Estrela do Norte 1865

.t. E8TB~.& DO ~ORTE. quiz deixar fazer a operação. Então o me– dico, que é um excellente ~ornem, lem– brou-se que Arrnande podena talrcz con– vencer aquclla pob~e rpãi _da nece sidade da operação, e pedrn a mmha filha que lhe fosse fallar imrnediatamente. O sa– criflcio que este anjo fez foi então coroado do melhor resultado; ella convenceu a pobre viuva, foi feita a operação e a cre– ança está agora li ue do perigo. - Sim, mas a nossa boa Arrnande pri– vou-se d'uma soirée dada em sua honra, diz estourndamente uma prima de made– moiselle de l\lorel, e isto é realmente mui– to desagradam!; tanto mais que não é a primeira vez que ella annuncia um diver– timento em sua casa para se ir intreter com os seus pobres e deixar as suas ami– gas. - Minha filha, respondeu-llie madame de I\lorel, apontando-lhe para Armande, que tornava a entrar na sala com o sorri– so de filici<lade nos labios; parece-vos que vossa prima seja digna de compaixão nes– te momento 'I Olhai minha querida: .A alegria IJlle se e.1:pet'imc:1da IJUa11do se aca– ba de pratica,· lima boa acç<lo, é muito supe, io,· a todos os prazues de te mundo. ( Leituras populares. ) Arn,avel cornpan_heira da vida, porque vem a esperança tao tarde occupar a mi– nha pena? Porque cedeu ella o logar a tantos outros objectos, para apparecer no fim de todos elles 'I Haverá nisto falta de methodo? talvez. .Mas, a havel-a, não terão os meus leito– res difficuldade cm perdoar-m'a, quando souberem que ella foi commettida em seu beneficio. Depois das fadigas de um longo cami– nho, qual é o viajante que não folga de entrar n'urn vaIJe delicioso, ainda que nelle não possa demorar-se muito ? de descançar á sombra das su:1.s arvores? de refrig,~rar-sc\ com a agua das suas fontes? de respirar o arnma das suas flores 'I · ~h I que i~toler~vcl aridez não seria a d~·nossos_ tristes dias, se a esperança os nao amemsassc? Que desalento não seria onosso, se ella nos não estivesse conti– nuamente animando? Ain~!-1 n6s não havemos sahido do ber– ~;o i e .Ja 1 :lb nos anima, e nos a1Taga. E qua~do a motlc vem terminar nossa exis– tenc1a, encontra-a ainda a nosso lado como a nossa ~olhc,r amiga. 1 O Creador, diz en.g(;uhosamcnte, um poeta, coll0cou junto de nós dous entes bemfazejo . um hc o omno, e outro a esperança. Porem o somno é a imagem da morte, a esperança é a imagem da vida. Quem dá a resolução e a constancia ao lavrador, para fertilisar a tBrra á cu ta de seus suores; ao navegante, para ª!'– rostar a sanha e os perigos do mar, sena a esperança? Quem, senão clla, faz sup– portar ao enfermo a intensidade das suac; dôres? ao prisioneiro o pezo dos seus fer– ros? ao ambicioso mesmo seus penosos sacrificios? Que reservas tu para ti ? pergu~to:1 um cavallciro romano a Cesar, admurado das suas prodigalidades. A esperança : res– pondeu esse homem extraodinario, que já então aspirava ao imperio do ~undo. Nossos gosos presentes são tão limitados, são tão imcornpletos que, como po:11dera um judicioso observador, nós seriama~: mais pobres de felieidade, que o meu 1_ go de fortuna, se não tivessemos ás nos sas ordens senão a actualidade. ·m- os homens, depois de accum1;1-larern ,1 mensas riquezas, de se investirem num grande poder, de se assentarem nos thro– nos mais brilhantes, sentem U_!Il _vacfe1~ e um enojo, contra os quaes sao 1nu to– todas as suas distracções, impotente es da a sua grandeza : e o remedio para - te mal é só a esperança. . • a Elia, agitando suas azas de ouro,t 1s1%– os vapores malignos, de que se ac ª. aro pregnada a atmosphera, em que respi~ero esses seres previlegiados. E se eUes. dos . necessidade della, sendo tão ~avor~c!uns~ como não a terão outros, cu.ias Cll'v são tancias são muito inferiores as suas,das? precarias, dependentes, e até desgraça se: Como poderão os infelizes consolar-ienge não virem a luzir ao 1~erto, ou ao O ' algum raio de esperança? _ hr - O dia succede a noite, diz S. Joao 9 s ! sostomo; as duras estações ás est~i~e se= gradaveis ;porém os males da vi sobre gucm-se sem interrupção, e cáero nós sem medida. os A esperança devemos o n ão ficarrn esmagados debaixo do seu pezo. uil- Ella tem a arte de separar de nós aq • lo, que cm mais contacto está coD?-nosc~~ e de aproximar o que em maior dl~tanc to está de nós: de nos livrar elo sentirnende dopresc11te, quando elle é importuno; e do nos fazer do presente o futuro, quan elle é vantajoso. - . A csprr,inça 1errestre porem he frag_il, como o são todas as cousas da terra· a Divina he forLe , como o he tudo o que tem uma origem tão alta. Uma he doce ..

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