A Estrela do Norte 1864

r· 1 À ESTRELLA. DO NORTE. s lhe é affeiçoada ; o subrlito de seu Rei, s J lhe é inceramente dedicado? Dcos é nosso Pai, nosso Esposo, nosso Príncipe : a quem teremos amor, s não lhe temos a Elle? .!\ão é uma Yerg-onh a que nas familias e l'euniões chrislãs, não se falle uma palavra de Ocos? Diríeis queElle nada é nosso, que n ós nada temos com Elle, que Elle não nôs pertence em nada, e que é o en te ahi o mais desconhecido e o mais estranho do mundo. L. J. 011 MONSTHO DE SETE CABEÇAS, ~ Ia um moço atravessando uma grande mata, e no mais sombrio do bosqu e lhe sahiu ao encontro umahorrivel féra, que tinha o corpo d e leão e sete medonhas cabeças como de feroz serpente, cujos olhos scintillavam, cujas bocas se abriam horrivelmente. O mancebo era forte e animoso', puxou pela espada, e espe• rou o monstro a pé firme. Do primeiro encontro decepou-lhe quatro cabeças, do segundo mais duas com toda a bizarria e felicidade. Fal tava ao valente moço cor tar a ultima, mas vendo o inimigo arquejando em terra com a grave perda das seis cabeças, disse comsigo : - Está morto ! e foi seguindo seu caminho. Não tinha bem andado meia duzia de passos, quando a féra reanimando-se, foi-lh e de repente no encalço, e o venceu e devo– rou 1 É tão clara esta parabola, que qu asi n ão precisa explicação. As sete cabeças deste monstro são os sete pcccados mor– taes, que devemos comba ter com as ar– mas da fé. Não basta esmagar-lhes seis cabeças ; coitado5 de nós se lhe poupamos uma; es tamos per didos ! De qu e serve . ao homem viver senhor de outras pai– xões, se elle tem uma. que o domina e o vence ? Examinemos com seria a.ttenção diante de Deos qual é a cabeça que nôs falta cortar de nossas más inclinações, e estejámos cer tos que só n ôs ha d~ _valer u ma victoria complata de nossos v1c10s. Uantit!o daPaixão, I. Ch rislãos que vindes ouvir A pa.ixão elo Salvador, Af! sangue que elle derrama l\,llsturui prantos de dor. Já que por Yossas ofl'ensas Elle morro bojo na crnz, Seu padecer vôs an ime Vi , oi, morrei por Jesu '! II. Em um jardim solitario Cruéis ancias já padece ; Aceita, recusa o calix, Roga, treme, desfallece. r ence ás vezes o temor; Outras o amor é mais forte Mas em fim o amor triumpha E Jesus s'entrega á morte. Judas se chega submisso, Mas o furor o conduz ; E com osculo traiçoeiro Entrega o manso Jesus. Judas, ah ! teu crimil imita O infeliz peccador, Que, fingindo contricção, Trah e co'um beijo o Salvador. IV, Eil-o suj eito aos furores De cem tigres desalm<1dos; Seu amoroso semblante Ferem os cruéis soldados. Anjos do Céo, n ão devíeis Tanto horror presenciar Sem, ou cobril-o co'as azas Ou iaes monstros fulmina~. V. Perar,te Annaz o conduzem Que lhes anima o furor , E não quer reconhecei-o Se não por blasphemador. Quando es te Deos sobre as nuven s P'ra julgar- te apparecor , Ao reben tar do seu raio, Has então do o conhecer. VI. Nenhum amigo partillia Seus ultrages, sua dor; Pedro mesmo o deswnhece, E renega eu Senhor. Mas Jesu s fere sua alma Com tão amoroso olhar, Que Pedro já se arrepende, E de dor en tra a chorar. VII. Pilatos compara o justo Ao sicario mais audaz. Que escuto! Povo tyranno, Tu preferes Barrabás !

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