injurio'sas, nada res– pondo, soJiro com paciencia, lembran– do-me que Jesus Cbristo soffreu em si– lencio, sem ~e queixar, as accusasões, as calumnias, os tormen tos e os opprobrios os mais cruéis ; eu penso então que Jesus era innocente, o não merecia o que lhe fizeram soffrer , e que eu sou uma pec– cadora e mereço mais do que roe podem fazer supportar. Quando tomo minhas refeições, ima– gino Jesus Cbristo tomando as suas com modestia e frugalidade, para trabalha,r na gior ia de seu Pai. Se cômo alguma cousa fas tidiosa, penso logo no fél que Jesus Christo provou na Cruz , e lhe faço um sacrificio de minha sensualidade. Quando Lenho fome e não tenho que co– mer , me consolo lembrando-me que Je– sus Christo jejuou quarenta dias e qua– renta. noites; que ellc soll'reu lima cr uel !omc por amor de mim e pura expiar as mtemperanças dos homens. . Qnando es tou em recreio, cm conver– sa, me represen to quanto esus Christo era brando , affavel e santo conversando com os Apostolas ; se ouço máus discur– sos, ou se vejo fazer algum peccado , peço logo perdão a Deos, representando-me q_uanto Jes us Cl1risto tinha o coração fe– r ido de dór quando via seu Pai offendido. Quando penso nos peccados sem numero que so commettem no mundo, quanto é Doos ultrajado sobre a terra, gemo sus– pir~ndo, e me u no ás di ·posições de Jesus Chn~to que dizia a seu Pai derramando lagnmas : Pai Santo I o mimão nao vos co– nhece. Quando vou me confessar me rcpre– Rflnto Jesus Christo a1llicto ~horando os mcns pccrndo no jardim 'das Oli veira~ vossas ma.os entreao meu espil'ito. . OCura não podendo cançar-se de admi– rar tantas luzes em uma joven e pobre aldeã, lhe diz: O' Dorothéa, quanto és feliz ! Que de consolações não has de achar em teu estado? - É verdade, respondeu Dorothéa, que . grandes consolações tenho no serviço de Deos ; mas confesso que não dci~o d~ ter penas e combates, e que preciso fazer grandes violencias para suppor tar o~ gra– cejos d'aque-Ues que zombam de !111m, _e para vencer minhas paixões que sao m~1- to vivas. se Deos me faz graças, per1mt– te tambem que eu tenha muitas tenta– ções, e de vez cm quando me acho mer– gulhada na tristeza, em secura<; e enfa– das que muito me acabrunham. - E o que fazes para vencer estas rc- pugnancias e tentações? . ncspondcu-lhe Dorothéa 1ngenuamen– Le : -Quando estou na aridez na tristeza o no desgosto, me affiguro o Salvador no jardim das Oliveiras, abatido , triste e af– ilicto até a morte, ou então o represen to desamparado e sem consolação na Cruz ; e unindo-me á elle digo logo em meu rioração estas,..J>alavras que e~le _proferill: tantas vezes 1to jardim das Ollvo1ras : Pcu meu, sej a feita a vossa vontacle. Quanto ás minhas tentações, quai:i d? tenho vontade de ir á certas companJuas, aos serões ás dansas e divertim~ntos pe- . ' d eu veio que so rigosos, quan o i:.n~2mºai mas pessoas acham nestas reumoo~ gupara ir com h t v1da01 · ones as ciue me co,- 0 tenho tentações de ollas, o~ amda quand ceado, e de dar-me consentir cm al_gu'rnl_pberdade figuro logo um pouco mais á . 1 e ' . ver Jesus Christo dizendo-me estas pal,1- •
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