Estrela do Norte 1865

& ESTR.t:LL.& 00 NORTE. que estiverdes, vós e vossos filhos rezai a AveMaria e o Memorare, eu farei o rhesmo e veremos. . o ?1.ª seguinte pela volta do meio dia n_as v1smhanças da igreja, onde elle ia re– c!Lar as orações convencionadas encontra um velho amigo de coração. - Onde vas tu l pergunta elle. -VoupediraSanta Virgem i3Hrancos. -Para que? - Para minha mulher e meus filhos. - Mas tu não tens mulher nem filhos. . -O que não obsta que, se hoj e eu não tiver f3i:i francos, amanhã minha mulher e meus filhos serão expulsos do sua casa ficarão sem moveis, sem asilo e sem pão; morrerão de fome e de frio. Adeos, a Santa Vi rgem me espera. - Sim, vai agradecer-lhe, e esta tarde vai a minha casa que eu te da.rei mo francos para t ua mulher o teus filhos. Tudo isto se tinha passado entre a pri– meira e ultima badalada do meio dia na porta da celebre capella da igreja de São Sulpicio em Paris. Confiança, confiança na Virgem. ( Tracl. ~ Poesia RECITADA POR C!>CCASIÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS PREMIOS NO SEMINARIO EPISCOPAL, NO DIA :Í DE JIIARÇO DE 1865, I .Mancebos todos que de amor ás Jettras Sentis a cbamma dentro n'alma arder, Reviva o vosso enthusi11smo agora Que surge a aurora de vivaz prazer ! Vós que da noite no silencio fundo, Quando em repouso a natureza jaz; Ou quando a aurora ao purpureo manto Mystico encanto para o mundo traz; O tempo perl'a de indisivel preço Que o Omnipoteute para o ~em nos deu, Passais co'os olhos sobre o livro attentos, Sentindo alentos que s6 veem do céo ; Vinde, meus jovens ! das insomnias vossas O ju1to premio receber convém Das miios augustas do Prelado amigo, Em quem abrigo a mocidade tem. Gloria e louvores ao que ve no estudo Doce esperança d'um porvir feliz! Duro ferrete d'ignominia aponte _ . f)o inerte a fronte - que estudar nao qu1z ! A honrosa c'roa de virentes louros Que 11oje vos cinge, vos alenta a esp'rança, E' claro emblema d'outra immaroessivel, Premio infallivel que a virtude alcança. O amor das lettras, do Evangelho a crença Dando-vos n'alma. divinal ardor, Tereis na terra perennal memoria, Nos céos a gloria d' immort.al dulçor ! Eia, mancebos ! o caminho é nobre; Cumpri zelosos do trabalho as leis : Por entre espinhos colhereis mil flores Balsamo ás dõres no estudar tereis. II Quando, a mente emballada em grafos sonhos Pelo amor filial, Volverdes algum dia ao brando achego Do ninho paternal; Ao velho pai, á quem a mão do tempo A fronte encaneceu, E o frescor da florescente idade Em rugas converteu ; Um raio levareis de luz divina Do inneffavel prazer; E a aureola que na fronte vos sci11tilla Lhe hade o gelo aquecer! Sentlr-se-ha dos annos transportado Ao primeiro verdor, Vendo assim florescer a tenra planta De que é terno cultor. E embevecido no'splendente quadro Rirá seu coração, Qual a flor que sorri por entre os gelos Da frígida estação. III Oh-! quanto vale a sciencia, Pharol no céo da existenc1a, Cuja magiea influencia Faz em Deos pensar e crer ! Centelha de luz divina Que o espirito illumina, Fulge qual luz matutina Do astro - rei ao nascer ! Do mundo a grandesa passa Tenue fumo que esvoaça, A bellesa perde a graça Como o matiz perde a fl01· ! Riquezas, honras mentidas Por preço vil adquiridas, Eil-as no abysmo sumidas Do tempo destruidor! 1'0 tem_po o curso potente, Qual a rapida. torrente Que arrebata a mole ingente Que_se.lhe oppõe aq passar; Anmqu1la a obra huiµanfl. Abate a soberba insana Faz a opulenta Ecbatana. No pó a fronte rojav ! Mas -não ~or.r~ a etherca chamma Que a sap1enc1a derrama . Resiste á onda que bram;, E ao furor do venda.vai.

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