Estrela do Norte 1865

cm i, ma nem sempre o é em seu er– fcito : a outra, sendo em si dulci ima, nunca deixa de· o ser em seu · resultados. E' verdade que as perfeita amisadcs nascem no primeiro momento da vi ta; e que os grandes entendimento igual– mente logo se conhecem · ma o homem sabio , que não impede á sua in linação o nascer, lhe impede o declarar- e tão prom– ptamcnte. Agrada-se ao cntir o impre– vistos, e os attracti \"OS poder o os e suaves que o inclinam :i amar a pessoa que lhe parece amavel, mas antes de r e olver-se, consulte a sua razão, e não se fi e senão dos seus conselhos ; e a razão para consen– tir pede tempo e não se fi e senão da cxpe– ri encia. Quem não tem visto mai s de um an no, não póde dizer que conhece; e quem nada tem so!Irido não póde dizer certa– mente que é amado. ma promcttc, e engana algumas vezes : a outra promet te e não falla nunca. Uma nos arruina, por immoderada: a outra, quan to mai firme e mai s viva hc, tanto mais nos felicita. Quantos negociantes , voando de espe– rança cm e perança, de especulação em especulação, têem perdido n 'um dia o que ganharam em muitos annos ? Quantos di t inctos capitães, illudidos pelas e <l.uc– çõcs da esperança, têem encontrado der– rotas onde não imaginavam senão victo– rias ? Quantos conquistadores têcrn s.ido derribados do solios, a que es trondosas acções os fiz eram subir, por não os dei– xar parar na carreira dos triumphos a louca esperança do mais triumphos? Outro tanto não acontece com a espe– rança, cuj a origem, e cuj a e sencia é mai s elevada , e mais pura. Ella não po– de ser excessiva, por que o cu obj ccto 6 infinito; não pode occa ionar nossa quéda, concorrer para a nossa desgraça, por cruc a sua ini'allivel missão é a de levan tar-nos, de fortalecer-nos de anuul– lar ou diminuir nossas per das, de acal– mar nossas dôres, de enxugar nossas la– grimas. Alada mensageira, ella percorre o uni– verso por mandado do Alli ss imo, não deixando cahir em sua passagem senão consolações. Penetra nos palacios dos Heis, nas moradas dos grandes, nas ri cas ha– tações dos reputados feliz es : porem não é ahi que derrama os seus mais suaves perfumes : onde clla os derrama ás mãos cheias é onde vê a humanidade em lucta desigual com a adversidade ; h e no inte– rior horrível dos carceres ; hc nos leitos dos enfermos ; hc em toda a parte em que se appella para Deos das injustiças, e aas crueldades dos homens. ( Continúa. ) consellao§ ,ln, Sn,betloria ·n,.u-a o · Jaonaena se 1•eguJn,r 1»raule11te- 111ente 1t1n•a _co111 os seus a111i– gos. ( Continuação. ) X. Se vós quereis ter u1n bom am_igo, ex– J}erimentai-o, o antes que vos fieis nell~, ronhccci a sua fidelidade; mas lembrai– vos qu e não tendes ou tra balança para i sn, mas que o tempo e a afflicção. XI. lia amigos que o não são mai s que no bom tempo. e voam quando chega ades– graça ; e tanto que choreis j á elles , os não conhecem. Parece-lhes que a amisade consiste em gostar da vossa conversação, e rir com– vosco quando estais de bom humor nos dias ditosos da prosperidade. Elle!c' deve– riam saber que o declarar-se ami gos de alguem é obrigar-se a não ter nem dinhei– ro no tempo das suas necessidad es, nem dcscanço no tempo dos seus negocios, nem sangue e vida no tempo dos seus perigos, que nãC? seja do amigo, e de que elle não possa dispor. xu. Ha outros que são b0ns amigos em.– quanto estão á mesa, mas fóra d'ahi não vos conhecem ; promettem tudo quando se divertem comvosco e â vossa custa, de– pois disso de nada se lembram , e de ordi– nario os festins não servem senão para sustentar enganadores e ingratos. Ellcs entendem que é amar-vos o aju– dar-vos a rir desaforadamente nas galho– fo~, e a co~1meter pcccados, atrevimentos e fnsolencias: não os cr eais · porque se vos tomai s por inimigos os qJe se servem con_tra vós da sua mão e espada não to– meis por amigos est'outra cast; de ma-' tadores, que empregam a vossa propria mão paro. vos intr odu zir a mórte no cora– ção, e que vos persuadem a abafar em vós com a~ções br utaes e escandalosas a in– n oce~cia, .ª graça e a honra, que são a ver– dadeira vida do h omem. ~ugi destas gentes : qualquer cousa que seJa q~10 vos apegue á su a companhia, rompei~a, e tende-os co~no de conhecidos, ou traidores: lembrai-vos que a '. mor tr -- 1 _J

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